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Franzo a testa, e volto para dentro, e à medida que me aproximo de casa, acelero cada vez mais o passo, até que estou a correr casa a dentro. - Happy! - chamo, em plenos pulmões. Inspiro fundo, tenho de pensar com claridade.

- Happy! - volto a chamar, e este vem em meu auxílio, acompanhado do Tony o que não era de todo necessário. - Preciso que me leves a Nova Iorque, não acho que estou em condições de conduzir. - peço, e os dois entreolham-se, mas não dizem nada, então o Happy segue em direção da garagem, como pedido.

Sigo-o, mas o Tony, antes de eu sair do campo de visão dele, grita: - Vê lá o que fazes.

Rio em descrença, reviro os olhos e acelero o passo para o carro preto, e mal entro, saímos. Aperto o cinto, errando, sendo precisas três tentativas para acertar. - Então, é para ir para onde mais precisamente? - pergunta, mas ignoro a questão. Preciso de tempo para responder.

É terça-feira, e irão ser 10 da manhã, caso não haja muito trânsito, quando eu cheguar a Queens. Sendo que as coisas já normalizaram, e quase tudo voltou ao normal, o Peter estará a ter Química, se ainda me recordo bem, isto se não mudaram completamente os horários.

- Elizabeth. - chama por mim, e foco nele. - Onde?

Pisco os olhos e inspiro fundo. - Deixa-me a um quarteirão da escola do Peter, e esperas lá por mim. - respondo decidida.

Nenhuma alma pode saber que eu vou entrar naquela escola, nenhum aluno me pode reconhecer, não que eu me importe que eles soubessem que eu apareça na escola, mas pela privacidade do Peter, a qual respeito.

Não era a primeira vez que pousava os pés naquele lugar, infelizmente. Para quem lá estudou, conheço cada corredor, cada falha nas câmeras de segurança, cada sala. Não é uma missão impossível.

Podia esperar que ele terminasse as aulas, e depois encontrava-o em casa, mas isso tornaria a situação constrangedora caso a May estivesse perto. Podia também encontrá-lo na rua, mas o meu rosto é como um íman para todo o tipo de pessoas, o que seria pior para ele.

O plano podia ser formado pela utilização de um Véu Fotostático, contudo não confio em tal utensílio, desde que desfigurou o rosto de uma agente, nem mesmo quando a Natasha dizia que era perfeitamente seguro.

A tecnologia Stark é sempre mais fiável, principalmente a que tem o meu dedo. Abro o porta luvas, procurado pelos malditos óculos, mal lhes coloco a mão em cima suspiro de alívio. Coloco-os, e através da bracelete no meu pulso, configuro-os de modo que ninguém seja capaz de me reconhecer, a não ser quem me interessa. São exatamente iguais aos que uso quase sempre, mas sem graduação.

Se os tirasse, seria como se o Clark Kent tirasse os seus, e se revelasse como o Super-homem.

No momento que o Happy me deixa numa rua, a um quarteirão de distância como pedido, começo a caminhar pelo passeio em passos lentos e controlados. As ruas não estão cheias, o que é bom. A escola está a uns 10 metros de distância, quando o telemóvel no meu bolso toca. - Que foi Harley? - como esta criatura consegue ser impertinente.

- Oh, nada. Eu estava aqui a fazer umas coisas, e vi no teu localizador...

- Tu colocaste um localizador em mim? - pergunto, baixando a voz, não vá alguém ouvir a conversa. Ele é inacreditável.

- Não. Coloquei um localizador no teu telemóvel. - reviro os olhos e respiro fundo. - Que estás a fazer na escola do Parker?

Fecho os olhos e sorrio, capaz de o esganar se ele estivesse ao alcance das minhas mãos. - Coisas pessoais que não são do teu interesse.

A Stark but not a Stark | 2Onde histórias criam vida. Descubra agora