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30 dias depois
Meredith PoV

Não é possível que essa criaturinha tão pequena, tome todo o meu tempo, dessa forma, Bailey não chora muito, desde que esteja alimentado, mas se não estiver, o desastre tá garantido.
- Mamãe
A Zola entra no quarto, de manhã, quando eu estou saindo do banho
- Oi
- Me leva na escola hoje? Eu só vou com a Jane, todo dia
- O Papai te levou na escola essa semana
- Ah é... mas você não, só fica com o Bailey
Eu sento na cama e seguro as mãozinhas dela
- Filha, não é assim, o Bailey só come com a mamãe e por isso ele fica no meu colo, mas eu também fico com você, a gente fez um desenho lindo ontem, não foi?
- Eu sei, mas me leva hoje, por favor
Eu suspiro
- Cadê o Papai?
- Ta lá na cozinha
- Você já comeu?
- Já
- Então espera um pouco
Eu troco de roupa e quando estou terminando de arrumar o cabelo, a Jane vem
- Zozo, vamos?
- Ela levo ela hoje
Eu sorrio e a Jane me olha, surpresa
- Ajuda o Andrew com o Bailey, se ele precisar, tá?
- Claro
Eu pego a mão da Zola e encontramos o Andrew no corredor
- Onde vocês vão?
- A mamãe vai me levar na escola
A Zola diz empolgada, o Andrew olha pra mim, muito rápido
- Meredith
- Vai pegar sua mochila, Zola
Eu digo e ela entra no quarto dela, nós dois vamos pra cozinha
- Uns 20 minutos e eu to de volta, se você tiver que ir, a Jane fica com o Bailey
- Eu posso levá-la
- Eu sei, mas ela quer que eu vá
- Você não deveria se esforçar tanto
- Não é esforço, Andrew, são muitas mudanças na vida da Zola que ela não pediu, eu tenho que ter tempo pra ela
- Ela é uma criança, não é saudável que ela tenha tudo que quer, você mesmo que diz isso
- Ela só tá pedindo pra eu levá-la na escola, isso não é muito
- Se o Bailey acordar? Você sabe como é quando ele tá com fome
- Tem 10 minutos que ele mamou, essa discussão é desnecessária
- Desnecessário é você fazer as vontades da Zola porquê se sente culpada, não é bom pra ela
- Ela é minha filha e eu sei o que to fazendo
Eu saio da cozinha e encontro com a Zola na sala
- Vamos?
- Vamos, eu fui dar tchau pro meu irmão e falta o tchau do papai
O Andrew tá na entrada da cozinha e a Zola vai abraçá-lo, mas eu não olho, espero por ela na porta e nós saímos.

Foi muito bom ter saído um pouco com a Zola hoje, nós duas precisávamos disso, talvez, eu mais do que ela, eu demorei mais do que o necessário pra voltar pra casa, só pro Andrew já ter saído quando eu chegar, não quero brigar e não to com muita paciência ultimamente.
Quando eu abro a porta de casa, ouço o choro do Bailey e a culpa me invade, eu sinto como se tivesse escolhendo entre eles e é horrível, eu vou pro quarto
- A mamãe chegou, bebê
A Jane me entrega o Bailey e eu sento pra amamentar
- O Sr Deluca saiu tem pouco tempo
- Tudo bem, obrigada Jane
Eu observo o Bailey mamar e parece que ele já cresceu tanto, eu seguro a mãozinha dele e admiro aqueles olhos verdes me olhando até se fecharem me olhando, a sensação de ser a única a conseguir acalma-lo é incrível e sufocante.

Eu arrumo o Bailey pra irmos pra uma consulta de rotina, ele fica quietinho enquanto eu me arrumo, eu to contando o tempo entre as mamadas pra dar tempo chegar lá
- Ta vendo o que você faz com a mamãe, bebê?
No meio de tudo isso, mês que vem tem o lançamento oficial do meu livro, as pré-vendas estão esgotadas e eu mal posso acreditar nisso, termino de me arrumar e vou pra sala com ele e a bolsa, já estamos prontos pra sair, mas cadê a chave do carro, droga, o Andrew tem usado meu carro já que o dele ainda não foi liberado, depois do acidente, eu respiro fundo e ligo pra ele
- Oi
- O carro
É a primeira coisa que eu digo
- Eu to com o carro, por quê?
- O Bailey tem consulta hoje, Andrew
- E você vai dirigir?
- Eu ia né?
Ouço ele respirar fundo
- Eu levo vocês na hora do almoço
- Não, eu vou agora
- Meredith
- Tchau
Eu desligo o telefone e chamo um táxi.

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