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A Pepper saiu até mais cedo, nem almoçou só para evitar o desconforto. O pobre do Happy como teve de a levar, nem pôde comer em paz.

Sendo assim, apenas com nós os 3 à mesa, o silêncio tornou-se constrangedor, e a um nível bem alto. No preciso momento que a Morgan acaba de comer e sai novamente para a rua, só se torna pior, mas, apesar disso, ele inicia uma conversa. - Okay, então, o Scott queria fazer algo como em De Volta para o Futuro, o que é ridículo, mas ainda bem que vês a situação como eu.

Mesmo com tudo que se está a passar, não consigo evitar rir com as ideias loucas do Scott. Sendo que o mais louco é que ele esteja vivo. - Sinto-me mal por não os ajudar, só que sinto também que não sou capaz. Eu entendo a dor da Natasha, ela sente-se tão culpada por tudo, principalmente por causa da situação do Clint, e...

- Não é a tua obrigação. - acrescenta. - Apesar de que eles estão em busca de algo impossível.

- Nada seria impossível se nós realmente tentássemos. - digo, e dou uma mordida na fatia de piza que tenho nas mãos e saio indo em direção do quarto para um serão de leitura.

Muito mais tarde, procuro pelo Tony, e depois dos acontecimentos desta manhã, o sítio mais provável para ele estar é lugar ao qual estas escadas levam.

Desço silenciosamente, e apercebo-me que está a falar, e com a Pepper não é.

- Tive uma intuição, quero ver se funciona. Uma última simulação antes de terminarmos por hoje. Desta vez no formato de fita Morbius, - do cimo das escadas, olho fixamente para ele, e no exato momento antes de continuar ele olha para mim. -
invertida, por favor.

- Processando. - a voz da F.R.I.D.A.Y. ecoa na sala.

- Certo, dá-me o autovalor dessa partícula fatorando em decomposição espectral. - observo tanto os movimentos dele, como a simulação .

- Vai levar um segundo. Um momento por favor.

- Não te preocupes se não der certo, vou só... - paro ao lado dele, ombro com ombro, à espera do resultado, e com um aperto no coração, pois finalmente entendo o que ele está a fazer.

- Modelo renderizado. Modelo sucedido. - tenho a certeza que abri tanto os olhos que por pouco não caíram. O Tony simplesmente cai para a cadeira chocado. Ambos levamos a mão à boca e encaramos um ao outro.

- Merda! - exclama ele. Merda mesmo.

- Merda. - a voz fina na Morgan exclama atrás de nós, tirando-nos do nosso momento de êxtase. É bom que a Pepper não saiba que ela aprendeu esta nova palavra.

- O que fazes acordada pequena? - pergunta e eu rio de fundo, mesmo sentindo os meus músculos tensos como nunca antes senti. E não é exagero.

- Merda. - respete, o que me faz voltar a rir. As emoções estão todas juntas e estou realmente confusa, não sei se rio da situação ou se entro em stress.

- Não, não falamos isso, só a mãe fala essa palavra, ela inventou, é dela. - explica, e ao mesmo tempo, repreende o meu riso com um rápido olhar, o que me faz rir ainda mais, só que de forma mais controlada, não vamos faltar ao respeito. Tenho de dar o exemplo como boa irmã.

- Por que estás acorcodado? - pergunta ela.

- Pois tem aqui umas merdas importantes a acontecer. - franzo as sobrancelhas, e desta vez é o momento de eu o julgar a ele. A ironia!

Ela simplesmente ri, como sempre - O que achas? Não, eu pensei em uma coisa.

- Foi picolé? - pergunta, e ambos sabemos que a verdadeira intenção dela é comer gelado à noite.

- Foi nisso mesmo! - responde. - Extorsão. Essa é uma palavra. Qual queres? Mentes geniais pensam igual, foi em picolé que eu pensei mesmo. - enquanto ela o conduz em direção da cozinha, ele olha rápido para mim, de modo a saber se os vou seguir, mas estou demasiado surpresa e preocupada para escolher entre sabores de gelado.

Ele está com o olhar vidrado o que me preocupa.

Apenas aceno que espero aqui e ambos saem. Sento-me na cadeira, onde ele estava previamente, e de olhos postos na simulação, ainda com a palavra "sucedido" a piscar.

Eu realmente não queria sentir o que estou a sentir. Não sou um robô, mas gostaria de ser, pois os pequenos pontos de esperança que estão a crescer dentro de mim, estão a provocar-me uma forte dor, tudo porque o medo de me decepcionar é demasiado alto.

Procuro nos contactos pela Natasha, e inicio logo uma chamada. Em poucos segundo ela atende. - Antes de tudo, gostava de saber se estamos bem? - questiono incerta.

Parece que ela sorri do outro lado. - Claro que sim, desacordos profissionais não interessam. Passa-se alguma coisa?

- Acho que, bem, não posso falar, pois não faz parte da minha posse, mas aconteceram umas coisas, e se o Steve estivesse disposto, eu gostava de poder falar com ele. Sim, a tal conversa tão esperada. - suspiro.

- Ele com certeza vai estar super feliz em poder ajudar-te. - inspiro fundo, sentido-me um pouco mais calma.

- Que bom. Amanhã mais cedo ou mais tarde passo aí. Obrigada por tudo Natasha. - um leve riso característico dela ouve-se do outro lado, o que me faz desligar sentido-me um pouco mais leve.

Reparo que no sofá da sala ao lado, a Pepper divide a sua atenção entre o livro que tem nas mãos, e em mim. - Ainda bem que te vais permitir sentir.

Sorrio em agradecimento, sentido-me bem por me permitir falar em aberto sobre os meus enormes problemas, se o Tony está prestes a fazer o que pressinto que vai fazer, tenho que deixar este lado meu sair.

Ela volta a atenção ao livro, e eu desisto de reprimir a vontade de não deixar as lágrimas sair, e choro em silêncio, mas sorrio, pois o choro não é propriamente de dor, ou tristeza, mas de certo modo, alívio.

Desisto também de olhar para a simulação, e de tudo o que esta vai causar. Em poucos minutos o Tony volta.

- Não que seja uma competição, mas ela ama-me 3 mil. - diz com um tom extremamente convencido, referindo-se a algo que provavelmente a Morgan disse.

- É mesmo? - pergunta a Pepper.

- Tu ficaste naquela faixa inferior, entre 6 e 900. - a Pepper ri abertamente, baixando a cabeça. - E tu! - aponta para mim, fazendo-me olhar para ele, e inclinar um pouco a cabeça para a direita. - Tu abaixo dos 6.

Levanto as sobrancelhas e sorrio animada com o ritmo que conversa está a levar. Provavelmente ele não tem intenções com a simulação.

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Olá meus amores, tudo bem com vocês? Espero que simmmmmmm!

Mais um capítulo que espero que tenham gostado. Muitos beijos e até à próxima.

A Stark but not a Stark | 2Onde histórias criam vida. Descubra agora