Capítulo 11

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Aí ele parou... olhou pra mim e eu olhei pra ele. A história parecia bem triste mas o olhar que ele tinha dirigido pra mim parecia que ele estava bem nesse exato momento, se sentia seguro...

- Depois de toda essa confusão passar eu fiquei muito triste claro, durante muito tempo. O meu irmão também ficou mas logo se recuperou e eu não o culpo por isso, ele decidiu seguir em frente e isso é bom, mas ele e o meu pai parecem afastados de mim, como se eu não fizesse parte da família, eu prefiro ficar no meu quarto sozinho, e gosto de estar fora de casa as vezes pra esquecer isso mas eu vivo aqui e é inevitável sentir-me sozinho. Eu embirrei contigo aquele dia porque eu havia visto quando caíste por cima do meu irmão no corredor, eu pensei que serias uma vizinha fixe que finalmente seria uma amiga já que só tenho a Lisa como amiga de verdade que nem vive cá no condomínio, quando vi aquela cena eu pensei então que serias só mais uma caidinha pelo meu irmão.

- Vou admitir que o teu irmão é mesmo bonito, mas eu sei deixar as coisas quando se deve, notei que o teu irmão já tem algumas pretendentes, então vou deixar como está, sermos só amigos.

- Ahamm...

- Olha eu não costumo me apegar as pessoas, já é a terceira vez que me mudo e não tenho o cantacto das pessoas que deixei pra trás, não sou de ficar a falar com as pessoas durante horas ao telefone, encontros, isso eu faço com os meus pais, mas eu acho que posso abrir uma exceção pra ti se me mostrares que vale a pena.

- Eu não posso te provar que não sou como o meu irmão, nem posso te dar a certeza que vai valer a pena porque eu sou muito imprevisível, as vezes gosto de estar com as pessoas e as vezes detesto pessoas, é difícil lidar comigo...

- Desafio aceite... acabaste de me provar que vai valer muito a pena Luís Sloan.

Os olhos dele brilharam e ele sorriu, conversamos mais um pouco...

- Então... amanhã te levo também?

- Acabaste de virar o meu motorista.

- Tu vais fazer com que a minha moto quebre com todo esse peso.

- Da próxima vez que me chamar de gorda eu vou quebrar o seu maxilar Fofinho.

- Oi Oi meninos. - minha mãe saiu ouvindo nossas vozes - tudo bem?

- Sim - dissemos em simultâneo.

- Ótimo, o jantar está pronto Anne.

- Tá, eu já vou.

- Tá bem, feliz noite Luís!

- Obrigada e igualmente tia Isabel.

- Então, tu tens o meu número, se precisares é só não me ligar ok - falei sorrindo.

- Eu vou infernizar a tua vida garota.

- Tenta pra ver.

- Até amanhã rabugenta - deu um beijo em minha testa e eu entrei.

Ele também é bonitinho e só agora reparei!

Durante o jantar contei sobre o meu dia e eles fizeram o mesmo.

- Quando é que a tal de Raquel aparece? - já estava farta de olhar aquela porta com o nome de alguém que eu nunca vi.

- Em breve... - meu pai respondeu indiferente.

- Já pensaram no que vão fazer no sábado? - minha mãe perguntou enquanto lavava a louça.

- Eu tenho de deixar correr a semana pra saber, vai que alguém do colégio me convida pra sair...

- Se for um rapaz tenta não partir o nariz dele.

- Eu avisei que você não devia ensinar artes marciais pra ela, mas você é muito teimoso.

- Valeu a pena mãe, tu devias ter visto a cara das amigas dela.

- Mas sabes que isso não se faz, espero que isso não volte a acontecer mocinha...

- Sim mãe.

Deixei os meus pais a conversar e fui pró quarto... olhei o meu telefone, respondi as SMS, mas ignorei a do Mike, responderia depois ou amanhã.

Comecei a desenhar uma capa de celular numa das minhas folhas A4 enquanto ouvia música e o meu telefone tocou. O número não estava gravado então não atendi.

Ligou a segunda vez, ignorei também, mas a terceira eu atendi.

- Quem é?

- Seu pesadelo voltou...

Só podes estar a gozar com a minha cara, não não não, isso só pode ser brincadeira, por favor não...

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