Cento e doze

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Meredith PoV
15 dias depois

Desde que chegamos do hospital, o Andrew tá no quarto com um péssimo humor, eu to bem e volto a trabalhar na segunda, ele ainda vai ficar em casa por mais 15 dias e odiou isso, eu estava quase enlouquecendo de tanto ficar em casa, mesmo que a gente vá lá embaixo ou ao mercado, uma vez ou outra, a maior parte do tempo é dentro desse apartamento.
Eu to na varanda, olhando pro nada e pensando no que fazer pra animar o Andrew, quando meu celular toca, é a Carina
- Oi
- Oi, Meredith, meu irmão mal humorado tá aí perto?
- Não, tá no quarto, quer falar com ele?
- Não, com você mesmo
- Então diz
- Meu pai tem procurando sempre saber do Andrew e do bebê, eu nunca falei tanto com ele, em tão pouco tempo, ele poderia visitar vocês?
- Claro, quando quiser, mas porquê ele não ligou pro Andrew?
- Porque não é simples assim, então fala com o Andrew primeiro e me confirma se você conseguiu convencê-lo, tá?
- Ta, eu te ligo depois, então
- Ok
Eu acho aquilo meio estranho e vou falar com o Andrew
- Amor
Ele tá em pé, olhando pela janela, eu o abraço devagar, por trás
- O que foi?
- Nada, vem cá
Eu vou pra frente dele e minha barriga fica entre nós dois, ele me beija
- Eu acho que vou pra casa
Ele diz ao final do beijo e eu acho que não ouvi direito
- O que?
Ele se afasta e anda pelo quarto
- Mer, serão mais 15 dias do mais absoluto tédio
- Você não vai pra casa, ficar sozinho e acabar fazendo o que não pode e se machucando, não vai
Ele olha pra mim
- Ei, calma, eu não vou fazer...
- Andrew, eu vou ficar ainda mais preocupada do que eu já fico normalmente, pelo menos aqui, você não vai ficar sozinho
- Você vai trabalhar, eu vou ficar sozinho
- Não, a Jane estará aqui e mesmo com sua teimosia, tem alguém pelo menos pra fazer a comida, por favor, fica
- Ta, tá bom
Ele me abraça com o braço livre
- Eu vou ficar, pronto, vou ficar entediado aqui, onde você pode me vigiar
- Excelente, eu tenho que falar uma coisa com você, vamos sentar aqui, você deveria deitar, um pouco
Nós sentamos na cama
- Meredith
- Seu pai quer vir nos fazer uma visita
- O que?
- Eu disse que tudo bem
- Você o que?
Ele levanta
- Senta
- Meredith
- Senta aqui
Ele passa a mão no rosto e senta
- Ele tem ligado pra saber de você
- Pra você?
Ele pergunta surpreso
- Não, pra Carina, ele quer ver a gente, tecnicamente é sobre você e o bebê, mas eu estou diretamente envolvida, sabe?
Eu aponto pra barriga, brincando pra tentar amenizar o clima pesado que ficou
- Não sei pra quê isso
- Não tá confirmado, Andrew, ele só vem se você quiser
Ele respira fundo
- Se ele disser qualquer coisa que eu ache minimamente ofensiva com você, eu vou mandá-lo ir embora
- Como você quiser
Ele olha pra mim e suspira
- Ta, confirme isso pra amanhã logo
- Eu vou avisar pra ela, deita um pouquinho, tá?
Eu saio do quarto e ligo pra Carina
- Pronto
Eu digo, quando ela atende
- Sério? Ele aceitou?
- Sim, pra amanhã
- Não sei qual o milagre que você mas tá ok, né?
- O que foi que aconteceu, Carina, eu sei que eles nunca se deram bem mas não era assim
- Eu não posso te contar, Meredith, pergunta pra ele
- Ele acha que eu vou quebrar com qualquer coisa, fala logo
- Eles tiveram uma discussão meio que por sua causa, desde então, mal se falam
- Por minha causa?
- O Andrew não ficou muito bem depois de tudo entre vocês e o Sr Deluca disse algumas coisas, tudo ficou meio tenso entre eles
- Alguma chance de você me dizer o que ele disse?
- Não, pra não piorar essa situação, mas você o enfrentou na primeira vez que o viu, coisa que eu adorei mas ele, não, então você pode imaginar que ele não disse coisas boas né?
- Ta, entendi, ele não é meu maior fã e eu sou a mãe do primeiro neto dele, as coisas serão interessantes, amanhã
- E eu vou ver isso, mas lembra que você não pode se estressar, Meredith, por favor
- Não vou, não se preocupe, até amanhã
- Tchau
Amanhã será bem interessante.

A Zola chega da escola saltitante
- Mamãe, meu aniversário será de fadas
- Não era de borboletas, mocinha?
Eu sento no sofá e ela senta no meu colo, ela tá pesada pra eu pega-la de pé
- Mas as fadas são tão bonitinhas, mamãe, por favor
- Então que tal um jardim encantado com fadas e borboletas
Ela dá um sorriso enorme
- Você é a melhor mamãe do mundo e eu vou ter o melhor aniversário
Eu abraço ela e o bebê chuta
- Ah, oi bebê, você ouviu que eu vou ter um aniversário do jardim encantado?
Ela encosta os rostinho na barriga e ele chuta novamente, a Zola ri e meus olhos enchem de lágrimas, eu amo a interação dos dois e ele nem nasceu ainda
- Cadê o tio Andrew? Eu vou contar pra ele
Ela desce do meu colo e sai correndo
- Bate na porta, filha
Eu levanto, coisa que já tá ficando complicada de fazer e vou atrás dela
- ... então a festa vai ser do jardim encantado
Ela tá em cima da cama, muito concentrada, explicando
- O que é uma ótima ideia
O Andrew responde sério
- É a melhor ideia do mundo inteiro
- O que também é uma ótima ideia é ir tomar banho, a Jane tá esperando
- Mamãe...
- E sem reclamar
Ela desce da cama
- Ta vendo, tio Andrew, se prepara porquê quem mora aqui tem que tomar banho na hora que a mamãe manda
Andrew e eu ficamos calados e ela vai pro banho com a Jane
- Ela acha que eu moro aqui
Eu sento na cama
- Não vamos pensar nisso agora, não tá?
- Tudo bem, mas vamos ter que fazer isso em algum momento
- Eu sei
- E essa festa? Em menos de 15 dias e você fez o que?
Eu dou risada
- Reservei o salão de festas e só
- E vai dar tempo?
- Ela nem tinha escolhido o tema ainda, mas vai dar tudo certo, além do mais, eu só tenho que ir, a Jo é ótima com um telefone
Ele sorri
- Quem sabe ela não organiza nosso casamento também
Eu olho pra ele muito rápido
- Ta bom, calma, isso não foi um pedido
Ele diz rindo, eu semicerro os olhos
- Não vá aprontar nada, Andrew Deluca
- Eu não
Eu ouço a Zola me chamar e vou ver o que foi.

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