O bem maior

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 Yennefer de Vengerberg

Eu estava petrificada com a mulher a minha frente. Como ela podia tratar uma questão tão seria quanto a maternidade daquela forma?

Sentia toda a tensão que emanava do corpo de Geralt e não me impressionei quando ele se virou para ir embora. Contudo, a pergunta que ela o fez pegou a nós dois desprevinidos. O que ela poderia saber sobre Ciri que nós ainda não sabiamos?

- Por que acha que eu acreditaria em suas palavras? - Ele a encarou com odio.

- Porque eu nunca menti para você – disse seriamente – Já ocultei muitas informações ao seu e ao meu respeito, te abandonei e deixei nas mãos de um sociopata, mas nunca menti.

Ele me encarou como se precisasse da minha aprovação sobre aquele assunto e eu apenas dei de ombros. Poderiamos ouvir o que ela tinha a dizer e depois irmos embora, não significa que iriamos seguir o que ela tinha dito.

- Sei que não consegue confiar em mim – ela disse voltando a se sentar – Sinceramente, não o culpo por isso.

- Vamos ouvir o que ela tem a dizer e depois voltamos para casa – disse e ele relaxou os ombros ficando mais próximo a mim.

Ela sorriu e indicou as cadeiras para nós nos sentássemos.

- Diga de uma vez – disse rispido.

- Bom, Cirilla tem o sangue ancestral em suas veias e isso vocês já sabem, o que não sabem é que Nilgaard já vem procurando uma forma de conseguir esse sangue desde quando a mãe da falecida Rainha Calanthe estava viva. Os planos que eles tem para essa magia são terriveis, muito pior do que tudo o que já os vimos fazer.

Meu sangue gela só de imaginar o que aqueles doentes planejavam fazer com minha filha, não preciso olhar para Geralt para saber que ele compartilha o mesmo sentimento que eu.

- E como essa informação pode nos ajudar? - questiono – Até então só sabemos que ela corre ainda mais perigo, porém não é uma solução.

- Ela está sendo treinada por Versermir, já é algo bom. Porém com o tempo ela irá precisar dominar todar as artes ancestrais possíveis, não apenas a luta e a magia, mas também a estratégia, a observação e principalmente a sedução. Uma mulher precisa contar com o elemento surpresa.

- Posso cuidar disso – disse – Mas e quanto a Roer?

- O que tem ele? - questiona analisando as unhas bem feitas. Respiro fundo e encaro Geralt.

- Já conseguimos o que precisavamos – me levanto e sinto o olhar do bruxo sobre mim – Vamos.

- Não deveria me julgar dessa forma querida Yennefer – sua voz era carregada de malicia – Conheço bem os ensinamentos de Aretuza e melhor ainda a mulher que te instruiu, você abriu mão de sua fertilidade de forma consciente, nenhum dos deuses irá te ajudar a reverter isso. Somos bem mais parecidas do que poderia imaginar, fez o que fez para conseguir o poder e a aparência que tem hoje, então... Não seja tão hipócrita.

Sinto o gosto amargo de suas palavras em minha garganta e passo a andar sem desviar meu olhar da porta. Geralt se levanta e me acompanha sem dirigir uma palavra a mãe, porém antes que chegassemos a porta escutamos.

- Cuide bem do seu irmão Geralt, você é a única família que ele tem.

Caminhamos até os estábulos e tento acalmar meus nervos enquanto observo o Bruxo tirar os cavalos das cabines e se direcionar a mim. Sem mais, conjuro um portal para chegarmos aos estabulos de Kaer Morhen em instantes.

- Por que quis vir pelo portal? - Geralt amarrou os cavalos, eu sabia o quanto ele detestava aquela rota alternativa, porém precisava sair daquela druida o quanto antes.

The Witcher - The last wishOnde histórias criam vida. Descubra agora