SASSENACH
Ao final do dia fui informado por Munro que Suzannah voltaria de carruagem para casa pois levava consigo vários presentes que eu e meu pai não poderíamos levar nos cavalos, sendo assim, quando chegamos em casa, ela já havia mudado suas novas roupas para as vestes costumeiras, mas tinha um brilho radiante no olhar, um sorriso lindo que emocionou a mim e papai, realmente eu nunca tinha visto minha irmã tão feliz.
A princesa lhe dera um baú novo cheio de roupas além de sapatos e chapéus próprios de damas da corte e outras coisas mais.
Christian por sua vez havia cumprido bem seu papel, soube cuidar de nossa casa e nossos irmãos menores com a mesma atenção que Suzannah.
− O que achou da princesa? – perguntei a ela após o jantar quando estava sozinha guardando a louça.
− É maravilhosa, Kaline é um amor de pessoa e Dorothy também é tão amável!
− Fico feliz que tenhas se divertido, já fazes tanto por esta casa!
− Obrigado por permitires que eu fosse.
− Papai é quem o permitiu.
− Mas ele valoriza muito tua opinião, como meu irmão mais velho, assim como papai, também és responsável por mim.
− Tens ideia do quanto és importante para mim? Do quanto lhe amo? – falei alisando a mecha de cabelos loiros na testa que escapava de seu lenço verde.
Ela não respondeu de imediato, apenas abraçou-me emocionada, instantes depois é que respondeu com o rosto afundado em meu peito mas sem olhar para mim.
− Também lhe amo muito, todos os dias me preocupo com tua segurança naquele castelo. – depois me soltou, voltou a mesa pegar mais pratos e me disse sorrindo mas com os olhos molhados – e por falar em amor, Jullie estava certa quando percebeu um sorriso diferente no rosto de Dorothy, não é meu irmão?
− Eu devia ter desconfiado que um dia em companhia delas seria suficiente para saberes de tudo.
− E por que não me contastes? Não dizes sempre que não temos segredos um com o outro?
− Estou envergonhado por que não sei como sair dessa situação, não tenho por lady Dorothy os sentimentos que ela espera de mim.
− Então por que a beijastes?
− Ela te contou isso também? – olhei assustado para ela que veio até mim e puxou a manga de minha roupa ao passar em direção à tina que guardávamos água dentro da cozinha enquanto respondia.
− Ela me contou tudo! Até mesmo do encontro que tiveram ao pôr do sol.
− Suh, não sei o que pensar.
− O que sentes por ela?
− Nada tão especial, mas é tão bom ficar com ela, quando me abraça ou quando nos beijamos sinto coisas que nunca em minha vida senti antes.
− Deves imaginar que ela me pediu para falar dela para ti, não é?
− Sim, pressuponho que sim. Duas vezes tentei olhar em seus olhos e lhe falar a verdade, falar o que realmente sinto, para que ela não se magoe ou não crie expectativas a meu respeito, mas vi uma felicidade tão grande em seus olhos que não tive coragem de magoá-la, demais a mais, passo o dia todo pensando nela.
− Disseste agora a pouco que não tens o mesmo sentimento que ela e mesmo assim passas o dia todo pensando nela?
− Sim, até mesmo desejando sua boca outra vez, Suh.
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ETHRIONN
RomanceHá muitos anos atrás, quando os reinos dos homens ainda estavam se desenvolvendo, na Grã-Bretanha do século XII, um mago fazia descobertas que não eram para o seu tempo, um jovem escondia de seus pais seu verdadeiro rosto e a despeito da diferença...