Cinquenta e seis

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Andrew PoV

Eu chego no apartamento da Meredith e chamo, ela não responde, eu entro
- Meredith?
Silêncio
- Zola? Zozo, você tá aqui?
- No quarto, Tio
Eu ouço a voz dela abafada pela porta fechada, eu corro pra lá e abro a porta, a Meredith tá sentada no chão, abraçada com a Zola, eu sento ao lado dela
- Oi, Tio
- Oi, Zozo
Eu passo os braços em volta da Meredith, ela não diz nada
- Eu to com sono, eu quero deitar na cama
A Zola diz coçando os olhos
- Mer, vamos deitar com a Zola, vem
Mais um trovão e a Meredith estremece
- Vai ficar tudo bem, vem
Eu tento pegar a Zola, mas ela não solta, eu a ajudo a levantar, ela vai até a cama e deita com a Zola
- Eu vou dormir aqui?
- Vai, Zozo
Eu arrumo ela na cama, deito atrás da Meredith e a abraço forte, depois de alguns minutos, eu sinto a mão dela no meu braço, eu beijo o cabelo dela
- Ta tudo bem
Mas o corpo dela treme a cada trovão, eu acho que mais de uma hora passou até que os trovões passassem completamente, eu sinto o corpo dela relaxar e ela vira pra mim, devagar e me abraça, eu beijo a testa dela e ela sussurra
- Obrigada
Eu abraço mais apertado e nós ficamos assim, por alguns minutos, então ela diz, baixinho
- Na noite que meus pais morreram, chovia muito, me acordaram no meio da noite e eu lembro, claramente, dos relâmpagos clareando meu quarto - ela para por um momento, respira fundo e continua - Eu mal tinha entendido o que estava acontecendo mas aqueles trovões anunciavam que minha vida nunca mais seria a mesma, era muito alto e eu procurei eles pela casa, parecia que os trovões estavam cada vez mais perto, eu tive pesadelos por noites seguidas, depois disso, eu já procurei ajuda psicológica e melhorou mas nunca passou, eu sempre acho que não vai mais acontecer até acontecer, de novo
Eu mal consigo absorver toda essa história, eu nem imagino o quanto foi traumatizante toda essa história
- Eu sinto muito
Eu digo pra ela, baixinho
- Obrigada por vir
- Eu sempre vou estar aqui

Ficamos em silêncio por um tempo, então ela se arruma na cama
- Vamos
Ela diz baixinho
- Onde?
Eu pergunto mas ela já tá levantando da cama, eu levanto também e vou atrás dela que foi pra cozinha
- Eu não comi nada
Ela diz quando chega na cozinha, ela parece tão bem que mal dá pra acreditar que ela estava tão assustada há meia hora atrás
- Eu faço alguma coisa pra gente
Eu digo, ela senta e eu vou procurar alguma coisa na geladeira
- Eu achei que você estava com raiva de mim
Ela diz e eu olho pra ela
- Acho que me sentindo culpado define melhor
- Você não falou comigo pelo resto da semana
- Eu fui falar com você hoje mas quando consegui chegar você já tinha saído
- E o que você queria me dizer?
Eu dou a volta e paro na frente dela
- Que eu sou um idiota, que eu não tenho o direito de falar com você daquele jeito, que mesmo não gostando do Riggs, não cabe a mim dizer o que você pode fazer ou não, que eu confio em você e pedir muitas desculpas te dizendo o quanto minha casa e minha vida ficam vazias sem você
Ela sorri, me puxa pela camisa e nós nos beijamos
- Acho que eu gostei dessas desculpas, você não precisa se preocupar com ele, Andrew, nem com ninguém
- Nós precisamos que as pessoas saibam sobre a gente
- E como vamos fazer isso? Eu não posso ficar sem emprego agora
Ela diz com um sorriso
- É, nem eu, mas eu vou pensar em alguma coisa
Nos beijamos novamente e eu vou terminar de fazer alguma coisa pra gente comer.

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