chapter thirty

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BODAS DE FERRO NEGRO


No dia seguinte, eu estava montado em meu cavalo, bem longe dos portões de Ethrionn tendo na sela duas bolsas, uma de provisões e outra com dinheiro, alguns pertences pessoais e vários convites de casamento, não apenas do Munro mas também do rei e de diversos outros nobres do castelo.

Acontece que Munro já tinha obtido a permissão do rei, mas quando foi anunciar a ele que já tinha falado comigo e a viagem seria certa no dia seguinte, ele também quis que eu levasse outros convites não só dele como também dos nobres da corte.

Antes do nascer do sol eu estava a galope na estrada real a caminho do condado de Nightshade, no entanto como tinha ainda outras pessoas a serem visitadas, eu ficaria pelo menos duas semanas fora.

As estradas fora dos muros de Alban eram perigosas, esta não era a primeira vez que eu fazia essa viagem, mas pela graças dos céus não fui perturbado por ninguém.

Mas sempre ouvíamos relatos de caravanas ou cavaleiros solitários ou até mesmo destacamento de soldados que eram atacados por ladrões.

Ethrionn podia ser um reino próspero e futurista, mas não tinhas apenas santos ali, pra ser bem sincero graças a essa prosperidade toda acredito eu que Alban tivesse mais demônios do que qualquer outro reino no mundo.

Felizmente eu estava em paz, e era bom gozar da confiança do rei e dos nobres da corte, mesmo que a futura noiva do príncipe herdeiro me tratasse como um reles serviçal. Eu não devia nada a ela, contanto que não lhe faltasse com respeito podia deixar que ela reclamasse o quanto quisesse, se debatesse pelo chão ou espumasse pela boca de raiva.

Pelo menos de uma coisa eu tinha certeza, a serpente fundida no brasão da família Kroth era um animal muito apropriado para representa-los.

Exatos três dias depois, apeei do meu cavalo nos jardins do Condado de Nightshade, entreguei meu animal a um empregado que veio me receber e fui cumprimentar a condessa que sempre me recebia com um amável sorriso e uma mesa farta.

– Como tem passado esses dias, Alek?

– Muito bem, condessa, obrigado por perguntar, trago-lhe um convite de casamento do Príncipe Edward Sheriddan e uma mensagem especial de meu mestre.

– Descanse primeiro, já mandei lhe prepararem um banho e roupas limpas, em seguida coma alguma coisa pois já passamos da hora sétima faz tempo, creio que deve estar faminto. Conversaremos depois, meu amigo.

– Mais uma vez obrigado por sua amabilidade, condessa.

A condessa era sempre amável com todos, comigo no entanto ela tinha um cuidado especial por causa de Munro a quem ela tinha como pai.

Seu pai verdadeiro havia falecido por alguma razão que eu ainda desconhecia, mas Munro sendo amigo deste prometeu cuidar de sua família.

Embora ela tivesse irmãos mais velhos, ela foi a herdeira do título de nobreza, tanto seu pai quanto sua mãe julgaram que ela seria a melhor de todos os filhos para dirigir o condado em seu lugar, seu irmão mais velho de 25 anos, para meu espanto aceitou muito bem a decisão do falecido conde.

Volto a dizer que me espantei por que títulos de nobrezas deixados como herança eram motivos de brigas frequentes em famílias, as vezes até tragédias.

Mas nenhum dos irmãos dela pareceu se importar, muito pelo contrário, todos eles até parabenizaram-na quando o testamento do falecido conde foi lido em família.

E foi assim que Fernanda Nightshade, apenas aos 20 anos, tornou-se a nobre mais nova no reino de Ethrionn, detentora não somente do título, mas de todas os bens e propriedades que lhe advieram junto a este.

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