Capítulo 3.

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...eu andava por uma rua aparentemente deserta cheia de entulhos,carros abandonados,lixos espalhados e corpos de pessoas no chão,estava muito escuro,a pista parecia estar molhada. Guiado pelos faróis de um carro eu caminhava de forma apressada,mas quanto mais andava mais distante o veículo ficava e quando menos se espera consigo alcança-lo. Ao abrir a porta do motorista uma criatura humanoide reptiliana está sentada ao volante,no rosto não tinha nada além de um sorriso gigantesco mostrando os dentes pontiagudos...de repente ele avança em minha direção...

Com o susto acordo de uma vez,aquilo havia sido apenas um pesadelo. Pelas frestas da janela podia se notar que lá fora já havia amanhecido,mas eu realmente não estava afim de levantar,de alguma forma me sentia indisposto.

— Sean?. — Ouço Liam bater na porta.

— Estou acordado. — Respondo.

...vagarosamente ele vai abrindo a porta...

— Desculpe entrar assim,mas nós não podemos perder tempo. — Ele fala.

— Tudo bem,eu teria que levantar de qualquer jeito. — Movimento os ombros.

— Se quiser comer alguma coisa vem até a cozinha.

— Certo...

Liam sorri e sai do quarto. Eu permaneço ali ainda meio mexido por causa do pesadelo que tive,além da dor de cabeça uma sensação agoniante percorre meu corpo.

...levanto da cama e vou até a cozinha...

— Espero que tenha dormido bem,se a gente não achar  um carro em bom estado vamos passar o dia todo andando. — Liam comenta.

— Isso não parece ser um desafio para mim. — Brinco.

— É o que você diz,mas não é o que parece ser.

— Eu já sobrevivi a coisas extremas,vê?...cada cicatriz é mais um ano de vida.

— É,são muitos anos. — Ele sorri — Com fome?.

— Não.

— Certeza de que não quer comer nada antes de sair?.

— Estou sem fome. — Falo.

— Certo...e a sua mão? ainda doí?. 

— Um pouco,só está difícil movimentar,mas tudo bem.

— Ótimo. — Liam se agita.

...

Depois de uma rápida conversa fomos até a sala,uma mochila preta estava em cima do sofá já toda arrumada,é provável que Liam tenha ficado a noite toda preparando-a. Ele pega o objeto e começa a verifica-lo com atenção... 

— Temos água,comida,lanterna,mapa...o que eu esqueci?...claro.

...de forma apressada ele retorna para a cozinha,logo em seguida volta segurando duas pedras na mão...

— Pra que serve?. — Pergunto.

— Fazer fogo,isso vai ser nossa passagem para noites aquecidas e comida requentada.

— Engenhoso. — Sorrio.

— Iai Sean,preparado?...vamos nos expor ao perigo.

— Estou acostumado.

E por fim saímos da casa....parece até que é a primeira vez que vejo todo o caos do lado de fora. Nós estávamos em um bairro residencial,a rua estava bem calma e silenciosa,mas isso pode não ser algo positivo pois as vezes o perigo nem sempre anuncia sua chegada.

O mato cresceu muito e agora praticamente domina a rua,Liam e eu andamos por uns segundos até notar que não éramos os únicos. Uma infectada perambulava por ali com passos vagarosos,mas por sorte está de costas para nós.

— Por aqui. — Liam sussurra e vai numa outra direção.

— É raro encontra-los sozinhos. — Falo seguindo-o.

— Talvez não seja a única infectada por aqui,devemos prestar atenção.

— E se algo acontecer como vamos nos defender?. — Pergunto.

— Com o raciocínio,e se as coisas saírem do controle eu tenho meu canivete.  

— Não acho que seja o suficiente.

— Eu sei,mas por enquanto vamos evitar confrontar essas coisas. — Ele explica — Estamos em desvantagem aqui.

— Tem razão. — Digo com uma expressão tensa

— Não se preocupe,vamos ficar bem.

— E armas,já pensou em usar uma?.

— Eu odeio armas. — Ele fica sério de repente.

Liam pode parecer ser um cara legal,mas há muita coisa sobre ele que ainda permanece sendo um mistério,ou talvez fosse apenas impressão minha...

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(Continua No Próximo Capítulo)

Sobre-Viver (A Infestação Do Mal)Onde histórias criam vida. Descubra agora