Capítulo 10.

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A criatura para de se mover,permaneço imóvel prendendo até a respiração,depois de ficar ali por alguns segundos ela sai da lanchonete...foi a maior sensação de alívio que tive. No chão bem próximo ao balcão tinha uma bolsa,provavelmente era da pessoa que foi pega pela criatura

Dentro havia apenas uma garrafa de água e um mapa feito a mão com alguns pontos da cidade,vários marcados com um "x",dois marcados com um ponto de interrogação,mas o mais que se destacava eram os múltiplos círculos em volta de uma casa...  

— Seria a casa dele?. — Cochicho.

Tiro a mochila de minhas costas e a coloco em cima da mesa,sento na cadeira e permaneço quieto esperando algo acontecer. Minutos depois sou surpreendido pelas gotas de chuva que começam a se intensificar,para a minha surpresa Liam aparece todo molhado,cansado e ofegante ele fecha a porta do estabelecimento e vem até mim.

— Viu?...até que foi fácil. — Ele sorri.

...fico em silêncio...

— Ei Sean,o que aconteceu?.

...e do inicio explico tudo para ele.

— ...o sobrevivente deixou isso aqui,aparentemente são os lugares por onde esteve. — Falo lhe entregando o mapa.

...Liam começa a comparar o papel com o nosso mapa...

— É bem complexo,o mapa dele é idêntico ao nosso...aposto que esses "x" são lugares perigosos ou simplesmente não há nada neles.

— E as localizações marcadas com o ponto de interrogação? não foram exploradas ainda?. — Questiono.

— Acho que não.

— Essa casa parece ter sido o refúgio dele,mas é tão longe daqui,para onde esse sobrevivente ia?.

— Sabe Sean,talvez a gente deva dar uma olhada,afinal esses pontos estão no nosso trajeto até o sul.

— Não sei se vale a pena. — O encaro.

— Valerá,estou com um bom pressentimento.

Liam mantém o sorriso e isso torna a conversa agradável,talvez essa fosse a oportunidade que a gente precisava.

...

Anoiteceu e lá fora ainda continuava chovendo,Liam havia conseguido fazer uma mini fogueira lá no chão da cozinha da lanchonete,mas ela só serviria para esquentar a nossa comida. Eu permanecia sentado no mesmo lugar olhando para fora pela janela,só conseguia pensar nas pessoas com quem convivi antes dessa catástrofe acontecer.

— Quer um pouco?. — Liam vem até mim com uma garrafa de água.

— Quero sim. — Digo pegando a garrafa.

— O jantar está pronto,aproveite enquanto está quente.

— Daqui a pouco.

— Desde que nós saímos do refúgio você tem andado meio pensativo,preocupado com alguma coisa?. 

— As vezes eu duvido muito da minha esperança e por mais que tente não consigo tirar isso da minha cabeça,mas eu continuo aqui então...

— Eu entendo,muitas coisas me preocupam,mas se estamos aqui é por algum motivo especial.

— Não,só estamos resistindo. — Suspiro

— Achei que estivesse animado com a nossa viagem,lembra?...foi você que me convenceu a ir. — Liam se senta ao meu lado — Estamos juntos nessa.

— Que bom que tenho sua companhia. — Sorrio — Ficar sozinho sempre foi o meu pior medo.

— Os sobreviventes que estavam com você eram seus amigos?.

— Conhecidos apenas,eram pessoas preocupadas e autoritárias,sempre discutiam os lugares por onde a gente tinha que ir...mas apesar de tudo nenhum deles merecia esse fim.

Lágrimas começam a escorrer ao lembrar das faces alegres antes daquele acidente acontecer. Liam delicadamente enxuga meu rosto,nesse momento olho em seus olhos e rapidamente um sentimento de calma me tranquiliza.

...lentamente vou me aproximando dele,sua respiração acelera e...

— ...minha roupa ainda está toda molhada. — Ele comenta se afastando — Eh...bom...vou ver como está a comida,eu trago pra você.

— Tudo bem.

Liam sai de fininho,seu jeito constrangido me faz rir. Eu não sei se pensamos na mesma coisa,e se sim,aquele não foi o momento certo...

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(Continua No Próximo Capítulo)

Sobre-Viver (A Infestação Do Mal)Onde histórias criam vida. Descubra agora