Capítulo 10

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Rachel me levou até o único parque que o orfanato poderia oferecer para as crianças, um parque pequeno com poucos brinquedos, mas era o suficiente para crianças que nunca tinham ido em um parque de diversões, como Peter, por isso ele ficou encantando quando foi, mesmo que estivesse com a perna quebrada. Rachel me contou que ele se exibiu bastante pera as outras crianças quando voltou, contando como era o parque de diversões.

— Ele está aqui — ela disse, quando chegamos e eu avistei Peter de longe no balanço. — Sua perna melhorou, então ele está brincando de novo.

— A perna dele melhorou?

Ela assentiu.
Olhei para Peter de novo e vi que realmente não tinha mais nenhum gesso branco enorme cobrindo sua perna.
Abri um sorriso e comecei a caminhar com Rachel ao meu lado na direção dele.
Quando me viu, Peter sorriu e correu. Chegando mais perto, eu me abaixei e o segurei no colo.

— Papai! — ele tinha se acostumado a me chamar assim, e eu estou satisfeito com isso. — Você viu? Minha perna melhorou! Agora eu posso andar e brincar!

— Isso é ótimo, querido.

— Você vai me levar no parque de diversões de novo? — perguntou. — Você disse que me levaria assim que a minha perna melhorasse, pra dessa vez eu ir em todos os brinquedos.

— Sim, eu vou te levar.

— O tio Matteo vai com a gente?

— Se você quiser que ele vá eu posso ver com ele.

— Eu quero que ele vá, papai.

— Tudo bem, então.

Ele comemorou.

— O que você está fazendo aqui, papai?

— Adivinha.

— Você já sabia que minha perna tinha melhorado, não é?

— O que? — comecei a rir. — Não, como eu ia saber?

— Porque você é mágico! Sabia meu nome sem ninguém ter dito.

— Depois eu vou te contar um segredo e você tem que prometer não contar para ninguém, pode ser?

— Sim.

Me virei de costas e comecei a andar para longe do parque com Peter em meu colo.

— Eu estou aqui para levar você para casa, querido.

— Sério?

— Sim, eu disse que era apenas uma questão de tempo. Agora eu sou oficialmente seu papai.

De repente, Peter começou a chorar, o que me assustou.

— Peter? — coloquei ele no chão. — Por que está chorando? O que foi? Isso foi uma notícia ruim?

— N-n-não — ele limpou as lágrimas e sorriu para mim. — É que e-e-eu estou muito feliz!

— Oh, meu amor — acariciei seu cabelo. — Não precisa chorar.

— Eu te amo, papai.

Senti vontade de chorar de alegria também, porém eu me contive e apenas beijei a testa de Peter.

— Eu te amo mais. Agora vá arrumar suas coisas para irmos embora.

— Estou indo!

Ele saiu correndo e eu fiquei ali, esperando, sentindo que a qualquer momento iria explodir de felicidade.
Peter finalmente é meu filho de novo.


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