CAPÍTULO - NOVE

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Minha mãe estava preparando o café da manhã. Sandy estava contando que foi a aluna nota dez da turma e o quanto estava feliz de enfim ter acabado a tortura de estudar na atual escola.

— A senhora tem que ir o mais rápido possível no Batista fazer a minha matrícula, mãe.

Não existia ninguém mais mandona que Sandy, até a minha mãe se rendia as ordens dela. Era incrível isso. Na minha época não tinha essas coisas.

— Tem que esperar o ano letivo deles acabar, pirralha mandona. — Minha mãe falou ao colocar os ovos mexidos no balcão. — E você Dan, como estão as coisas? Vai ser o aluno nota dez também? — Ela fala segurando o riso.

— Daniel? Aluno nota dez? — Sandy pergunta rindo.

— Ei! Eu posso não ser o dez, acho que sou um oito. O importante é passar. — Eu corto o meu pão. Passo manteiga e coloco o ovo.

— Claro, o importante é passar, porque se não passar a porrada canta. — Sandy dá uma risada fazendo a gente rir. — E sobre a tal da carta, que eu já estou sabendo. Em que pé estão as coisas?

— Sandy, sua fofoqueira!

— O que eu fiz? Eu não falei nada não. Me respeita. — Ela fala indignada, e depois me bate com o pano de prato.

— Foi Alan que me contou. — Minha mãe responde rindo.

— Eu vou matar a Núbia! — Eu não acredito que ela contou isso pros pais dela.

— Me explica isso direito. — Ela olha pra mim. Minha mãe vai me perturba até eu contar, ela consegue ser pior que a Sandy.

— Não é nada demais. Já até desisti disso...

— Ele tá ficando com outro garoto já. Rápido ele. — Núbia é muito linguaruda.

— Como assim gente? Ama um e está ficando com outro? — Que vergonha isso estar sendo discutido na mesa do café da manhã.

— Ué mãe, a fila anda. — Eu e minha mãe olhamos pra ela.

— Você está sabendo muito sobre a fila andar, hein. Tem algo que eu não sei, pirralha? — Enfim o foco saiu de mim pra Núbia.

— Eu hein. Não tem nada não. Até parece que tem como esconder alguma coisa de vocês. — Ela bebe seu suco.

— Aqui ninguém esconde nada não, essa é a regra da casa. Sem julgamentos e sem segredos. — Minha mãe pontua.

Minha mãe sempre foi muito à frente do seu tempo, não que ela fosse velha. Ela muda conforme as coisas mudam. Ela não se agarra a um determinado tempo e ficou lá estagnada.

— Quando aparecer um felizardo eu conto. Por hora, não tem ninguém. — Sandy diz comendo seu pão.

— Tá bom então. — Minha mãe olha pra mim. — Agora você mocinho. Quem são esses garotos? Conheço? — Agora ela tá fazendo torradas. Quando ela está em casa de folga ela costuma fazer muita coisa pra comer, como se tentasse compensar as manhãs que ela não está com a gente.

— O da carta é o Breno, acho que a senhora deve lembrar dele, o Sandro a senhora não conhece ainda. — Ainda, por um momento a ideia de apresentar o Sandro pra minha mãe pareceu real na minha cabeça, mas esse seria um passo e tanto nesse lance que estávamos tendo.

— Breno Rodrigues? O filho do Marcos dono do clube de piscinas?

— O nome do pai dele eu não sei. Mas é o Breno Rodrigues mesmo. — Eu não sabia muita coisa sobre o Breno, nem o nome dos pais dele.

Quando descobri que Te AmoOnde histórias criam vida. Descubra agora