Capítulo 1

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Peter desceu as escadas, já vestido com o seu uniforme da escola e a mochila pequena e vermelha nas costas. Nicolle vinha correndo logo atrás dele sobre as quatro patas brancas.

— Bom dia, querido — eu disse, colocando o bacon e os dois ovos no prato de Matteo, que formaram uma carinha feliz. — Dormiu bem?

— Bom dia, papai — ele arrastou a cadeira com as mãos e se sentou. — Eu dormi bem, mas por que você ficou gritando durante à noite?

Senti minhas bochechas arderem e logo dei de costas para Peter, colocando a frigideira de volta no fogão.
Dessa vez, deixarei para Matteo dar uma desculpa sobre o sexo que fizéssemos noite passada.

— Papai Oliver não esteve gritando durante à noite, querido, não acha que foi sua imaginação?

— Talvez.

Guardei o lanche de Peter na lancheira e entreguei para ele.

— O que você fez, papai?

— Seu lanche favorito e um suco de maçã.

— Eba!

Ele guardou o lanche na bolsa vermelha, e de repente, escutei uma buzina do lado de fora.

— Vem, querido, seu ônibus chegou.

Peguei a chave sobre a mesa, enquanto Peter se despedia de Matteo com um beijo na bochecha.
Peguei em sua mão e caminhamos até o portão, o ônibus amarelo, com uma facha preta escrito "ESCOLA", já estava a espera dele.

— Tchau, meu bebê — beijei sua testa. — Tenha uma boa aula.

— Obrigado, papai.

O motorista saiu do lugar, para abrir a porta para Peter, que entrou dentro do ônibus, mas eu ainda podia o ver da janela. Ele estava lá, acenando para mim. Acenei de volta, e então, o ônibus começou a andar, tirando Peter de minha visão.
Voltei para dentro de casa.
Matteo já tinha terminado seu café, e agora, está colocando um casaco preto e pesado no corpo, já que lá fora faz frio.

— Já vai?

— Sim — ele me beijou. — Tenta não gemer tão alto da próxima vez, isso assusta nosso filho.

— Idiota.

Ele me beijou outra vez.

— Tchau, meu bem, eu te amo.

— Eu também amo você.

— Mas eu amo mais! — exclamou, fechando a porta, sem me dar tempo para retrucar.
Olhei em volta e tudo que eu vi foi Nicolle, encarando seu pote de comida, vazio.

— Me desculpe, garota — peguei seu pote de ração. — Quase me esqueci de você.

Despejei a comida na vasilha e ela começou a comer. Acariciei seu pelo branco e encarei o relógio da parede. São 06h30. Melhor eu me arrumar ou chegarei atrasado.
Deixei Nicolle na cozinha e subi as escadas.


— Papai!

Peter veio correndo em minha direção e eu o peguei no colo.

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