Capítulo 26

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"Você vai para a minha casa!"

Ouvir isso acabou com toda a minha sanidade, as coisas estavam fugindo cada vez mais do meu controle.

— Como assim? — o encarei.

— Não tem nada de como assim, você vai pra minha casa e pronto. Vai arrumar sua bolsa.

— Mas eu não posso, e meus pais o que vão achar disso? Meus amigos? Não, não posso — disse nervosa.

— Esquece isso um pouco, eu quero que vá comigo, não posso te deixar sozinha. Eu quero te proteger, se algo acontecer com você eu nunca vou me perdoar — me puxou para um abraço — Eu prometo que não vou tentar nada sem que você queira, juro que não vou atacar você.

Era incrível como ele sabia ser meu porto seguro, como ele sabia ser a minha salvação. Era incrível a maneira como ele cuidava de mim e como prezava meu bem-estar, como queria enfrentar tudo isso que estava acontecendo comigo, ao meu lado.

— Ok, eu vou.

Fui pro meu quarto e arrumei minha bolsa correndo, sequei as lágrimas, peguei alguns remédios, coisas pessoais, meus documentos e logo voltei pra sala onde ele estava me esperando. Descemos até a portaria com o maior cuidado, olhando para todos os lados e entramos no carro.

Fizemos o trajeto em silêncio, minha cabeça girava. Entramos na casa dele e era tudo impecavelmente organizado e lindo.

— Tem um banheiro no final do corredor, pode tomar um banho enquanto vou preparar alguma coisa.

— Ok, obrigada.

Peguei a mala e fui até o quarto de hóspedes ou o que eu achava que era um. Entrei de curiosa mesmo, peguei meu celular e mandei mensagem pras meninas. Fui ao banheiro e tomei um banho frio, coloquei uma regata e uma saia, fiz um coque e assim que saí senti um cheiro maravilhoso vindo da cozinha, sentei perto da bancada e fiquei observando ele cozinhar. Senti um misto de sentimentos, estava realmente perdida. Ele me descontrolava toda.

Thiago Santos

Não sei de onde me veio essa ideia, mas eu precisava dela perto de mim, consegui a convencer mesmo vendo que ela estava sentindo muito medo. Fomos direto para casa tomando o máximo de cuidado, precisava falar com a polícia uma hora ou outra, não dava para viver assim com medo. Ainda mais quando a gente precisa passar boa parte do dia no trabalho.

Enquanto ela tomava banho eu preparava um lanche para nós dois, queria ver como seria no passar dos dias, eu estava alucinado, mas precisava respeitar o tempo dela e eu estava disposto a isso. Pensando nisso tudo, quando me viro vejo dois lindos olhos me encarando e daria tudo pra saber o que se passava naquela cabeça.

— Gosta de misto quente? — disse com um sorriso.

— Adoro — sorriu lindamente pra mim.

Nos sentamos e vi o quanto ela estava com fome, provavelmente não comeu direito, mas não iria brigar com ela por isso, imagino o quando ela deve estar sofrendo. Fui lavar a louça e senti dois pequenos braços envolvendo minha cintura.

— Obrigada por tudo meu anjo — ouvi sua doce voz.

Não me contive, me virei e a puxei pela cintura. Colei nossos lábios em um beijo calmo, expressando todo amor que sentia.

— Desculpa — pedi assim que parei o beijo.

— Não se desculpe, eu quis! — disse convicta olhando no fundo dos meus olhos.

ALÉM DO QUE SE VÊOnde histórias criam vida. Descubra agora