Capítulo 13.

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Nós andamos muito,quando estava prestes a noitecer Liam e eu nos abrigamos dentro de uma estação de metrô. O lugar era imenso,mas a vegetação estava quase tomando o espaço,havia lixo espalhado por todo lado e a fraca iluminação indicava que aquela região tinha eletricidade. Barramos todas as entradas com os bancos,nada poderia entrar ao menos que tivesse muita força...enquanto eu terminava de revisar o resto da estação Liam faz uma fogueira.

— A área está segura. — Falo ao me aproximar dele.

— Isso é bom. — Diz ele em um tom entristecido — Ao menos vamos ter uma noite calma estando aqui dentro.

— O que houve?. — Pergunto.

— Nossos recursos estão acabando,é provável que dure só até amanhã.

— Nós vamos encontrar mais recursos,isso eu garanto,só temos que ter paciência. — Mostro positividade.

— O refúgio no sul parece promissor,espero que a gente se dê bem lá.

— Em tempos como esse nós andamos bastante preocupados,seja por encontrar recursos,achar um lugar seguro...enfim,nisso tudo a preocupação se torna o nosso pior obstáculo. — Falo calmamente — Se houvesse ao menos uma forma de entender o que está se passando o mundo não teria se perdido.

— Castigo?.

— Se for isso nós não fomos bons o suficiente.

Liam sorri por um breve momento,logo ficamos em silêncio restando apenas o barulho da fogueira queimando os restos de galhos e objetos que encontramos por ai. Eu queria poder dizer alguma coisa,qualquer assunto,mas tinha vergonha de parecer inconveniente...

— Sabe Sean,eu nunca imaginei que fosse encontrar alguém como você no meio de todo esse caos. — Liam fala olhando diretamente para mim — Nem sei o que eu faria se você não tivesse resistido ao acidente.

— Digo o mesmo,parece que de alguma forma nós tínhamos que estar aqui. — Mostro um sorriso.

...

Depois que terminamos de comer sentamos perto da fogueira,mas sua chama estava tão fraca que mal esquentava o ambiente,logo essa noite que prometia ser a mais fria de todas. Liam até que tentava reacende-la,porém nada adiantava...

— A porcaria da madeira está molhada. — Ele reclama — Tudo nesse lugar está úmido.

— Deixa pra lá,pelo menos serviu para esquentar a comida.

— Sabe,eu estive pensando naquela chave que encontrei.

— Ela pode ser de qualquer outro lugar. — Movimento os ombros.

— Tinha um papel ao lado dela.

— E o que dizia?. — Pergunto.

— Eu não sei,na hora você se desesperou para sair de lá,nem tive a oportunidade de ler...do que estávamos fugindo?. 

— De nada,foi só um alarme falso. — Respondo com um meio sorriso.

E mais uma vez não tive coragem de contar sobre a criatura,aquela que na qual eu desconhecia totalmente as intenções. Encaro a fogueira com o olhar apreensivo,o frio fazia meu corpo tremer um pouco embora as chamas estivessem me esquentando minimamente...

— ...aqui. — Liam me cobre com o cobertor — Vai fazer muito frio hoje.

— Obrigado.

Nós estávamos bem próximos agora,dava até para sentir sua respiração,lentamente fomos chegando cada vez mais perto um do outro. Por um momento desvio meu rosto para o lado com uma expressão perdida,Liam segura delicadamente meu queixo fazendo com que eu passe a olha-lo novamente.

...ele me beija...

Não foi algo espontâneo,mas sim um gesto sutil e por mais que isso tivesse me pegado de surpresa não quis parar. Nossos lábios se encontrando foi uma das melhores sensações que tive e se o mundo tiver que acabar nesse exato momento eu não me importaria de passar os últimos minutos com Liam.

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(Continua No Próximo Capítulo)

Sobre-Viver (A Infestação Do Mal)Onde histórias criam vida. Descubra agora