O estrondo, quase que me deixou mais surda do que já sou, contudo, não me impede de ouvir água a correr ao longe, e todos os pedaços do edifício que caíram em mim, vão com certeza deixar sequelas mais tarde, é só o efeito da adrenalina passar.
A minha cabeça lateja, e sou incapaz de qualquer coisa. E não sei se sou eu que não consigo ver nada, ou se estou apenas num local sem luz alguma.
Ilumino o meu braço com chamas mínimas, pois não sei se estou em um local com oxigénio limitado. Pelo lado positivo, não estou cega, pelo lado negativo, mesmo a baixa iluminação permite-me perceber que estou coberta de sangue, mas não consigo perceber de onde vem. Perdi os auscultadores, o que corta a comunicação com quem quer que seja. A bracelete nem está mais no meu braço, portanto estou isolada.
O dia não podia estar a correr melhor.
Ainda procuro pelos auscultadores, nem que seja apenas um, mas sem sucesso. Cambaleio entre os destroços, e a certo ponto sinto sabor de ferro nos meus lábios. Encosto-me e sigo o sangue, descobrindo uma das fontes de estar toda coberta do mesmo é mesmo na testa, e outra é na nuca. O impressionante é que só me dói a cabeça, e mais nenhum lugar, mas o sangue não pode vir apenas de um lugar.
Continuo cuidadosa, tendo até de me arrastar pelo chão, e por sorte, tive resultados, pois encontro uma fonte de luz. Deixo as chamas apagarem e sigo a mesma.
Alcançando-a paro, e ouço ruídos levemente conhecidos, só não sei de onde. Sigo cautelosa, e puxo o bastão da minha cintura, que por incrível que pareça ainda lá está. As magias do universo são incríveis.
A água nos meus pés causa uns ruídos que me estão mesmo a causar dificuldades em perceber de onde vem o ruído, e de onde me parece familiar. Tento andar de forma mais lenta, mas mesmo assim causo barulho.
Os ruídos intensificam-se, e do nada, ao fundo do túnel, inúmeras criaturas quadrúpedes avançam para mim a correr, e à medida que se aproximam apercebo-me que são as mesmas que me deixaram uma cicatriz permanente no ombro esquerdo, e qual o cheiro de todas as que queimei em cima de mim ficou preso a mim durante vários dias.
- Oh merda! - exclamo, pois só significa uma coisa, o Thanos está de volta, falta saber como, pois supostamente o Thor arrancou-lhe a estúpida cabeça.
Encandeio o bastão, e perfuro a primeira que se aproxima. Faço o mesmo com as 7 que se seguem. Começo a correr, e agora o barulho vem também das minhas costas, e muito mais amplificado, e não posso arriscar entrar em modo total, quando estou coberta de escombros que podem ruir a qualquer momento.
Mas, por alguma sorte, começo a sentir uma leve corrente de ar, o que significa que estou a aproximar da superfície, e no exato momento que saio, entro por fim em modo total e apenas as deixo aproximar, mantendo-me a uma distância segura. Inspiro fundo, estico ambos os braços, e apenas as deixo carbonizar.
Expiro totalmente exausta, volto assim ao normal, permitindo-me parar por uns segundos para assimilar tudo, só não demora muito, pois quando olho em frente, várias silhuetas saem de círculos amarelos, que compreendo ser os que estão do meu lado, pois junto a eles vejo a Valkyrie e o seu Pégaso. Muitas mais já estão frente a frente com o que parece ser o Thanos, e todo o seu exército.
E desta vez esmerou-se, traz consigo, não apenas os cães nojentos, mas também humanóides, e criaturas flutuantes semelhantes às do ataque do Loki em 2012, para não dizer as mesmas.
Começo a correr em frente na máxima velocidade que o meu corpo permite, atropelo alguns soldados do exército de Wakanda pelo caminho, e quando vejo a silhueta da Wanda ao longe, o meu coração quase para, pois apenas significa que ele está algures por aí.
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A Stark but not a Stark | 2
FanfictionPlease, don't leave me ❞ ꕤ᳕⸼꒰ Passaram-se 3 anos desde que Thanos invadiu a Terra. 3 anos que inúmeras pessoas que Elizabeth amava se resumiram a pó, ou a simples possibilidade de perder outras também a marcou...