Sempre odiei as segundas-feiras, pois sempre são os dias mais chatos da semana. Você tem um ótimo final de semana e logo depois você se depara — amanhã começa tudo de novo, a rotina se inicia —, principalmente para mim porque tenho aula, e tenho que acordar cedo para chegar no colégio. Moro um pouco longe do colégio, são quase três quilômetros de distância para chegar, ou seja, são quase 12 minutos usando o skate.
Estava deitado em minha cama com um cobertor vermelho me cobrindo. Eu já tinha acordado mais cedo sem a ajuda do meu despertador e odeio ouvir aquela música chata que me desperta todas as manhãs, até me traumatizei com ela. Mas permaneci deitado, imaginando qualquer coisa que vinha pela minha mente e também tentava criar coragem para me levantar da cama por que a minha preguiça estava irradiando por todo meu corpo, mas o meu maldito despertador me assustou com seu som agudo e alto. Logo estendi meu braço para fora do cobertor com tanta preguiça que acabou com a minha energia, mas consegui alcançar a mesinha ao lado da cabeceira da cama no qual estava meu celular um pouco defasado após quase três anos de uso. Eu deslizei no ícone para parar o despertar e parou aquele som infernal. Poderia trocar o toque, mas sempre esqueço de trocar.
Após isso, continuei a permanecer na cama após todas as minhas energias terem acabado ao ter desligado o despertador. E fiquei deitado naquela cama durante uns dez minutos se não me engano. Com o tempo passando, meu pai ficou preocupado comigo e foi até o meu quarto para ver se estava fora da cama. Quando se aproximou, encontrou-me em uma posição bem engraçada de se dormir e se apoiou no batente da porta e me chamou:
— David, acorda. Dia novo.
— Odeio minha vida! — digo com muita preguiça.
Fechei meus olhos e esperei por uns dez segundos e depois os abri, no mesmo instante eu tomei coragem e me levantei da cama. Eu parecia um zumbi, arrastando os meus pés no carpete e atropelando qualquer coisa que estava no meu caminho, como as minhas roupas e entulhos jogados no chão do meu quarto, e meu pai estranhou meu gesto e me deixou sozinho para também se preparar para ir ao trabalho. Já a mim, fui ao meu encontro em meu chuveiro. Eu tenho um quarto só para mim — que sorte minha —, e também é uma suíte, pois ao lado do quarto tem uma porta que conecta o quarto com um minúsculo banheiro, ele é sempre defasado devido as vindas repentinas de meu pai ao único banheiro do segundo andar. Tomei uma ducha fria para acordar e permaneci por um bom tempo debaixo do chuveiro. Após isso me enxuguei e assim pude me observar no espelho — caramba, como sou tão branco —, é.... faz um bom tempo que não vou à praia e nem saio ao sol. Sou magro e nem tinha nenhum músculo ou alguma definição de beleza, eu era um palerma, porém muito sábio. Eu tenho olhos castanhos e um rosto oval com algumas espinhas na testa. Meus lábios têm o formato de um arco e meu nariz é grande e empinado. Minha expressão era de uma pessoa fria, como se estivesse todo o tempo em uma chuva melancólica, e meu olhar também transmitia isso, o olhar da perdição, se você olhar bem fundo vai se afundar em um limbo de sonhos. Tenho um cabelo escuro, porém costumo fazer cortes semelhantes ao topete.
Ainda me observando no espelho e vendo o quão sou tão magro, respirei fundo e disse para mim mesmo: “Aguente David, é só mais um dia”. Continuei a me vestir, e como sempre costumo usar muitas roupas por cima para esconder a minha magreza, às vezes eu tenho vergonha. Logo em seguida, andei até a cozinha no primeiro andar.
Meu pai tem algum problema, toda manhã ele sempre vai ao encontro com o vaso, ontem ele havia entupido o vaso do banheiro dele pois como nesta casa há dois banheiros e combinamos de ter um pra cada a fim não ter problemas com a intimidade. Enfim, ele caminhou ao banheiro da suíte de hóspedes no primeiro andar da casa que o banheiro dele no combinado, e aparentemente ele entupiu o meu enquanto vestia minhas roupas. Enquanto descia as escadas ele também desceu junto comigo e falou:
— Filho, faz o café para mim.
Ele correu bastante enquanto tinha descido e respirei fundo para mais uma tarefa. Continuei a ir à cozinha para fazer meu café da manhã. Liguei as luzes e encontrei a pilha de louça espalhada na pia e já como sempre eu tenho essa tarefa respirei bem fundo de novo e continuei a fazer meu lanche e o guardei para o colégio e assim fiz o meu café para mim e para meu pai. John não era tão semelhante a mim, falando fisicamente, ele tem 40 anos, é alto e meio barrigudo, mas a semelhança era a cor do cabelo e o rosto. Psicologicamente éramos iguais.
O tempo havia passado muito rápido — que droga! —, retornei ao meu quarto e busquei a minha mochila com o meu material com tudo organizado e meu skate, então fui correndo para o colégio.
Saí correndo de casa, e disse enquanto passava pela porta: “Tchau pai, até mais tarde” para me despedir. Fechando a porta de casa, tão antiga quanto à fundação, era uma típica residência Nova Iorquina do início do século 20, tinha apenas dois andares e era pintada de marrom, porém a tinta estava se descascando, porquê a última vez que pintaram esta casa foi nos anos 80, mas por dentro era confortável devido a lareira que tínhamos que aquecia a casa inteira.
Andei até a calçada onde pus no chão o meu skate e subi em cima dele para me posicionar. Dei um impulso bem forte no chão de concreto e andei o mais rápido possível, e faltavam minutos para a entrada.
Enquanto andava de skate, o vento da manhã batia em mim e balançava meus cabelos e o meu casaco, mas o melhor de tudo foi o sol que batia sobre o meu rosto e me esquentava. Na madrugada se esfriou bastante, e foi ótimo sentir o sol em mim, foi um momento muito reconfortante e queria que esse momento durasse mais, porém estava atrasado para chegar no colégio, mas pude me refrescar através dos meus sentimentos naquele instante.
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Os Segredos Da Felicidade
PertualanganPrimeiro Livro da Trilogia Os Segredos da Felicidade Em uma aventura de superação e recuperação da felicidade, embarca David Rogers, um adolescente tímido e melancólico com diversos sonhos e devaneios à uma vida melhor. No entanto, ao se apaixonar...