A maldição dos corvos!

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Lá fora a chuva não media esforços para cair, nas ruas não haviam condições de passar, todas as famílias já estavam em seus aposentos, o dia começaria diferente a seguir, nada estava tão absurdo, chuvas assim já haviam caído antes, os cavalos estavam um pouco agitados nos celeiros, mas assim que a chuva se fosse eles voltariam ao normal.

Em uma casa simples do reino existia uma família que, como as outras, vivia de parte do seu plantio, uma família que não tinha inimigos até onde se sabe, pois viviam de bem com todos que moravam por perto. Marcus, o pai, era marceneiro, Elizabeth, a mãe, apenas tomava conta da casa e de suas duas filhas, Mellane e Morgana, a primeira sendo mais velha que a segunda cerca de 4 anos, sempre ajudou sua mãe na criação da mais nova.

Todos os dias, Marcus acordava cedo para trabalhar, não deixando antes de dar um beijo em cada uma das mulheres de sua vida, nesse dia em especial algo mudou, a chuva que caíra noite passada, havia causado mais estragos a sua casa, a horta e tudo que rodeava a casa estava completamente destruído e algumas coisas até quebradas por terem talvez ido ao chão com os fortes ventos. Voltou até sua casa, e acordando sua esposa pediu:

- Querida! – Diz ele calmamente. – A tempestade desta noite nos trouxe grande prejuízo, por isso, quero lhe pedir para que esteja arrumando o que conseguir, aquilo que não der conta eu mesmo arrumarei ao retornar.

Elizabeth, dá um beijo no rosto de seu marido e concordando com a cabeça se vira e volta a dormir. Marcus torna a sair de sua morada e segue rumo até o local onde trabalhava. Nas outras casas que se seguiam ao longo do caminho nada parecia estar tão destruído quanto a sua. Encontrou com alguns amigos pelo caminho e contou o que havia acontecido, afim de obter uma resposta com a qual pudesse entender o porquê daquilo ter acontecido com sua família.

Nada descobriu, tudo que escutava era que com o cair da chuva todos foram para as suas camas, como era o costume em tempos como aquele. Era comum todos se recolherem.

Nas ruas da cidade, podia se ver rastros do que parecia ser uma carruagem, as marcas eram tão fundas que chegou a ser estranho, afinal, nenhum dos moradores do lugar possuía uma carroça sequer, alguns com uma condição um pouco melhor, tinha seus cavalos, os outros, se contentavam em ter sandálias que ainda eram resistentes e duravam as longas caminhadas que faziam pelo reino.

Joseph, irmão mais novo de Marcus, não apareceu para o trabalho naquela manhã, Seu irmão preocupado com o bem estar de todos de sua família, foi até a casa de seu irmão para saber o que poderia ter acontecido. Próximo a porta da casa um pássaro negro como a mais sombria noite, se impunha sobre a cerca, seu bico brilhava e seus olhos negros, podiam ver a alma daqueles que se perdiam em seu olhar. Marcus sempre teve medo de histórias onde pássaros assim apareciam. Em uma certa vez com seus 12 anos de idade Marcus escutou de seu avô:

- Nunca olhe, fale, ou passe perto dos pássaros negros, eles trarão, maldição sobre a sua família e sobre aqueles que você mais ama!

Passando um pouco longe do animal, que o seguia com o olhar, Marcus bate à porta de seu irmão, na mesma hora a ave soltou o seu crocitar, causando um arrepio que correu pela sua espinha o fazendo pular de susto e se segurar para não cair no batente da porta, desesperado pela situação bateu mais forte pela segunda vez, o animal repetiu o seu som, o medo subiu tão depressa que Marcus entrou com tudo usando de sua força, chegando a cair de tropeço na região onde seria a sala da casa.

A luz fraca da manhã ilumina casa a dentro, pela porta aberta por Marcus, revelando o que havia acontecido. Os olhos do irmão mais velho, se arregalam ao ver a cena de brutalidade que havia acontecido, os corpos de seu irmão e de sua cunhada estavam em um estado completamente aterrorizantes. Joseph estava com parte do seu pescoço cortado, fazendo com que a cabeça estivesse presa apenas pela pele e alguns músculos, o peito aberto completamente, com cortes que seguiam do ombro até o umbigo, apenas parte de um braços estava ainda preso ao tronco, uma das pernas estava quebrada e virada ao contrário. O corpo estava jogado sobre os móveis da cozinha, pouco restava da roupa, na perna faltava além de parte da roupa, parte da coxa de seu irmão. Elena tivera suas roupas também rasgadas, parte do rosto parecia ter sido comido, um braço inteiro ainda restava, e suas duas pernas inteiras permanecia no corpo, mas as suas costas estava completamente aberta, seus ossos podiam ser vistos, o sangue de ambos tomavam conta da casa.

Contos para se inspirar: Porque a vida não é o bastanteOnde histórias criam vida. Descubra agora