9| 𝕋ℍ𝔼 ℂ𝕃𝕆𝕎ℕ 𝔹𝔼ℍ𝕀ℕ𝔻 𝕐𝕆𝕌

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                                     TRACY JAMAIS IMAGINOU VOLTAR a esse lugar. Não nessas circunstâncias, mas aqui esta ela.

As paredes descascadas eram um lembrete do tempo e da fragilidade. Quase como se quisesse provar algo para aqueles que o visse. As lembranças a invadindo como antes, os tempos em que cozinhava com sua mãe, ou dançava com seu pai - às vezes, Stan se juntava a eles - ou quando Stanley a visitava no meio da noite, eram todas lembranças que ela nem sabiam que existiam.

Em todos esses anos ela apenas se lembrava da Coisa, mas nunca daquilo que ela realmente devia lembrar, os bons momentos. É por isso que ela está aqui agora, na sua antiga casa.

Ela precisava de seu objeto, uma carta que ela nunca teve coragem de enviar, ou entregar para alguém que ela sempre amou, mas ela a escreveu antes de saber muitas coisas, por isso a escondeu, ela não queria perder o que tinha.

Ela removeu uma das madeiras soltas do piso e, de lá, uma caixa velha. Ao abrir ela viu tudo que ela sempre quis esconder, o que ela escondeu e esqueceu, como sempre quis.

Há fotos dela e de Stan, algumas com seus pais e, no fundo dela, a carta que ela precisa. Ela pega tudo que há dentro e coloca dentro de sua bolsa, ela não quer perder nada do que agora tem.

- Querida? Você já está em casa? - uma voz chama do andar de baixo.

Ela se levanta rapidamente e vira para a porta. Ela conheçe essa voz, mas não pode ser ela, sua mãe está morta. Ela sabe quem é.

Ela sabia que algo podia acontecer e por isso trouxe algo que havia comprado há alguns anos para casos de emergência, uma arma. Ela a destrava e a posiciona, da maneira como seu pai lhe ensinara um dia.

Em passos lentos e quase silenciosos ela caminha até o andar inferior de sua velha casa.

- Não vai me responder, querida? Eu sei que você está aí, Moranguinho! - ela estremece com o apelido, ele a chamou assim naquele dia no poço. - Você se lembra, não é? Eu sei que sim! Oh, sei!

Para, para com isso, eu não tenho meu de você, implora mentalmente.

Ela ouve a porta do fim do corredor abrir lentamente, ela até mesmo a amaldiçoou por esta casa estar tão velha e fazer tanto barulho, colaborando para seu medo.

- Venha, Moranguinho! Junte-se a mim e ao "Stan". - um balão vermelho flutua em meio ao nada, ela já havia visto visso, nesse mesmo lugar há 27 anos atrás, e ela sabe o que vem a seguir.

Ela espera que algo aconteça por alguns segundos, mas nada a ataca, para seu rápido alívio.

Mas então ele volta a falar, mas dessa vez com sua voz e não a de sua mãe. O que a assusta muito mais.

- Vocês são tão tolos. Acham que isso vai realmente dar certo? Vão me deter com objetos? Isso é divertido! - ele debocha em algum lugar, sua voz parece vim de todos os lugares. - Quero vê-los tentar e então falhar. Quero vê-los caindo, um por um, porque é isso que vai acontecer! Seu fim vai ser aqui, o seu e de seus amiguinhos perdedores. Apenas espere! Verei seu sangue jorrar e vai ser divertido, ah, eu garanto!

Então o silêncio reina e tudo que ela pode sentir é o medo é as lágrimas que por suas bochechas escorrem.

Como em uma sugestão, ele surge é corre para ela. Sua única reação é atirar, o máximo que pode é consegue. Mas então ele desaparece outra vez, é tudo que ela consegue ouvir é a risada dele no fundo de sua mente.

- Você verá! - ele sussurrou, lhe causando arrepios é a fazendo finalmente correr para fora o mais rápido que consegue.

