Anne olhou pela janela, a escuridão da noite permitindo que seu reflexo brilhasse diante dela. Ela se olhou no vidro, com sardas visíveis até no painel escuro. Ela havia se acostumado com as malas sob seus olhos, elas eram apenas uma parte dela agora. Talvez eles parecessem um pouco mais leves.
Era tarde e Anne estava revisando sua parte do relatório do laboratório. Ela e Gilbert haviam trabalhado durante o almoço e haviam dividido parte do trabalho para eles trabalharem. Eles estavam um pouco atrasados em relação ao progresso, mas seriam alcançados com facilidade. Ao contrário de seus colegas de classe, eles podiam trabalhar a noite toda. Eles não tinham outra opção.
Anne suspirou quando a luz das velas cintilou em seu papel. Marilla e Matthew tinham ido para a cama horas atrás, dando-lhe o sorriso simpático. Depois que Marilla encontrou ela e Gilbert dormindo no sofá, Marilla perguntou a Anne o que havia acontecido, se ela estava curada, como ela adormeceu e todas as outras perguntas em que pudesse pensar. Anne não conseguia descobrir como explicar que Gilbert era sua cura, então apenas dizia a Marilla que às vezes seria capaz de adormecer imprevisivelmente. Marilla temia que isso afetasse sua escolaridade, mas Anne garantiu que não, e ela conversaria com a senhorita Stacey sobre isso.
Anne foi tirada de seus pensamentos ao som de uma batida aguda na janela. Ela quase pulou quando a segunda apareceu, uma pedrinha batendo na janela a centímetros do rosto.
Uma parte selvagem do cérebro de Anne pensou que talvez os pássaros estivessem jogando pedras nela, mas um terceiro toque na janela tirou essa idéia da cabeça e ela abriu a janela para ver quem estava do lado de fora.
— Gilbert ?! — Anne sibilou, pendurada na janela do quarto.
Ele estava em pé logo abaixo da janela dela, com a mão para jogar outra pedra. Ao vê-la inclinada, ele sorriu.
— Anne!
— Gilbert, o que você está fazendo ?! Matthew e Marilla estão dormindo! — Anne sussurrou para ele.
— Eu... — Gilbert começou.
— Deixa pra lá! Você está barulhento demais, eu vou descer. — Anne o calou antes de fechar suavemente a janela.
Ela saiu do quarto, deixando a porta meio aberta atrás dela. Anne passou pela tábua barulhenta na frente do quarto de Marilla e desceu as escadas. Agarrando um casaco, ela cuidadosamente abriu a porta e se espremeu, rezando para que o rangido das dobradiças não acordasse Matthew ou Marilla.
Quando ela dobrou a esquina em direção a onde Gilbert estava parado, ela o viu chutando a terra com a ponta do sapato.
— Gilbert Blythe, você é louco? — Anne sussurrou com tanta força quanto pôde.
— Eu não conseguia dormir. — disse Gilbert como desculpa.
— Bem, isso não é particularmente fora do comum, não é? — Anne ainda estava furiosa. Se Marilla a encontrasse lá fora a essa hora...
— Pensei que podia... dormir aqui... — Gilbert não a olhou nos olhos enquanto esfregava a lateral do rosto.
— Você o quê? — Anne chiou. Gilbert realmente tinha enlouquecido.
Ele encolheu os ombros.
— Eu não sei, pensei... sei que dissemos cochilos à tarde, mas estou tão cansado que pensei que poderia dormir aqui.
VOCÊ ESTÁ LENDO
ℓιgα∂σѕ...
Hayran Kurguɢɪʟʙᴇʀᴛ ᴇ ᴀɴɴᴇ ᴛᴇᴍ ᴜᴍᴀ ᴍɪsᴛᴇʀɪᴏsᴀ ᴄᴏɴᴅɪçãᴏ ᴇᴍ ǫᴜᴇ ɴãᴏ ᴅᴏʀᴍᴇᴍ ʜá ᴍᴇsᴇs. ᴇʟᴇs só ᴘᴏᴅᴇᴍ ᴅᴏʀᴍɪʀ ǫᴜᴀɴᴅᴏ ᴇsᴛãᴏ ᴊᴜɴᴛᴏs.