chapter twenty-seven

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A NOIVA DE EDWARD

Lorde Evverus continuou ainda vários dias conosco e ao partir o compromisso de casamento entre sua filha e lorde Edward foi firmado por escrito, para desespero deste, diga-se de passagem.

Consequentemente o novo Edward bem-comportado e sempre alegre foi gradativamente dando lugar ao antigo Edward sempre ranzinza.

Desistiu de tentar qualquer coisa com sua mãe, seu avô por outro lado nem mesmo o receberia se fosse pra tratar do assunto de seu casamento, só lhe restou seu pai, o único que ainda lhe dava um mínimo de atenção, ou como dizia lady Mayra, o único que ainda "perdia tempo ouvindo as inúteis lamentações de Edward".

Nosso sistema de telégrafo agora estava oficialmente instalado e perfeitamente operante em toda Ethrionn e algumas das principais cidades fora do reino, o que acelerou em muito as comunicações.

Por outro lado, ainda haviam nações muito resistentes que criam que esse novo sistema se tratava de feitiçaria das bruxas de Ethrionn.

Contanto que pudéssemos nos comunicar com a Europa e outras nações mais rapidamente, o que pensavam desse novo sistema não nos interessava.

E foi por meio do telegrafo que chegou a noticia de que em poucos dias a filha de lorde Evverus viria para Ethrionn.

O que aumentou ainda mais o mau humor constante de Edward Sheriddan, a cada dia que se aproximava da chegada dela, era um dia a menos de solteiro que ele poderia usufruir.

A fim de diminuírem seu descontentamento o rei até permitiu que ele fosse a taverna visitar seus antigos amigos, o que não deu muito certo pois ele voltou a chegar bêbado como fazia antigamente.

E numa certa noite em que em me preparava para ir embora, Munro me encarregou de devolver alguns volumes à biblioteca depois eu poderia me retirar, ele por outro lado continuaria bebendo seu chá e folheando seus estudos.

Passei em um dos corredores com vários livros nas mãos e encontrei lord Edward com um pano velho polindo a armadura de um soldado da guarda. Achei aquela cena tão inusitada que tive de me encolher e observar por que ele fazia aquilo.

Claro que no mínimo estava bêbado de novo, mas ele cantava alguma coisa em língua gaélica e lustrava a armadura do soldado, quando pensei que já tinha visto o suficiente quase morri do coração ao ouvir alguém perguntando por trás de mim:

– Por que ele está fazendo isso?

– Pelos céus Kaline! Pensas em matar-me de susto?

– Ah, desculpe, mas o que há com ele? – Insistiu ela nem dando importância ao susto que me dera.

– Ele está bêbado.

– Mesmo assim, Edward odeia trabalhar, isso não faz sentido.

– E desde quando há algum sentido nas ações dos bêbados?

– Tens razão.

– Melhor voltares aos teus aposentos, alteza, o humor de teu irmão é sempre meio tenebroso quando ele bebe.

– Eu ia a biblioteca pegar algo para ler, estou sem sono.

– E por que não mandou alguém?

– Por que eu não quis ora essa, quem lhe deu direito de me questionar?

– Mil perdões, alteza.

– Eu queria andar um pouco.

– Quer companhia? Preciso mesmo ir para lá antes de ir embora.

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