Bill não sabe muito a respeito de Tracy agora, na verdade, ele acha que nunca soube quem ela era, e isso o machuca um pouco.

Quando Beverly se mudou, as coisas mudaram também. Ela levou uma parte dele. Mas a parte que ficou, foi entregue a Tracy um tempo depois, mas ela nunca saberia, ou deveria saber, ela tinha Stanley e o amava. Bill era esperto o suficiente para entender isso, e isso tirou outra parte dele.

Ele algumas vezes pensou em dizer, mas se repreendeu por pensar e sentir isso por ela, quando ela namorava e tinha sentimentos por outra pessoa, que era seu amigo.

Agora, ele não sabe o que fazer, se finalmente confessa, ou deixa que nada aconteça. Talvez não seja um bom momento, mas ele sabe que muitas coisas podem acontecer, ele pode morrer, todos podem morrer.

Também há Beverly, mas ela não é mais a garota dele, ela mudou e as coisas, os sentimentos, estão em algum lugar muito distante.

Seus pensamentos são interrompidos quando Tracy entra correndo no hotel e vai para o bar, pegando a primeira bebida que vê.

- Tracy, o que aconteceu? - ele pergunta.

- Eu o vida outra vez, quando fui pegar o objeto. - responde e bebe uma grande dose de wisky.

- Eu também vi. - responde.

Um silêncio reina e ele simplesmente não sabe o que fazer, até que ele vê uma foto saindo da bolsa de Tracy.

- É-É seu o-objeto? - pergunta amaldiçoando mentalmente sua gagueira.

Ela olha para onde ele aponta e vê a foto dela com Stan no natal que seus pais haviam tirado apenas por diversão já que Stan não comemorava o natal.

- Ah, isso. - ela sorri. - Não, são apenas coisas que eu deixei para trás.

- Posso ver?

- Ah, pode, claro. - ela abre a bolsa e tira todas as fotos que havia pêgo, sem nem perceber que uma foto que ela tirara de Bill estava no meio.

Ele observa com um pouquinho de tristeza as fotos de Stanley, ele queria que ele não tivesse feito aquilo e que todos estivessem juntos agora, mesmo que nesse inferno.

Foi então que ele viu uma foto dele mesmo, havia um coração nela. Ele imaginou que Beverly havia tirado antes de ir e esquecera, mas ele estava errado.

- Q-Quem tirou e-essa foto? - mostra para a mulher ao seu lado e de repente é como se eles tivessem 13 anos outra vez.

- Ah, isso, foi eu, eu acho. - ela coração é ri um pouco, tentando não parecer ridícula.

- Sério? E-Eu achei que só t-tirasse fotos do Stanley.

- Eu gostaria de ter feito isso, as coisas teriam sido mais fáceis quem sabe. - ela diz.

- O-O que isso quer dizer? - uma pontada de esperança lhe preenche a parte que restou de seu coração, como se aquela fosse a hora certa.

- Eu gostei de outro garoto antes é talvez até um pouco depois de Stanley, eu seu, é errado, mas eu sempre gostei dele, mas... Ele tinha olhos pra outra pessoa.

- Tracy, tem a-algo q-que eu preciso contar. - aquele era o momento.

- Sim? - ela estava tão linda, ele teve certeza do que faria naquele momento.

- E-Eu... - sua fala é interrompida por Beverly que entra no hotel e para diante deles sem expressão alguma.

Ele perdeu seu momento, mas ele sabia que ele não saíria de Derry sem dizer a verdade para ela.

•°não revisado•°

Queria ter postado antes, mas estava sem internet, talvez essa semana saia outro capítulo.

Espero que gostem desse capítulo, escrevi quando estava me sentindo meio mal, mas eu gostei. Digam o que acharam!

𝙎𝙄𝙓 𝙁𝙀𝙀𝙏 𝙐𝙉𝘿𝙀𝙍 • 𝘪𝘵Onde histórias criam vida. Descubra agora