Você é meu, Titio

6º Ano - Parte 3

Pedro

Euforia, é o sentimento que resume bem o que estou sentindo neste momento. Ela disse sim, sim para nós e isso é tudo que preciso para seguir em diante.
A volta foi calma, pacífica, ambos apenas curtindo a presença um do outro. Ocasionalmente, trocávamos olhares cheios de emoções, palavras de amor não ditas, porém sentidas. Nossos dedos entrelaçados, assim como nosso destino, fundidos. Meu coração, depois de anos, se encontrava leve. Tudo seria diferente agora tendo ela, finalmente ao meu lado. Penso em como vai ser bom vê-la acordando a cada dia e não consigo evitar um sorriso de contentamento. As coisas mais banais me deixam animado de compartilhar com ela, como ter sua escova de dentes junto da minha, dividir as roupas no mesmo armário, até estou ansioso para saber qual lado da cama ela prefere dormir. Eu não vejo a hora de viver com ela, sentir seu cheiro pela casa, passar um tempo juntos assistindo TV na cama, de tomar café da manhã com ela enfim, compartilhar uma vida com ela.
Me assusto quando me para, a umas duas casas, seu semblante preocupado traz à tona o sentimento de insegurança de que poderia ter mudado de opinião. Permaneço em silêncio, esperando o que faria. Delicadamente, leva minha mão até a altura de seu rosto, a beijando com carinho. O ato simples, mas tão terno, me faz suspirar.

- Pedro, o que vamos dizer para todos?. E a Sarah?. Pergunta com cautela, sem olhar para mim. Faço uma pausa, tentando entender onde ela queria chegar, achei que tínhamos nos acertado, que iriamos assumir nosso relacionamento para todos, talvez ela não tenha tanta certeza, penso triste.

- Você mudou de ideia?. Questiono chateado.

- Nãooo, pelo amor de Deus, não mudei. Fala apressada, seu olhar ansioso encontra o meu, cabisbaixo.

- Então, porque dessas perguntas?. Achei que estava tudo bem. Falo desanimado. Não aguentaria me separar dela novamente.

- Amor, não estou voltando atrás. Só, pensa comigo, sua esposa ainda está lá dentro. Você mesmo disse que ela não teve a menor cerimônia em fazer um inferno com seus pais, imagina o que poderia fazer para toda a família se entrássemos como um casal. Pondera com sabedoria.

Nossa como ela é madura, seu raciocínio tão inteligente me excita. Puxo seu corpo para perto, atacando sua boca com um beijo intenso. Sua resposta é semelhante à minha, imediata, estamos cada vez mais conectados. Aproveito e toco sua calcinha por debaixo do vestido, sinto como meu esperma ainda está presente e deixo um gemido satisfeito escapar, permaneço com meus dedos possessivamente, em sua intimidade.

- Você é um perigo. Alice provoca, sua voz rouca deixava claro que estava excitada.

- Eu?. Você que me deixa maluco. Me defendo, fazendo graça.

- Ai tio, o que iremos fazer?. Diz preocupada. Eu acho melhor esperar, não quero que ela crie uma situação que deixe meus pais e os seus desconfortáveis. Sugere.

- Pera, você está me dizendo para manter meu casamento de aparências com a Sarah?. É isso?. Pergunto incrédulo.

- Pedro, eu odeio isso, mas se pelo menos pudermos esperar mais esses dias, acho que podemos manter as férias de todo mundo sem problemas. Volta a argumentar, mas eu não queria acreditar no que estava ouvindo. Solto seu corpo e encaro o chão.

- Pedro, você ainda é casado com ela. Tudo o que ela deseja é ter este tipo de prova para causar um inferno em nossas vidas. Por favor, só vamos esperar mais alguns dias. Continua e, no fundo, sei que ela tem razão só que eu não queria mais ter de ficar longe dela e se for assim, teria de ficar fingindo ter algo com Sarah e isso era uma tortura.

Tenho um estalo, preciso começar a resolver minhas pendencias para poder ficar com minha menina, ela tem razão em dizer que ainda sou casado e, sim, seria um prato cheio para Sarah ter provas do meu adultério, ainda por cima com minha sobrinha. Ela poderia abrir até uma denúncia contra mim e isso seria péssimo para toda família, tendo uma exposição desnecessário de algo que não diz respeito a outras pessoas. Pego o celular no bolso e procuro o contato do Luiz, meu advogado e o chamo. Não vi que horas eram, porém precisava dar um sinal para Alice de que eu estava pronto para fazer as coisas direito desta vez. O número toca várias vezes e quando achei que iria cair, uma voz grogue atende a chamada.