Diário de Viagem#30

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        Com o surgimento do sol naquela manhã, acordei primeiro e observei pela a janela o clima afora

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        Com o surgimento do sol naquela manhã, acordei primeiro e observei pela a janela o clima afora. Infelizmente, ainda estava nublado, mal dava para ver o sol. Isso causou um pouco de desânimo, o nosso prazo está acabando e com esse contratempo vai nos atrasar.
Minutos depois, ela acordou e para garantir que estivéssemos um jeito de chegar à capital da Islândia o mais rápido possível, Jane conversou com os turistas que iriam visitar a montanha e os convenceu para que dessem um lugar no ônibus de passeio até Reykjavík para nós. Havia um passeio com turistas que estava levando-os pelos pontos turísticos pela costa de toda Islândia, para nossa sorte os turistas eram americanos, mas já outros eram britânicos —tínhamos nossas passagens garantidas —, com isso, ficamos mais tranquilos e enfim tínhamos que terminar nossa aventura, por fim ignoramos o carro que quebrou na estrada.
Faltara tão pouco, mais alguns metros para chegar ao pico e enfim finalizar. Nos preparamos, vestimos nossas roupas de frio e todos os equipamentos e fomos bem ousados ao escalar, mas tínhamos que ser rápidos, portanto fizemos o maior esforço possível para escalar a montanha. Com nosso esforço, refizemos a rota e demorou umas sete horas de caminhada, e finalmente chegamos ao ponto crítico, o planalto de neve, era plano porém era inclinado como uma subida bem tímida onde só via terras intermináveis de neve e as nuvens bem próximas. Mas tudo piorou quando atravessamos à altura das nuvens, e os ventos ficaram mais fortes do que o normal e isso trouxe novamente a baixa visibilidade, porém não tão cercadora como a anterior, então nos deu a vantagem de chegar até o topo. Foi quando ouvimos os relâmpagos, um som à estremecer, e percebemos que é a tempestade se aproximando. Quando ela chegar até a montanha será difícil descer. Começamos a andar mais rápido em direção ao sul subindo as grandes colinas de neve.
Finalmente chegamos em uma região ainda mais inclinada, significava que estávamos perto, andamos mais meio quilômetro e a visibilidade diminuiu, foi como sair de um labirinto bem claustrofóbico. Tínhamos ultrapassado as nuvens, não acredito que atravessei uma nuvem, era como uma fumaça bem espessa, quando a toquei me arrepiei.
Andando mais um pouco à frente, tudo aqui em cima estava tão limpo, o céu inteiro estava limpo, a única coisa que via no céu era a lua e o céu azulado da atmosfera, também sentia uma brisa confortável, bem calma e tênue, então foi quando que me toquei que tínhamos chegado na altura onde o ar fica rarefeito, conseguia sentir isso através da minha respiração, mas o que me preocupou foi Jane, será que o ar rarefeito a prejudicará? Então me voltei a ela e percebi que Jane estava ajoelhada atrás de mim, cansada e tentando recuperar o fôlego, isso me preocupou muito devido ao seu esforço, já quedemoramos umas oito horas para subir a montanha. Eu me ajoelhei diante dela e perguntei enquanto ela respirava calmamente para se acalmar e recuperar o fôlego:
— Jane, você está bem?
— Estou ficando quase sem ar, mas estou bem — disse ela tentando relaxar.
— Tem certeza que quer continuar?
— Sim, estamos tão perto, podemos conseguir.
— Olha para você, nem consegue andar direito, está quase caindo de tanto esforço.
— Por favor David! Deixe-me realizar meu sonho, é a minha vida — pediu Jane olhando para mim e clamando, mas quando disse, é a minha vida, me deixou intrigado e nervoso, é a determinação dela falando.
— Então vamos fazer isso juntos.
Eu a ajudei a se levantar, então Jane ficou de pé após várias dificuldades, após várias decepções, após várias traições, após vários conflitos, desavenças, raivas e desgraças, e no fim ela se levantou. Jane é uma guerreira, conseguia ver isso em seus olhos, mesmo tendo asma, isso não a limitou, fez o contrário; a fez alcançar além do limite como agora, ela está numa atitude acima das nuvens, com ar ficando mais rarefeito e acima de nós podíamos ver o espaço e a lua — será que conseguiria ver os satélites ou as estações espaciais? —, era uma vista bonita e solitária, mas com nossa determinação seguimos em frente.
Andamos até o topo e finalmente encontramos o pico. Era como a ponta de um nariz, ou uma pirâmide, o ponto mais alto de toda Islândia, e eu e ela conseguimos.
Nós conseguimos chegar lá.
Estávamos no topo.
David Rogers e Jane Phillips no topo da maior montanha da Islândia, no ápice de nossos sonhos. Estávamos lá, e olhando para nosso redor, vimos grande parte do país, porém as nuvens da tempestade bloqueavam nossa visão mais além. Foi incrível estar lá em cima e disse para ela enquanto ficamos um do lado do outro em pé naquela ponta do nariz no pico, gritamos de felicidade, ficamos eufóricos e foi um momento muito bom, e principalmente ao lado da pessoa que mais amo.
Foi então que encontrei a resposta.
Eu olhei para Jane naquele instante e a observei por um momento e refleti. Nós não tínhamos a felicidade em nossos atos e ações, cada um de nós passou em um inferno solitário. Eu passei, Jane passou, mesmo eu tendo ajuda e Jane não, cada um teve sua maneira de chegar aqui, individual ou não. Mas chegamos aqui para alcançar o segredo, atingir o ápice.
Estando ao lado dela pude ver a imagem maior, e isso foi tão libertador para mim e talvez para ela.
E então disse para ela enquanto viramos um para o outro para enfim dizer:
— Conseguimos — digo para ela, deixando-a emocionada.
O ápice dos sonhos.

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