Você é meu, Titio

2° Ano

Hoje é o último dia de aula no colégio, não acredito que no ano que vem já estarei formada e, no seguinte, irei para faculdade. Para comemorar, nossa turma decide que vamos até o shopping almoçar e passear, curtindo este último momento com todos juntos, já que alguns iriam viajar nessas férias de fim de ano, inclusive, eu era uma que ficaria fora. Ficamos até anoitecer, comemos porcaria, fomos ao cinema e também nos divertimos muito na área de jogos.
Quando chego em casa e, encontro meus pais conversando no Skype, penso que eram meus avós pois, eles normalmente conversam por vídeo chamada e, vou correndo até a sala afim de cumprimenta-los.
Assim que olho para tela, travo ao ver que não eram meus avós e sim o dono de todas as minhas fantasias a minha frente. Sua expressão de surpresa é tão adorável, com a boca aberta em formato de "O" e olhos arregalados, que fico encantada.
Após o susto, enquanto me encara fixamente, um arrepio intenso me acomete, sinto minha respiração se tornar irregular e permaneço perdida, presa pelo seu magnetismo. Umedeço os lábios, para finalmente falar alguma coisa.

- Oi tio Pedro, desculpa, achei que era a vovó e o vovô. Digo apressada, atropelando as palavras enquanto gesticulava exageradamente. Meus pais, agora noto, estavam rindo tanto pela minha falta de jeito que nem percebem o jeito como nos olhávamos.

Mordo o lábio morrendo de vergonha, a minha reação faz com que você abra um sorriso sexy em resposta e sinto os pelos de minha nuca arrepiarem. Os batimentos aceleram, uma onda de calor toma todo meu corpo e, coro violentamente. Tudo isso acontece numa fração de segundos, mas de forma tão intensa, que de novo, me pego na dúvida se devo fugir ou se tento descobrir o porquê desta atração tão forte.

- Boa noite minha princesa, como você cresceu, está cada vez mais bela e delicada. Sua frase quebra o ataque de risos de meus pais, atraindo a atenção deles para tela.

- Realmente Pedro, a Alice está cada vez mais bonita. Confirma meu pai, todo coruja comigo.

- É, cada vez mais... Deixa a frase sem terminar, enquanto observa meus passos pela sala. Esqueci que estava com o uniforme da escola e quando saio de trás da cadeira que estava meu pai, você pode ver claramente como estava vestida.

Seus olhos me analisam minuciosamente, sei que nossa roupa de educação física tem aparência sensual, o shorts/saia de lycra com a blusa de malha justa, deixam as poucas curvas que tenho bem desenhadas. Sua avaliação estava me deixando sem jeito e, preocupada em demonstrar como me afetava. Precisando respirar, decido ir até a cozinha pegar um copo d'água, fugindo de seu olhar.

- Vou pegar uma água, estou com sede. Me desculpe a saída repentina tio, mas, preciso tomar banho e terminar de arrumar as malas. Boa noite e, até domingo. Me despeço com um aceno e evito te olhar para não deixar visível minha timidez.

- Tchau minha princesa, até domingo. Sua frase curta poderia soar inofensiva, despercebida para alguém de fora, mas eu sei que não era uma simples despedida e sim, uma intimação. Céus, sinto minhas pernas fraquejarem ao ouvir sua voz grave e melodiosa proferir estas palavras. Preciso sair imediatamente, não sei o que faria se permanecesse aqui mais um minuto. 

Me atrapalho toda ao me despedir de meus pais e subo correndo as escadas, me jogando na cama e cobrindo meu rosto com o travesseiro para esconder meu enorme sorriso de animação. Fico fantasiando sobre como será este período que ficaremos na mesma casa, nos vendo todos os dias e me pergunto se conseguiremos disfarçar esta atração ao nos encontrarmos. Penso em sua esposa e como tinha ciúmes de você, ficará ela de olho em como agiremos ou talvez já não se preocupe tanto. Porém, meu consciente não quer se lembrar destes detalhes neste momento e sim, recordar como me olhava com interesse visível, isto faz com que várias sensações tomem conta de mim, estas que estavam adormecidas desde que nos vimos pela primeira vez. Não percebo quando deixo de imaginar e passo a dormir profundamente, sonhando com meu tio. O sábado passou num piscar de olhos, já que estávamos envolvidos em arrumar os últimos preparativos para nossa viagem, afinal, sairíamos bem cedo no domingo. Quando já estou pronta para dormir, subo para meu quarto e passo toda a noite com a mente trabalhando sem parar, ansiosa pelo nosso encontro dali algumas horas. Ainda perdida em pensamentos, vejo quando minha mãe entra no quarto afim de me chamar para levantar logo e assim não perdermos hora, ela nem imagina que passei a noite em claro, angustiada. Já trocada, desço e acompanho meus pais no leve café da manhã para em seguida, terminamos de carregar os objetos pessoais que precisaríamos logo cedo, montarmos no carro e seguirmos viagem. Assim que estacionamos, notamos que somos os primeiros a chegar na casa alugada, o que permite organizar nossas coisas com tranquilidade. Desta vez ficaria em um quarto separado de meus pais, junto com minha prima Natália, já que não era mais uma menina e ambos queriam sua privacidade de casal.
Depois de desfeita as malas, vamos conhecer melhor o lugar e arrumar o desjejum para o restante da família. Enquanto montamos a mesa com pães, frios, bolos, sucos, café e outros produtos, que compramos num mercadinho na cidade, começam a aparecer os primeiros parentes. Exaustos pela viagem e o preparo da refeição, finalmente nos sentamos para relaxar, depois de ter organizado tudo e, saudamos a todos. Me absorvo de tal maneira numa conversa com minha avó sobre uma viagem que estava planejando fazer com vovô que não percebo sua chegada e, me assusto, quando sinto um braço envolver minha cintura, me surpreende ainda mais ao se inclinar sobre meu corpo para cumprimentar vovó, sentada ao meu lado, com um beijo. Seu toque faz com que todos os pelos do meu corpo se arrepiem, a pele onde descansa sua mão em minha cintura queima e, o leve roce de seu peito em meu ombro faz com que me encolha, espantada com o choque que sinto pelo contato. Lentamente, se vira em minha direção, ainda pairando sobre mim, seu rosto fica tão próximo do meu, que posso sentir sua respiração. Com carinho, beija meu rosto demoradamente.