Dans

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O jovem príncipe ficou dias sem retornar aos aposentos do alfa. Preferiu dar a Levi todo o espaço que o jovem desejava ter, ele não o faria sofrer com sua presença. Jamais se impôs dessa forma, nem mesmo para um alfa.

Em uma das  manhãs que se seguiu ao fato, Eren estava no enorme salão de danças do palácio. O local normalmente não era usado, a menos que houvesse algum evento festivo. Entretanto o moreno se viu com uma vontade imensa de extravasar suas frustrações e viu na dança a melhor forma de fazer isso.

— O senhor sabe que é uma loucura permitir que aquele alfa feral fique andando pelos aposentos do palácio não é? — questionou Armin, observando o nobre terminar  vestir seu belo traje.

— Deixe-o caminhar pelo palácio, se ele desobedecer com certeza não faltará seguranças para o deter.  — respondeu o moreno terminando de se vestir e preferindo não dar muita atenção às palavras do amigo. — não quer dançar comigo?

— Não — respondeu o servo firmemente, irritado pela súbita mudança de assunto. —  Essa dança era a prova de nossa submissão aos alfas e foi banida quando seu pai assumiu, não devia ficar dançando esse tipo de coisa Eren. É uma dança que atrai o alfa mais compatível para o acasalamento e diz a ele que você está apto procriar. 

— Bobagem! É só uma dança bonita, e não tem nenhum alfa aqui. Eu não acredito nisso de destinado ou alfa compatível. É só sexo Armin, se eu transar sem proteção vou engravidar e pronto, não preciso dançar para emanar feromônios. Não seja ridículo! — respondeu caminhando para o enorme salão. — Apesar que um dia eu dançarei para meu companheiro com certeza!

— Eren, estamos livres disso, por que insiste em ser prisioneiro, não precisamos de alfas. — tentou argumentar.

— Você não entende Armin, eu não quero ser escravo de um alfa, quero pertencer a alguém que me ame e respeite. E quero dançar para ele por amor e não por submissão. Além disso eu disse companheiro e não alfa!

Os olhos azuis do pequeno ômega fitaram o amigo por alguns instantes e depois decidiu sair. Não adiantava argumentar. Arlet, mais do que ninguém, sabia o quanto o jovem era teimoso e impulsivo. Nem o rei lhe impunha limites, não seria ele, um jovem criado  que faria isso.

O servo saiu do enorme salão e caminhou pelos corredores. Pensar no rei fez o loiro se lembrar do príncipe mais velho. O incidente envolvendo Pieck e Zeke ainda estava incomodando  Armin. Ele temia que suas suspeitas fosse reais e por isso não falaria com ninguém. Porém, a reação da ômega ao príncipe era um prova quase que irrefutável de que o príncipe herdeiro do trono guardava consigo um segredo que poderia mudar o destino se toda a Turquia.

Perdido em seus pensamentos ele nem percebeu que havia chegado a um dos jardins de inverno do palácio e que estava próximo demais de um certo alfa que queria evitar a todo custo

Alfa este, que para desespero do loiro, estava tocando as glândulas de cheiro  em seu pescoço e exalando um perfume suave, mas cativante. O homem parecia incomodado com o objeto e dava a entender que não havia notado o jovem louro que por mais que não quisesse não conseguia deixar de olhar para a bela criatura sentada próxima a fonte.

Se não fosse pela pulseira que o loiro usava, provavelmente já estaria pedindo para ser levado por aquele homem e estatura baixa e olhar ameaçador, era um pensamento desagradável para a razão de Armin, mas para seu ômega interno era incrivelmente aprazível, já que aquele alfa com certeza geraria bons filhotes.

"Malditos instintos." Pensou o loiro antes de ser interrompido.

— Ômegas são criatura engraçadas. — começou a falar parando de tocar a glândula em seu pescoço. — essa maldita coleira fica bem em cima da minha glândula e eu estava tentando deixar as coisas confortáveis para mim e acabei atraindo você com meu cheiro, você nem percebeu não é?  Vocês realmente acreditam que estão no poder sendo criaturas tão fracas?

Um Sonho Chamado LiberdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora