Cap 32

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Bruno concordou e foi com ele, entraram e ele fechou a porta olhando seu patrão. Não sabia como ele reagiria aquela dura verdade, mas precisava falar, mesmo que depois tivesse que lhe deixar. Sabia que o filho estava feliz, ao lado da mulher que o amava verdadeiramente.

Dionísio o olhou esperando que ele falasse. Se sentia impaciente, seus sentimentos estavam confusos.

Bruno: Não sei como vai reagir à essa verdade - respirou fundo - o Sr não é filho do Sr Ferrer... na verdade sua mãe se apaixonou por um dos empregados da casa - falou triste - o casamento com o Sr Ferrer era um verdadeiro martírio para ela... foram dias difíceis... momentos conturbados... ela encontrou um refúgio, como sempre dizia, ao lado desse homem... foi ele quem sempre esteve ao seu lado... que sempre lhe cuidou... aos poucos eles foram se apaixonando e tiveram um relacionamento... isso foi antes do casamento... desse amor foi gerado um fruto... o Sr... seu avô lhe obrigou a casar com o Sr Ferrer... esse empregado não tinha como lhe tirar da vida que ela tinha... não poderia permitir que ela passasse dificuldades... quando ela casou, esse empregado foi trabalhar na casa dela... eles mantinha uma relação patroa, empregado... ela não sabia que estava grávida, descobriu uma semana depois... o Sr Ferrer chegou a lhe agredir ao saber que ela esperava um filho de outro... lhe manteve em casa por meses, até que o Sr nasceu... ninguém poderia saber ou sujaria o nome da família... o que ele não imaginava, era que esse homem sempre estivesse ao lado de sua esposa... que esse homem, criaria essa criança... criança essa que ele sempre odiou, até seus últimos dias de vida... esse homem... sou eu... o olhou com medo... eu sou seu pai Dionísio... sempre estive ao seu lado... mas como prometi à sua mãe, não revelaria essa verdade até que estivesse pronto... sei que devo te envergonhar por ser apenas um empregado... mas tudo que fiz... todo carinho... todo amor... foram verdadeiros... foram de coração... prometi a sua mãe que não o abandonaria e o fiz... até hoje estive aqui... vou entender se não quiser que eu permaneça aqui... mesmo como um simples empregado... só o fato de estar ao seu lado... de cuidar de você... te proteger... te manter bem é o suficiente.

Dionísio o olhava com a expressão calma, apesar de estar chorando por dentro. Aquele homem ali na sua frente, realmente fez tudo e muito mais do que havia dito, por ele. Dionísio tentou segurar suas lágrimas enquanto se aproximava de Bruno.

Dionísio: Até quando pretendia esconder isso de mim?... você sabe que eu sempre sofri por saber que meu pai não gostava de mim... mas se calou...- seus olhos estavam vermelhos - tudo o que sempre quis, era ter tido o amor do meu pai... você foi covarde em não me falar... eu não teria e nem tenho vergonha em saber que meu pai é um empregado Bruno... muito pelo contrário... até mesmo porque nunca te considerei assim... poderíamos ter aproveitado tanto... - falou com a voz trêmula.

Bruno: Não foi fácil te ver sofrendo... assim como não foi fácil ver a mulher que amei sofrer e não sabe o quanto ela sofreu... o que ela passou para te manter bem, em segurança... eu sei... estive aqui todos esses anos... sempre te amei como pai... só não pude te falar... não foi covardia... acredite... não poderia simplesmente chegar e dizer que era seu pai, do nada - respirou fundo - mas aconteceu... aqui estamos... o tempo não pode voltar atrás... aqui sou apenas um funcionário Sr... creio que o melhor a se fazer depois de tudo, é ir embora... chegou a hora de seguir... o Sr está em segurança... está ao lado da mulher que o ama... tem um filho maravilho... outro à caminho... como prometi à sua mãe, já cumpri minha missão aqui... por mais que me doa, te deixar é o certo a se fazer... sou grato por ter me permitido sempre estar ao seu lado - o olhou - se me der licença, tenho que arrumar minhas coisas... entregarei pessoalmente ao delegado o pendrive - falou e saiu indo ao seu quarto.

Ele entrou, fechou a porta e se encostou nela, sentindo suas lágrimas saírem.

Bruno: Finalmente acabou meu amor - chorou olhando a foto que tinha dela - nosso filho está seguro... agora vou seguir minha vida... não como eu queria - falava sozinho.

El Sacrificio - Refúgio y Dionísio (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora