Cento e treze

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Andrew PoV

Eu demorei muito a dormir e acordei muito cedo, eu to ansioso e nervoso com essa visita, ele vai achar algo pra criticar e eu não vou ficar calado, vai ser um estresse desnecessário pra Meredith, ela não deveria passar por mais nada nessa gravidez, já aconteceu tanta coisa e esse último trimestre é tão delicado, eu já não sei mais se essa visita é uma boa ideia
- Eu sei quando você tá acordado
A Meredith diz baixinho, eu viro de lado e dou um beijo na bochecha dela
- Bom dia e por que você já tá acordada?
- Eu tenho que ir ao banheiro mas aqui tá tão quentinho
Eu sorrio, ela levanta e vai ao banheiro
- Por que você já acordou?
Ela pergunta quando volta
- Perdi o sono
- Ta preocupado né?
Ela senta na cama
- Deita aqui
- Você não sabe como é difícil isso
Eu não canso de admirar o quanto ela tá linda, grávida, desde que fez 7 meses, a barriga cresceu bastante e eu amo estar perto pra curtir cada minuto disso, ela senta e consegue deitar ao meu lado
- Você vai me contar porquê tá tão nervoso com essa visita?
- Você sabe como ele pode ser desagradável e eu não quero que você tenha que passar por isso
- Andrew, eu sei me cuidar e eu não vou me ofender com o que o seu pai disser, ele nem conhece, eu não me importo com o que ele acha sobre mim
- O que a Carina disse pra você?
- Ela não quis me dizer nada
O bebê chuta
- Você deveria me dizer
- Não faz sentido trazer isso a tona agora
O bebê chuta novamente
- Eu acho que eu deveria saber o que o seu pai pensa de mim, não é?
- Você acabou de dizer que não importa
O bebê chuta mais uma vez
- Você é frustrante
- Vamos, você está com fome, essa impaciência, ele herdou de você
Eu levanto da cama e dou a mão pra ajudar ela
- Você não pode fazer força, eu ainda consigo levantar sozinha, em mais ou menos um mês, você me ajuda
Ela diz e eu sorrio, eu só quero ver como vai ser quando a Meredith realmente precisar de ajuda.

Aquela manhã passou voando e quanto mais a tarde se aproximava, mais tenso eu ficava, a Meredith parecia nem se importar, enquanto eu não conseguia tirar os olhos do relógio, por volta das quatro, eu estou na sala esperando a Meredith se arrumar e vejo a Zola sair do quarto com a Jane
- Tio Andrew, eu vou ao parque
- É mesmo?
- É, você quer ir? Lá tem sorvete e algodão doce, lembra?
- Ah, eu lembro e eu adoraria ir mas a sua mãe não me deixa sair por muito tempo, lembra?
- Ah, é, você ainda tem isso no braço, então fica logo bom e a gente vai, tá?
- Ta bom
- Maaaamãaaaae
A Zola grita e a Meredith sai do quarto, ainda com o cabelo molhado e muito séria
- Sem gritos, Zozo
Eu digo baixinho
- O que nós conversamos, Zola?
A Meredith pergunta séria
- Desculpa, desculpa
- Sem gritos, não é?
Eu ouço as duas conversando mas estou hipnotizado pela Meredith com um vestido que deixa a barriga muito em evidência
- Eu não vou mais gritar, a gente já pode ir?
- Vem cá
A Zola pula do sofá e corre pra ela, até eu já decorei o que a Meredith vai dizer pra Zola, acontece todas as vezes que ela vai sair, seja obediente, trate todo mundo com educação, não fale com nenhum adulto desconhecido, só vá até onde você ainda consiga ver quem está com você, tome água todas as vezes que te chamarem, escolha só um doce e não reclame quando for hora de vir pra casa, logo as duas vem do quarto, a Zola me dá um beijo e sai com a Jane
- Eu vou só secar meu cabelo
A Meredith diz ainda muito séria
- Espera
Eu levanto do sofá e vou até ela
- Você tá linda
Eu dou um beijo nela
- Eu não acho mais nenhuma roupa que sirva, culpa sua
- Minha?
- Você acha que isso aqui é coisa de quem?
Ela aponta pra barriga e eu dou risada, ela cruza os braços, muito séria
- Claro, culpa minha, desculpa?
Eu tento ficar sério e ela vai pro quarto, eu me divirto com essas mudanças de humor, pelo menos, as vezes.
A Meredith vem do quarto e é incrível como ela não vê o quanto está absolutamente deslumbrante nesse vestido, eu sorrio pra ela e o interfone toca, ela atende e volta pra sala
- Ta nervoso?
Ela me pergunta, sentando ao meu lado no sofá
- Acho que tenso define melhor e você?
- Acho que posso dizer tensa também
Ela encosta no meu ombro e eu a abraço, eu odeio não poder tomá-la nos meus braços, de verdade, abraçá-la como eu gostaria de passarmos o final de semana inteiro fechados em um quarto, ocupados demais pra pensar em outra coisa
- Você ficou tão quieto? O que foi?
Ela pergunta olhando pra mim, eu seguro o queixo dela e a beijo
- Quer saber o que eu estava pensando?
- Quero
- Em nós dois, fechados em um quarto pelo final de semana inteiro
Ela dá risada
- Andrew, eu pensei que era sério
- E é sério
A campainha toca e ela levanta
- Cinco meses, mais ou menos
- Pra que?
Ela vai andando pra porta
- Pra gente conseguir isso
- Você tá brincando
- Dois meses que ainda faltam pra ele nascer e mais uns três pra eu deixar ele ficar com alguém uma noite inteira
Eu encosto no sofá
- Não
Ela ri e abre a porta

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