Capítulo 4

218 61 231
                                    

Seguro firmemente a maçaneta da porta, minhas pernas estão trémulas.
O homem continua vindo em minha direção, com passos ligeiros.
Entro rapidamente para dentro da casa e me assusto ao ver dona Elisa em pé bem a minha frente.

-- O que foi minha querida, parece que viu um fantasma - Ela diz com um sorriso simpático em seu rosto.

-- Não foi nada, a senhora está bem? - Digo tentando me acalmar.

-- Estou sim minha linda, o Gabriel ainda não chegou? - Ela pergunta.

Antes mesmo que eu pudesse responder Gabriel entra pela porta principal, em uma de suas mãos estava segurando uma caixa de pizza, na outra uma sacola com alguns remédios.

-- Vocês não ouviram o entregador chamar? - Gabriel coloca a caixa em cima de uma mesa que estava na cozinha.

Neguei com a cabeça e fui em sua direção.

-- Aconteceu alguma coisa? - Ele me beija sobre a testa.

-- Não... Nada - Respondo.

Sentamos na cadeira de madeira que fazia conjunto com a mesa na sala de jantar  e dividimos alguns pedaços daquela pizza.

-- Meu filho, eu já vou me deitar- diz Elisa.

-- Tudo bem vovó, boa noite - Gabriel se levanta e beija seu rosto.

-- Boa noite querida - Elisa me abraça. - Sonhe com os anjos.

-- Boa noite! - Respondo sorrindo.

Acabamos de comer e fomos até a sala assistir a um filme que passava na tv.

O sono começou a me consumir e aos poucos fui adormecendo.

Nesta mata escura não havia saída,  por mais que eu procurava não encontrava nenhuma luz que me indicasse um lugar seguro.

-- Filha, por favor, filha. - Ouço uma voz feminina vindo da escuridão da floresta.

Olho para trás e não vejo ninguém. Ouço passos rápidos vindo em minha direção, continuo a correr procurando por algum lugar seguro. Vejo ao longe uma pequena cabana, olho para trás não vejo ninguém, continuou correndo, alguns galhos batem um meu rosto.

A cabana é velha, estava empoeirada e aparentemente vazia.

-- Tem alguém ai ? Oi ? Alguém? - Pergunto empurrando a velha porta de madeira úmida, o agudo som do ranger da porta quebrava o silêncio que estava naquele lugar.

Caminho devagar e silenciosamente tentando procurar algo ou alguém. Observo alguns quadros que estão pendurados na parede, um desses quadros tinha uma foto, uma mulher jovem loira segurava um bebê em seu colo. Ao seu lado estava um homem cujo o rosto havia sido coberto por uma mancha, que parecia ser sangue. Olho atentamente para a mão desse homem, e fico surpresa ao ver aquela tatuagem.

Sinto uma mão fria sobre meus ombros, meu coração está acelerado, não consigo me manter em pé.

-- Luísa! - Uma voz sussurra em meu ouvido.

-- Luísa, ei Luísa acorda - Acordo assustada e ofegante, Gabriel me pegava pelos braços. - Você estava tendo outro pesadelo?

-- Sim!  - Respondo colocando as mãos sobre meu rosto.

-- Vem, vamos para a cama. O filme já acabou e como sempre você não assistiu - Ele sorri e se levanta para desligar a tv.

Subimos a escadas e entramos em seu quarto.

-- Pode dormi na minha cama, eu deito aqui-  Gabriel diz colocando uma manta sobre o chão.

-- Tudo bem, boa noite - Respondo

Olho para o relógio pendurado na parede, que indicava 11h da noite. Fico por alguns segundos olhando o teto do quarto e pensando naquele pesadelo.

Depois de um tempo acabo adormecendo novamente.

Estou naquela floresta, o vento forte sobrava aquelas árvores que se chocavam entre si com fúria.

Em qualquer lugar que eu olhasse só havia escuridão.

-- Luísa, minha filha - Uma voz masculina me chamava,  e eu a reconheci

-- Papai é você? - Eu tentava encontrar de onde vinha aquela voz.

-- Você precisa sair daqui, você precisa minha filha,rápido! - a voz agora parecia estar distante.

-- Papai, onde você esta?- Vou correndo por entre as grandes árvores tentando encontrar a pessoa que me chavama.

Um caminho de pedras é feito, misteriosamente sobre o chão e ao longo desse caminho consegui ver duas pessoas, aparentemente dois homens.

Um deles pude reconhecer rapidamente, o pastor Orón, ele esticou uma de suas mãos tentando me alcançar. Dou alguns passos seguindo por aquele caminho e um enorme buraco negro se abre no chão.

Acordo com uma leve falta de ar,  levanto rapidamente da cama e me direciono até a janela que estava entreaberta, tento recuperar o fôlego. Olho para o lugar onde Gabriel estava dormindo, parecia estar sonhando com algo bom, pois em seu rosto estava um pequeno sorriso. Levanto o olhar para a janela, uma leve brisa fazia as folhas das árvores se balançar. Bem abaixo de uma daquelas árvores pude notar uma pessoa, meu coração acelera ao ver que aquela pessoa era o mesmo homem que mais cedo me observava do outro lado da calçada.

Vou em direção a cama, as lágrimas escorrem em meu rosto, estou com tanto medo, assustada. Ao levantar a cabeça, vejo no relógio, 3h da manhã

Gente mais que sonho foi esse em, coitadinha da Luísa! 

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Gente mais que sonho foi esse em, coitadinha da Luísa! 

Deixe seu comentário e votem!

A verdade por trás de um Sonho [ CONCLUÍDO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora