CAPÍTULO - DEZESSETE

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Agora eu precisava pensar em um jeito de entrar a carta no serviço do Sandro sem parecer um maluco. Não queria ser invasivo nem nada disso. Eu ainda estava muito com o pé atrás de fazer isso, eu não sei se ele já está saindo com outra pessoa, seria muito egoísmo da minha parte atrapalhar a vida dele se ele já atenha seguido com ela. No fundo eu torcia que sim, pois ele merece, eu fiz a minha escolha e no final me arrependi, e voltar correndo pro Sandro depois disso fica a impressão que eu o coloquei no lugar de segunda opção. E ele não merece isso.

Eu sou um fodido mesmo.

Era sábado e eu estava almoçando com o Sandy, minha mãe já tinha saindo de casa para mais um plantão, mas disse que estaria em casa mais tarde. Peço pra Sandy lavar a louça, ela reclama, já que a louça do almoço é minha, mas eu explico o motivo e ela cede.

Não lembro muito bem aonde fica a Lanchonete do Francês, eu mando mensagem pra Núbia que me responde imediatamente, e eu agradeço muito por isso, já que ela é famosa em demorar a responder mensagens.

Pego o ônibus e vou o caminho todo analisando a carta e me questionando se eu escrevi tudo que eu realmente queria escrever. Quando já estou prestes a descer, paço a alguém do além que faça com que ele não esteja no serviço nesse horário. Núbia disse que quando ela foi com os pais dela lá, eles foram à noite, então eu sei que ele trabalha a noite, ou talvez ele estava trabalhando naquela noite. Se ele estiver lá. eu volto pra casa. E se ele não estiver, eu entrego a alguém com a cara mais simpática possível e peço pra entregar a ele e falo que sou um primo dele e que era um recado de alguém da família. É isso.

A lanchonete estava movimentada, era horário de almoço, então era normal o movimento. Não vejo a moto do Sandro na parte da frente, dou a volta para ver se ele a deixou nos fundos. Nada. Então tem grandes chances de ele não estar aqui. Ótimo. Entro na lanchonete e vou até o balcão principal. Tem uma menina com os cabelos pretos iguais aos meus e uma pele morena igual à do Sandro, do outro lado do balcão atentando um cliente. Ela termina e vem na minha direção.

— Oi, seja bem-vindo. O que vai querer? — Ela diz a frase com um sorrir de orelha a orelha.

— Me vê uma coca. — Peço com um sorriso também.

— Só isso? Não quer aproveitar o nosso especial do dia? — Ela pega um cardápio pra mim.

— Não, eu já almocei. — Respondo. — Na verdade, eu vim aqui fazer outra coisa — Eu abro minha mochila. — Aqui trabalha um garoto chamado Sandro, certo?

— Sim. Ele deve estar chegando por aí.

Então ele já estava pra chegar; eu precisava ir embora logo.

— Você poderia fazer um favor pra mim? — Eu coloco a carta em cima do balcão.

— Se não envolver matar alguém, sim. — Ela rir. Eu rio junto com ela.

— Não, não. Eu apenas queria você entregasse isso a ele. — Eu entrego a carta a ela. — Ele vai saber o que fazer com isso, acho.

— Só isso? — Ela olha pra carta.

— Sim. Só.

— Tá bem. Eu entrego a ele sim. Mas se quiser pode esperar por ele, ele deve estar chegando por aí. — Eu achei que no início ela estava sorrindo por apenas fazer parte do serviço dela, mas pelo visto não era.

— Não. É melhor assim. Obrigado viu.

— De nada. Ainda vai querer a coca?

— Ah, claro.

Não demorou muito e ela voltou com a minha coca. Depois de pagar, eu agradeço mais uma vez e saio da lanchonete antes que o Sandro chegue. Mando mensagem pra Núbia avisando que estava indo pra casa dela. Ela me responde na mesma hora, falando que tudo bem.

Quando descobri que Te AmoOnde histórias criam vida. Descubra agora