Capítulo 8

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Abri a porta e lá estava Peter, sentando em sua cama. Um grande gesso cobria seu pé esquerdo e ele parecia desenhar algo em um caderno.
Bati na porta com cuidado e ele se virou para mim, surpreso.

— Posso entrar?

Ele sorriu e largou o caderno.

— Você veio!

— Claro que eu vim.

Entrei no quarto junto com Matteo, que insistiu em entrar junto comigo, apesar de eu ter dito para ele esperar no carro. Ele também trouxe a Nicolle que está na caixinha de viajem ainda, só para ela não passa calor dentro do carro.
Me sentei ao lado de Peter e acariciei seu cabelo.

— Como está se sentindo, querido?

— Bem, mas não posso brincar lá fora com a perna quebrada.

— Ela vai curar e você vai poder brincar de novo.

— Espero que sim — ele olhou por cima dos ombros. — Quem é esse homem?

— Oi — Matteo se ajoelhou na frente dele, deixando a caixinha de viajem no chão. — Meu nome é Matteo, e o seu?

— Você não sabe?

Ele franziu o cenho.

— Eu deveria saber?

— Desculpa, pensei que você fosse mágico igual o Oliver.

Matteo olhou de relance para mim e eu desviei meu olhar para Nicolle que está dentro da caixinha.

— Ele é mágico, é?

— Sim! Ele sabia meu nome mesmo sem eu dizer!

— Engraçado, ele também sabia meu nome sem eu ter dito.

— O que tem nessa caixa? — Peter perguntou.
Eu abri um pequeno sorriso e deixei Nicolle sair. Ela olhou para Matteo, para mim e terminou em Peter. Nick pulou na cama e se deitou encolhida no colo de Peter, que ficou maravilhado e começou a fazer carinho em sua cabeça.

— Qual o nome dela?

— Nicolle. — eu respondi e ele continuou acariciando o pelo dela.

— Por que seu gesso está todo branco? — Matteo perguntou, de repente.

— Porque ele é branco. — Peter respondeu, sem tirar os olhos de Nicolle.

— Mas ninguém quis assinar?

— Eu não tenho amigos aqui.

— Eu sou seu amigo — eu disse. — Agora, me passa uma dessas canetinhas que você estava usando para desenhar.

— Você vai assinar?

— Claro.

Ele sorriu e abriu o estojo.

— Qual cor?

— Verde.

— É a minha cor favorita!

Eu me fingi de surpreso. Afinal, eu sabia que aquela era sua cor favorita.

— Sério?

— Você é realmente mágico!

Sorri e peguei a canetinha verde e me ajoelhei no chão ao lado de Matteo e então desenhei um coração e escrevi "Eu te amo muito! Com amor, mágico."

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