chapter three

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UMA FLOR NA BEIRA DO RIO


Nossa nova casa não era tão longe, cavalgamos entre 5 e 10 minutos até que eu amarrei o cavalo no espaço já reservado para ele em nosso quintal, eu deveria devolvê-lo no dia seguinte.

Minha família me esperava ansiosa na sala, estavam todos felizes e cheios de perguntas, assim que abri a porta, Suzannah veio correndo abraçar-me.

− Meu maninho agora vai ser um membro da corte, você vai ser um nobre, Alek − disse ela ainda agarrada a mim.

− Creio que ainda estamos longe de saber disso, Su, mas vou sim frequentar a corte do rei Sheriddan.

− Está com fome, filho? A Su pode preparar algo pra você.

− Obrigado papai, mas já comi no castelo.

− Eles nos deram uma cesta de comida, mano, tem certeza que não quer comer?

− Tomei sopa na cozinha do castelo com Munro, meu novo tutor.

− E o que você fez para o rei de treze braços não devorar, você, Alek?

− Jullie, ele não tem treze braços, ele é uma pessoa comum.

− Mas toda a Irlanda fala isso, Alek.

− Então toda a Irlanda fala bobagem, Chris.

− Eu sempre disse a vocês pra não acreditarem em tolices, muito bem família, eu deixei vocês acordados até agora pra esperarmos seu irmão chegar, mas já que ele chegou, vão todos pra cama.

− Mas papai, quem me garante que meu irmão não foi devorado pelo rei de treze braços e esse aí e só o fantasma dele assombrando a gente?

− John, deixa de tolices, vá pra cama agora.

Essa nova casa era muito melhor que a nossa na Irlanda, ela tinha dois andares, em baixo ficava a sala com algumas cadeiras e bancos pra sentarmos, a lareira e uma longa mesa onde faríamos nossas refeições, a cozinha, uma varanda com um fogão a lenha aos fundos e um pequeno quarto para guardarmos lenha e ferramentas além da escada que levava ao andar de cima, onde tinha um quarto para Jullie e Suzannah, outro para Christian e John, outro para papai e outro para mim, apenas a casinha com a latrina ficava do lado de fora da casa por motivos óbvios.

Toda casa era iluminada pelas misteriosas tochas mágicas, bastava deslocar para cima uma pequena alavanca que ficava na parede geralmente perto da porta, que imediatamente o ambiente se iluminava como se tivesse uma centenas de tochas comuns, eu e Munro conversamos tanto que eu me esqueci de perguntar qual era a magia daquelas tochas.

Minha cama era mais larga que a que eu dividia com Christian em nossa pequena casa em Donogal, o colchão era macio, não era de palha como em nossa antiga casa, era de outra coisa que não consegui identificar de imediato, mas o travesseiro era de penas, a cama ficava bem no meio do quarto, no canto um suporte para pendurar chapéus e casacos e na outra parede um baú com minhas poucas roupas, essa era toda mobília dos quartos.

A casa era bem planejada, de modo que a lareira acesa bem no meio da sala, aquecia toda a casa e todos quartos nas noites frias de inverno.

Tirei minhas roupas, apaguei a tocha magica e deitei-me embrulhando-me com uma coberta de retalhos costurados feita por mamãe e Suzannah. Que falta ela nos faria nessa nova casa, já fazia um tempinho que ela tinha partido, mas todos ainda sentíamos saudades dela.

Acordei no dia seguinte sentindo cheiro de pão fresco, Suzannah tinha aprendido com mamãe a fazer pão e seus pães era melhores que os dela, o dia estava amanhecendo quando nos reunimos na mesa da sala pra tomarmos nosso café.

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