Capítulo 24

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Fui até a porta do jeito que estava, uma verdadeira maloqueira. Abri a porta, mas mal tive tempo de raciocinar, porque o Thiago entrou, me pegou em seu colo e sem ao menos pedir permissão me beijou como se fosse a última coisa que faria na vida. Eu já não tinha tanto juízo e ele era capaz de aplacar a minha raiva com simples gestos.

Enquanto ele me beijava, meu cérebro que tinha parado de funcionar deu sinal de vida e percebi que estava fazendo a coisa errada. Não deveria me entregar a ele assim, sem mais nem menos.

Parei o beijo, por mais que meu corpo pedisse cada vez mais e disse com um fio de voz que me restou.

— Me põe no chão, precisamos conversar — ainda estava ofegando.

— Você tem razão, precisamos mesmo conversar — senti que ele ficou meio sem graça. Ele me colocou no chão, mas mesmo parecendo envergonhado de sua atitude, me deu um beijo casto.

Fechei a porta e pedi para ele se sentar, perguntei se ele queria alguma coisa e ele negou. Me sentei ao seu lado e foi aí que a conversa começou.

Thiago Santos

A minha pequena estava demorando para abrir, estava ficando mais nervoso e apreensivo. Assim que ela abriu a porta e que eu dei de cara com aqueles lindos olhos e ela de shorts e um blusão, não me aguentei, meu cérebro entrou em curto circuito e eu a ataquei. A peguei em meu colo e a beijei, e foi aí que minha ficha caiu, eu precisava dela na minha vida para sempre.

Eu sei que eu fui precipitado, mas senti a necessidade de sentir seu beijo novamente, isso me trazia uma paz sem tamanho.

Senti que começou a se mexer em meu colo e foi parando o beijo aos poucos.

— Me põe no chão, precisamos conversar — ela disse com aqueles olhos azuis que agora pareciam tristes.

— Você tem razão, precisamos mesmo conversar — senti uma dorzinha no peito, mas fiz o que ela pediu, mas ainda dei um selinho nela porque ainda tinha a necessidade de senti-la.

Sentei-me, ela me ofereceu algo para beber, mas não quis, queria apenas passar as histórias todas a limpo. Ela se sentou do meu lado e eu comecei a falar.

— Ali, me desculpa ter chegado de surpresa e ter te beijado assim, não tinha esse direito, mas eu vim porque queria falar com você. Eu sei que nos últimos dias eu tenho agido como um idiota, mas é que eu senti medo de não ter mais você por perto.

— O que você tem com aquela mocréia praiana? — foi bem categórica ao perguntar.

— Eu não tenho nada com ela, mas e você o que tem com o Rúben? — senti a raiva brotar em mim e retruquei com a mesma pergunta.

— Eu não tenho nada com ele.

— Não parecia.

— Digo o mesmo de você e da Ana Paula — disse ela revirando os olhos.

— Falando nisso, você poderia me contar tudo o que houve?

— Eu fui ao banheiro e ela foi atrás, fez questão de me atazanar e esfregar na minha cara que estava jantando com você, foi aí que achei que vocês estavam juntos. Ela quis me humilhar.

—Ali, eu não sabia disso, me perdoa — tentei abraçá-la, mas ela se afastou.

— É, mas enfim, passou né?

— Me desculpa, sério, eu não queria agir daquele jeito, mas eu vi você com o Rúben na lanchonete um dia depois da visita dos seus pais e fiquei louco, ai eu encontro vocês dois juntos jantando e sei lá — disse olhando para o chão — Mas a questão é que eu não tiro você da minha cabeça um minuto, e eu quero você pra sempre comigo, não importa quanto tempo demore, eu não vou desistir — disparei rápido.

— Eu não sei o que dizer, preciso pensar.

— Ainda não te pedi em namoro, pensar no que?

— Eu estou confusa, vamos tentar ter uma amizade primeiro e depois eu vejo o que eu decido, não quero me precipitar.

— Tudo bem, desculpado?

— Desculpado! — disse e aquele lindo sorriso se abriu, a puxei pro meu colo e a abracei com todo o amor que eu tinha por ela. Jantei com ela aquela noite e fui para casa me sentindo o cara mais sortudo do mundo por ter sido perdoado.

Ícaro Gonçalves

Cheguei em minha casa e logo liguei pra loira, queria contar o que tinha acontecido e ver o que poderíamos fazer para parar com aquela palhaçada que estava me dando nos nervos.

— Olá querido, boa noite!

— Boa noite Aninha.

— O que devo a honra da sua ligação? Precisa de companhia? — essa mulher era mesmo muito atirada, mas eu gostava.

— Ainda não, mas estarei sempre disponível se quiser — disse e ouvi uma risada do outro lado da linha — Te liguei pra falar que o Thiago apareceu hoje no apartamento da Alicia, mas eu não sei o que rolou. Devo continuar com as cartas ou passar para as mensagens?

— Ele foi atrás da sonsa? Oh my God. Continue nas cartas e se eles se virem de novo, a gente começa com as mensagens e com o plano B.

— Ok, qualquer coisa eu te ligo novamente! Obrigado e tenha uma excelente noite, gata.

— Miau — disse fazendo charme — Boa noite.

Desliguei e fiz outra carta, não quero ter que chegar ao ponto de colocar em execução o plano B, mas se a Alicia continuar a se encontrar com ele eu não vou ter outra saída. Se ela não for minha, não será de mais ninguém. 

ALÉM DO QUE SE VÊOnde histórias criam vida. Descubra agora