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Iara

Um mês depois

O tempo passa. Os dias parecem semanas, e as semanas meses.
A raiva de Ícaro não passou. Mas a droga do amor também não.

Porra. Eu lutei contra todos os meus demônios, contra o meu passado. E ele faz o quê? Me trai.

Ele me contou a história toda de que a puta estava pelada na cama dele.
Mas pra mim isso não é justificativa. "Corpo é fraco" uma ova.
Não consigo aceitar. Queria odiar ele. Não me sentir mal quando o vejo e não posso abraçá-lo, beija-lo e dizer o quanto o amo.

É dia de baile.
Desde o término com Ícaro, um mês atrás, continuo com minha vida normalmente. Vou pra todos os bailes. Saio com as meninas. Vou pra padaria. Etc.
Não sou o tipo de mulher que é traída, tem um término, e age como se o mundo tivesse acabado. Ou pelo menos não sou mais.

Aprendi a viver minha vida sendo o grande amor da minha vida. Me amo antes de tudo. Sou eu em primeiro lugar. Chorei no dia em que terminamos. Depois disso, não mais.
Sinto, sinto muito. Tenho saudades. Mas não vou parar de viver por isso.

Tiffany foi expulsa do morro. No dia seguinte. Ícaro e ela deram um show no meio da favela.
Fiquei feliz. Mas não demonstrei.
Não mudou nada.Talvez eu perdoe o Ícaro, mas não será num piscar de olhos.

[...]

Usei minha roupa mais sexy.
Um conjunto vermelho. Colado no corpo. Com algumas partes em renda.
Fiz uma make para a noite super linda. Meu cabelo. Que agora está mais curto e com as pontas loiras. Está solto. Com um volume maravilhoso.

Luana também está pronta. Vivi não vai com a gente.

— Porra. Ícaro perdeu mesmo hein. Que gata — Luana brincou e rimos. A repreendi com o olhar.

— Tu que tá gata. A Gabi vai cair pra trás quanto te ver — Luana se engasgou com o ar.

Ri.
Tão se pegando há mais de um mês. E ela achou que ninguém ia perceber. Ouvi os gemidos das duas mais de uma vez. Mas como uma boa amiga, nunca interrompi.

— Tu é mô fofoqueira Iara. — rimos.

— Vocês gemem como se estivessem num motel — rimos.

Seguimos pro baile.
Na rua, coloquei a música "Combatchy" da Anitta, Lexa, Luísa Sonza e Mc Rebeca no meu celular.
Fomos cantando como loucas chamando a atenção de todos.
Uns ouviam os gritos. Outros focavam pra nossos corpos, que digamos, são foda demais.

Em pouco tempo chegamos na quadra.
Não preciso dizer que estava lotado. Pobre ama um baile.

Pagamos pro camarote. Mesmo eles não aceitando meu dinheiro. Eu insisti. Não gostava quando estava com o Ícaro, agora, menos ainda.

Minha bunda ganhou vida própria.
Não esperei e corri pra pista, rebolando como se não houvesse amanhã.
Enquanto rebolava minha tava. Na minha mão estava um copo de cerveja que eu não deixava vazio.

[...]

Já são duas da manhã. E eu? Estou bêbada pra caralho. Mas ainda me aguento de pé.
Luana deve estar dando. Se é que é assim que fala quando sai duas mulheres.

Ícaro tentou chegar em mim algumas vezes. Mas mandei ele passear.

Continuo na pista. Rebolando minha raba. Como diz a Pocah, Ninguém manda nessa raba.

Senti alguém sarando em mim. Não é a primeira vez na noite e não me incomodo.
Continuei rebolando e senti a ereção do preto na minha bunda.

Suas mãos estão na minha cintura. Decido me virar. E dou um sorriso.
Nandinho.

Sempre soube que ele queria me comer.
Mas agora. Foda-se.
Estou solteira.

— Puta merda — a voz dele no meu ouvido saiu como um gemido. Enquanto eu rebolava com mais vontade e ele apertava minha cintura.

Continuamos assim. Eu rebolando nele que está duro como uma rocha. Suas mãos trocaram minha cintura por meus seios. Apertando eles.

Sentir ele duro encaixado em mim por trás, e suas mãos apertando meus seios me fez ficar molhada.

— Bora lá em casa — ele finalmente disse.

— Pensei que não ia pedir nunca.

Continua...

Eu, Você e o MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora