El Sacrificio - Refúgio y Dionísio (Concluído)

Cap 21

Ele foi ao quarto e se vestiu rapidamente, precisava sair dali ou iria se quebrar. Ouvir da boca de sua esposa que seu irmão, a pessoa que foi responsável por sua suposta morte, era tudo que ela queria ter ao seu lado, lhe devastou de tal forma que não soube explicar.

Refúgio passou as mãos nos cabelos com o coração apertado.

Refúgio: Por que as pessoas sempre entendem mal as minhas palavras?...- perguntou a si mesma - droga...- falou indo para dentro de casa - Dionísio... - o chamava enquanto percorria a casa em direção ao quarto - Dionísio...- entrou no quarto e o olhou se encostando na porta - importa... e importa muito o mal que ele te fez... - suspirou o olhando - eu apenas disse que eu gostaria que nada do que aconteceu com todos nós, tivesse acontecido... - o olhava - depois que meus pais morreram eu nunca mais soube o que era ter uma família de verdade... pessoas que cuidassem de mim e que me amassem... só depois que conheci vocês, é que eu senti ter uma família novamente... é crime querer que vocês voltassem a ser unidos de novo?... que esse maldito acidente nunca tivesse acontecido?... - de seus olhos despencaram lágrimas doídas - me desculpa se te machuquei Dionísio... não foi minha intenção... acho que estou destinada a ficar sozinha... - falou abrindo a porta - obrigado por ter me dado o meu bem mais preciso... - saiu dali e foi para o quarto do filho.

Dionísio: E você tem a sua família - falou saindo do quarto - mas não está sabendo valorizar... depois de tudo que aconteceu, tudo que não quero é ter contato com ele... ele foi capaz de me abandonar a própria sorte, em um local que não tem sequer condições de se tratar... tive sorte de conhecer pessoas... pessoas não... anjos que salvaram minha vida e me mantiveram vivos durante anos... anos e não dias... você só está me fazendo sofrer com suas palavras... está querendo ter contato com alguém que causou mau a nossa família... ao nosso filho... por Deus Refúgio, acha que isso é amar... é cuidar?... ele te viu sofrer todos esses anos... viu nosso filho precisar do pai e não teve um pingo de decência... de compaixão... com o próprio irmão... eu estou aqui... querendo ter a minha esposa... o meu amor... meu filho... mas isso não te importa - falou sofrido - quer ir?... não vou mais te impedir... mas não me afaste do meu filho... não o tire dos meus braços - pediu sofrido.

Refúgio o olhou cheia de dor e se aproximou dele.

Refúgio: Quer mesmo que eu vá Dionísio?... - estava vermelha - não estava acreditando que ele estava lhe deixando ir tão facilmente - eu vou... vou embora da sua casa e da sua vida... - disse com a voz trêmula - não se preocupe... você verá seu filho sempre que quiser.

Dionísio: Não! - lhe puxou para ele, deixando seus corpos colados - ainda não entendeu Refúgio?... eu quero você... quero a minha esposa... o meu amor... não quero te perder... eu te amo, por que não entende isso? - acariciava ela.

Refúgio o olha com cara de choro.

Refúgio: Eu entendo... você é quem não me entende e fica tirando conclusões erradas do que eu falo.

Dionísio: O que eu não entendo? - Reh - respirou fundo - meu amor tudo que estou ouvindo, é você falar que queria que ele voltasse... vamos sair daqui... vamos recomeçar em outro lugar... eu... você e nosso filho.

Refúgio: Viu?... você só está escutando uma parte do que eu falo Dionísio... eu só queria que nada de ruim tivesse acontecido... todos éramos felizes antes do seu acidente meu amor... mas parece que tudo se destruiu depois dessa maldita tragédia... - segurou o rosto dele entre suas mãos - se é o que você quer... iremos... até para outro país se quiser.

Dionísio: Acha que eu queria viver isso?... que queria perder o homem que um dia foi capaz de sacrificar sua vida por mim?... eu o amei Refúgio... ele era tudo que eu tinha e de repente me deparei com essa situação... imagina o quanto me destruiu durante todos esses anos, saber que meu irmão foi capaz de tudo isso... de tanta crueldade - a puxou para seus braços - quero viver com você e com nosso filho, bem longe de tudo isso.