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Iara
Um mês depois

O tempo passa rápido demais! Há um mês eu quase fiquei careca, essa lembrança me faz rir! Mas enfim, não mudou muita coisa nesse tempo!
Luana continua com seu namoro secreto, eu quero ajudar e descobrir quem é esse cara e se ela não está metida em problemas, o que na minha vez ninguém fez, mas eu não posso permitir que Luana passe pelo que eu passei. Mas ao mesmo tempo eu tenho medo que ela pense que eu estou me intrometendo no que não é da minha conta, que seja apenas coisa da minha cabeça e esteja tudo bem.

Vivi continua com Barão, nunca mais tentei alertar ela, ela é adulta e sabe o que faz, decidi seguir o exemplo da Luana e não falar mais nada! Só vai aprender quando se foder.

Há um mês que não falo com Ícaro, acabei até apagando o número dele. Porque se eu continuasse com aquele número gravado eu ia acabar ligando pra ele um dia, e eu não quero bancar a sofredora não!
Sempre vejo ele nos bailes, churras, etc! Mas nunca falamos nada, às vezes até é estranho, tão próximos mas tão longe um do outro.
O pior de tudo é que isso me incomoda, eu queria tanto que ele se afastasse e agora eu não aguento a distância!

[...]

É dia de baile e eu já estou pronta pra arrasar, estou usando um shortinho jeans escuro e uma blusa totalmente transparente que deixa meu sutiã preto à mostra. Coloquei um tênis all star branco e estava pronta.

— Boraaa — gritei entrando no quarto da Luana mas ela não estava pronta, na verdade ela está deitada na cama.

— Tá doente? — perguntei me aproximando, até uma hora atrás ela estava bem.

— Estou bem, vai lá com a Vivi, eu não estou afim — estranho, olhei para ela e notei seus olhos vermelhos, ela estava chorando, alguma coisa deve ter acontecido.

— Problemas com o boy? — joguei no escuro mas ela ficou em silêncio — Vou ficar aqui com tu — ela me olhou e respirou fundo.

— Iara não insiste, vai lá, eu quero ficar sozinha — bufei e me levantei, foda-se eu tentei ajudar, se ela não quer minha ajuda eu não posso fazer nada.

Saí do quarto dela e Vivi já estava me esperando, ela está linda num vestido curtinho branco todo colado no corpo marcando suas curvas, hoje o Barão pira, ri com esse pensamento.

— Tem camarote hoje? —perguntei animada.

— Tu ainda pergunta gata — rimos e saímos, como sempre no caminho até a quadra a atenção era toda virada para nós, mas sei que não estão apenas admirando nossa beleza, tem muita fofoca rolando.

Chegamos e o local estava lotado como sempre, andamos entre as pessoas e finalmente chegamos no camarote e diferente de mais ou menos um mês atrás, o queridinho não nos barrou, entramos rebolando.

— Vem cá — Barão puxou Vivi para seu colo e eu notei que estava sobrando.

Saí pro pequeno bar aqui em cima mesmo, o barman já sabia o que eu queria.

— O de sempre? — assenti.

Percorri meus olhos pelo local analisando o movimento e meus olhos pararam no Ícaro, ele estava do outro lado com uma loira no colo, ele deve ter sentindo meu olhar sobre eles e olhou de volta, desviei o olhar bufando, não sei porquê ainda me importo com esse cara.

— Aqui está — me deu e eu agradeci, virei tudo e pedi mais.

[...]

Não tenho a mínima noção da hora, só sei que estou muito louca, não sei quantos copos eu já virei, não estou conseguindo nem ficar em pé direito, Vivi sumiu, e eu sei muito bem o que ela está fazendo. Mas não a condeno, ela não tem filho para ficar cuidando.

— Uhull — gritei no meio da pista enquanto dançava com mais algumas garotas, na verdade eu tentava dançar, não conseguia nem mexer meu corpo direito, mas continuava com meu copo na mão.

Continuei ali até por mais poucos minutos, estava cansada e bêbada demais para aguentar, fui me sentar no bar, eu já não estava mais no camarote, nem me lembro direito como eu desci.

— Me vê qualquer coisa com álcool — falei rindo sem motivo.

— Você não devia beber mais — aconselhou o homem, mas eu estava pouco me lixando.

— E Tu quem é? Me dá a porra da bebida, não tou pedindo favor, eu vou pagar — falei irritada.

— Não sou ninguém, só estou vendo que tu pode acabar se dando mal bêbada dessa jeito, mas enfim, aqui está — arranquei da mão dele e saí me segurando nas pessoas, a festa acabou.

Andava entre as pessoas me encostando nelas para não cair o que causava alguns xingamentos. Mas eu não estava nem aí, e pra piorar estava bebendo ainda mais.

Consegui finalmente sair da quadra e andava me segurando nas paredes. As ruas estavam escuras, e sem nenhuma alma viva, estava sentindo medo já.

Entrei numa rua mais apertada e senti alguém segurando meu braço, estou ferrada.

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Eu, Você e o MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora