Cento e quatorze

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Meredith PoV

Todo meu nervosismo de hoje, é por causa do Andrew, não me incomoda o que o Sr Deluca pensa sobre mim mas sim como isso vai afetar o Andrew, eu abro a porta e é a Carina na frente
- Oi, Meredith, você tá linda
Ela me abraça
- Obrigada, Carina, entra
Ela passa e o Sr Deluca me estende a mão
- Senhorita Grey
- Senhor Deluca, fique a vontade
Eles entram
- Sentem-se
O Andrew diz, o clima é estranho demais, a Carina vai abraçá-lo
- Devagar
Ele reclama
- Que drama, Andrea
Ela ri
- Como você está?
- Bem
O Sr Deluca se aproxima
- Andrea
- Pai
Eles se cumprimentam e é ainda mais estranho, eles sentam e eu sento ao lado do Andrew
- Como tem sido seu recuperação?
Ele tenta começar um assunto
- Lenta
A Carina olha pra mim
- A fratura das costelas está se recuperando muito bem, mas ele ainda precisa de repouso, o braço demora um pouco mais, mas tudo dentro do esperado
Eu digo
- Fico feliz em saber e o bebê, como vai?
Ele pergunta pra mim e agora eu também fiquei surpresa
- Muito bem, ele é bem saudável e grande
O Andrew sorri pra mim
- Ele nasce em aproximadamente dois meses
A Carina diz, ele apenas assente e o silêncio volta a se instalar
- Vocês moram juntos?
O Sr Deluca pergunta e a Carina olha pro Andrew, já a espera da reação
- Não
O Andrew é rápido e seco nas respostas
- Eu... - ele parece hesitar e todos nós esperamos o que ele tem pra dizer - eu pedi que trouxessem seu berço da Itália, acho que você não lembra, mas estava guardado, ele balança e eu pedi que reformassem, tem um jogo de coisas de berço com o monograma dos Deluca, enfim, está aqui, na minha casa, se vocês quiserem, eu gostaria de saber onde entregar
Nenhum de nós dois consegue dizer nada
- Aqui, né Meredith?
A Carina diz
- É... claro, aqui mesmo, muito obrigada
- É um prazer compartilhar algo assim com vocês, se for possível, eu gostaria de dar uma palavra com o Andrea
- Elas não precisam sair pra isso
Eu olho pra ele, ergo a sobrancelha, então ele fecha os olhos e suspira, concordamos
- Carina, me ajuda aqui
Eu digo, levanto
- Com licença
A Carina vem comigo
- Você sabia desse berço?
Eu pergunto baixinho, quando chegamos a cozinha
- Não, eu sabia de um presente, mas não sabia o que era, inclusive tem um pra Zola, no carro
- Pra Zola?
- Eu acho que meu pai gosta dela, eu não vou dizer com certeza porquê não sei se é possível que ele goste de alguém mas desde quando ele a viu, ele pergunta por ela, como é a relação dela com o Andrew, disse que ela é muito educada
- Eu nem sei o que dizer
- Cadê ela?
- Foi ao parque, eu não sabia como seria o clima por aqui, achei melhor assim
- Vocês vão permitir que ele faça parte da vida do bebê?
- Andrew disse que eu não contasse com isso, ele acha que serão só promessas
- Eu não sei, ele pareceu realmente triste porquê não sabia do bebê, eu fiquei chocada, no hospital
- Ele disse alguma coisa?
- Que o Andrea tinha uma família e ele não fazia parte
- Nossa
- Mas ele sabe que a culpa é dele
- Ainda bem que sabe
- Então, nós vamos mesmo pegar alguma coisa aqui ou...
- Ah, tem uma torta na geladeira
Nós servimos os pratos e voltamos pra sala
- Vocês aceitam torta de limão?
- Claro
O clima parece tranquilo entre eles, seguimos em uma conversa sobre o Andrew criança, que me faz rir e o deixa muito constrangido, eu nem vi a hora passar, a porta se abre a Zola entra com a Jane
- Boa tarde, licença, mamãe, aconteceu uma tragédia, eu já volto
Ela corre pro banheiro
- Boa tarde, eu vou ajudar ela
A Jane vai atrás e o Sr Deluca olha de um pro outro
- Ela tá bem?
Ele finalmente pergunta
- Ta
Eu respondo sem entender bem
- Ela disse que aconteceu uma tragédia
Eu sorrio
- Ela vai fazer questão de explicar quando voltar
Ele fica meio apreensivo e logo ela volta, Jane se despede e vai embora
- Oi
Ela se aproxima olhando pro Sr Deluca
- Oi, você lembra de mim?
Ele pergunta e ela só faz que não
- É o Sr Deluca, filha
Eu digo
- Deluca como o tio Andrew?
- Isso mesmo, Zozo, ele é meu pai
- Ah, tá bom, oi, Carina
- Oi, Zozo
- Agora eu tenho que contar a tragédia
- Claro, conte
- Dois meninos muito maus estavam tentando acertar as borboletas com um galho, eu fiquei tão brava, tão brava igual você quando eu grito
- Então foi muito brava
O Andrew diz e eu olho pra ele
- Eu não disse nada
Ele diz e os dois riem
- E o que foi que você fez?
- Eu disse que não podia, eles não me ouviram, aí eu chorei que é o melhor jeito de chamar todas as babás, elas vieram, brigaram com eles e todo mundo disse que eu salvei as borboletas
- Muito bem, meu amor, vem cá pra eu te abraçar
Ela me abraça e depois abraça o Andrew
- Eu to muito orgulhoso de você, Zozo
Ele diz pra ela
- Eu vou ensinar meu irmão a não machucar as borboletas
Ela diz passando a mão na minha barriga, eu não podia estar mais orgulhosa da minha pequena ativista
- Eles já são melhores do que eu fui não é?
O Sr Deluca fala baixo com a Carina e ela desvia o olhar 
- Eu tenho uma coisa pra você, Zola
Ele muda o tom de voz pra falar com ela
- Pra mim?
A Zola pergunta surpresa
- É, tá lá embaixo, no carro, eu vou buscar, tá?
- Ta bom!
A Zola já está empolgada
- Vem comigo, Carina? Nós voltamos já
Eles levantam e eu abro a porta pra eles saírem, fecho e olho pro Andrew
- O que foi essa mudança aqui?
- Nós conversamos
- Sobre o que?
- Depois eu digo
A Zola anda de um lado pro outro
- Calma, mocinha
O Andrew diz
- Eu to nervosa, né?
Ele olha pra mim e eu me seguro pra não rir. Depois de alguns minutos, tocam a campainha e eu abro a porta, a Carina entra com dois pacotes e o Sr Deluca vem com outro bem maior atrás, eu estou boquiaberta com o exagero
- Isso tudo é pra mim?
Nem a Zola acredita
- É
O Sr Deluca diz com um sorriso, eu nem to acreditando, o Andrew tá totalmente sem reação, eu ajudo a Zola a abrir os pacotes, uma casa da Barbie, que eu resisti muito pra não comprar até que ela fosse um pouco maior, umas seis caixas de jogos diferentes no outro pacote e no pacote grande um unicórnio de pelúcia que dá pra Zola deitar em cima, a própria definição de exagero
- Como é que diz, Zozo?
Eu digo ainda atônita
- Mil vezes obrigada, Sr Deluca
- Pode me chamar de Vicenzo, Zola
- Então me chama de Zozo e nós vamos ser amigos
- Eu gostaria muito disso
- Então me ajuda a levar essas coisas pro meu quarto?
- Com certeza
A Zola vai na frente e ele leva as outras coisas atrás, nenhum de nós três tem voz pra dizer nada, eu não saberia dizer quem está mais surpreso, alguns minutos se passam e eles não voltam, nós só nos olhamos e levantamos, vamos os três na ponta dos pés, até o quarto da Zola e ali, eu vi aquele homem rude e duro, ficar derretido por uma garotinha e brincar de festa do chá, sentado no chão, com uma xícara rosa na mão.

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