The Schwartzgarten killer ( HIATUS)

CAPÍTULO 8

Lomm fazia de tudo para proteger os estudantes, mas não podia modificar a rotina. Ao meio dia, seus alunos se juntavam aos outros estudantes do Instituto para almoçar no ginásio e ficavam sem a proteção do amado tutor.
Jennie e Isabella aguardavam na fila enquanto a governanta vertia conchas cheias de um cinzento ensopado de peixe borbulhante nas tigelas dos alunos. Jennie analisou a cena ao seu redor.
Havia pouco mais de cem alunos na escola, e parecia que, quanto mais velhos ficavam, mais acabavam se parecendo com seus professores. Seus olhos adquiriram um tom cinza, o brilho de seus olhos se extinguia.
Os tutores sentavam-se a uma mesa no palco, longe do cheiro nauseante do ensopado de peixe. O diretor estava sentado na ponta da mesa, tomando de maneira barulhenta uma tigela de sopa de beterraba. Ao lado dele, a Dra. Zilbergeld demolia gananciosamente uma enorme pilha de folheados de creme de caramelo. Depois da doutora, estava Anatole Strauss, admirando o próprio reflexo nas costas de uma colher, e, ao lado dele, o professor Ingelbrod mastigava biscoitos cream - cracker secos. Por fim, sentava -se a figura triste e encurvada do Sr. Lomm. Ele não conseguia comer nenhuma colherada, não enquanto seus alunos sofriam com as tigelas de ensopado de peixe cinzento.
- Não estou com fome - explicou o Lomm ao Diretor - A visão revoltante de crianças comendo me embrulha o estômago.
O Diretor concordou com a cabeça.
O salão estava estranho, mortalmente silencioso. Jennie sentou -se e encarou triste a própria tigela de ensopado. Uma cabeça de peixe boiou na superfície, olhando para o menino com olhos leitosos. Onde quer que ele fosse no Instituto, estaria sendo observado.

- tem alguma coisa estranha com o olho dele - murmurou Isabella.
Jennie encarou a amiga, sem entender.
-Não o da cabeça de peixe - explicou ela.  - o daquele cara.
Um pequeno professor patrulhava o ginásio, batendo em qualquer estudante que fosse corajoso ou burro o bastante para erguer a voz além de um sussurro.
-É o Sr. Rudulfus - sussurrou Friedrich - o Diretor Adjunto. Ele ficou cego por causa de um eclipse solar. Só pode ver com o olho esquerdo
A

lém de acumular os cargos de Diretor Adjunto e Chefe da Admissão, o Sr. Rudulfus também era chefe do Departamento de Cosmologia e Ciências Biológicas do Instituto. Tinha a capacidade desagradável de fazer o universo parecer vasto, frio e vazio.
O teto de sua aula era pintado de azul escuro, com um mapa celeste detalhado que indicava o movimento dos planetas. Curiosamente, o Sr. Rudulfus havia pedido que o sol fosse desenhado transcorrendo uma órbita em torno da Terra. Ele não conseguia aceitar que o planeta não estivesse no Centro do universo.
- Algumas pessoas dizem que podemos ver através da íris do olho direito dele e dentro da sua alma negra - murmurou a pequena Olena - mas, provavelmente, só estão inventando.
-Provavelmente não estão - afirmou Isabella, sombria.
Uma menina alta sentou -se ao lado dela. O rosto da garota quase se dividia em dois por causa de um sorriso Largo, que pareceu peculiar e despropositado entre os demais rostos amargos. Não havia comida na bandeija da menina, apenas um copo de água e um canudo.
- Oi - sussurrou Isabella - Meu nome é Isabella Myop.
A menina virou -se para Isabella, mas não pronunciou palavra alguma. Apesar de ainda estar sorrindo, lágrimas escorreram de seus olhos.
- Ela não pode responder - explicou a Pequena Olena.
- É o Sorriso Forçado Rudulfus - continuou Friedrich.
O Sr. Rudulfus colou a boca dessa menina. Ele faz isso quando os alunos conversam em sala de aula. Ele chama de cola do sorriso forçado.
- O nome dela é Isidora
A menina alta fez que sim com a cabeça e tentou beber água com o canudo, que conseguiu prender no cantinho da boca onde a cola estava mais fraca.
- Sinto muito - expressou Isabella - ele deve ser um professor muito cruel.
- " Sinto muito " - repetiu uma voz, imitando a menina perfeitamente  - ele deve ser um professor muito cruel.
Isabella virou - se na mesma hora. Atrás dela, estava o Sr. Rudulfus mais baixo que a própria menina.