Ninguém precisa saber

Capítulo 27

- Isso mesmo que você ouviu, e quer saber quem me contou? - não respondi - Fernando querido, vem cá...

"Ham? espera aí, não to estendendo nada"

- Conhece o Fernando? pois é, ele é o meu namorado, achou que depois daquilo eu não ia me vingar? toda a história que ele te contou, tudo o que aconteceu entre vocês foi tudo graças ao meu plano magnífico neh, você é muito mais burra do que eu pensava.

Eu olhei pra ele que estava com um lado da boca curvado em um sorriso malicioso, eu queria morrer...

- Eu... - estava quase chorando mas respirei fundo - eu se fosse vocês saia daqui agora.

- Porquê? vai usar os seus golpeszinhos? - dessa vez foi o próprio Fernando a fazer graça de mim.

- Não, dessa vez não vai ser ela a sujar as mãos, vou ser eu a bater em você e na sua namoradinha se não desaparecerem daqui agora - foi o Luís que os ameaçou, eu nem vi como ele chegou até mim, mas eu agradeci muito mentalmente.

- Isso ainda não acabou fofinha - dito isso os dois foram embora e aos poucos os alunos iam voltando às suas vidas...

Isso ia ser assunto pra muito mas muito tempo, eu queria morrer, já disse que queria morrer?

- Vamos... - a Lisa me puxou pelo braço me levando para longe do refeitório já que eu estava petrificada, atrás de nós vinha o Luís com as minhas coisas - fala alguma coisa - ela falou preocupada quando chegámos ao estacionamento.

Eu não queria dizer nada, só queria esmagar ou bater em alguém, quem quer que fosse...

Eu tinha tanta raiva que nem me apercebi que havia ficado a sós com o Luís. Decidi ir embora do que ficar a sós com o Luís.

- Hey, onde pensas que vais? - falou me puxando pelo ombro e me fazendo voltar.

Eu vou embora, não vou ficar a sós com você para voltar a me tratar como se eu fosse um fantasma ou para olhar pra mim com pena.

- Pode crer que nessa história toda eu só posso rir da forma que você amarelou garota.

- Ham? - eu fiquei surpresa com a mudança de humor.

- Olhan eu não vou sentir pena de uma garota tão fod*#$ como você.

- Sério? sério que agora eu já existo? você me ignorou durante todo esse tempo e agora quer voltar?

- Não tive culpa, você fez com que isso acontecesse.

- Eu? eu não tenho culpa se você tem medo de amar alguém como eu.

- A única com medo disso aqui é você tá. E não tem nada a ver com isso.

- Então tem a ver com o quê?

- Você disse que não ia deixar aquele idiota na mão então só te dei o tempo que você precisava, eu também não sou um monstro para interferir nesse romance.

- Eu fui muito burra mesmo - falei quando lembrei de tudo que fiz com ele.

- Burra? você foi burra mas não é burra tá.

- Grande ajuda!

- Que foi? eu só falei a verdade, escolheu um idiota em vez de mim, queria que eu aplaudisse.

- Parece que você não sentiu a minha falta.

- Você tá falando de coisas que você não sabe.

- Eu não quero voltar para a aula, quero sair daqui.

- Porquê não disse logo... espera aqui que eu já volto.

E foi-se... eu fiquei aí sozinha pensando no quanto eu estava arrependida.

- Olha só quem tá aqui sozinha...

Olhei pra trás e lá estava o idiota, "ah não! agora não".

- Me deixa em paz ok, já fez o que tinha de fazer.

- Não não, faltou uma coisinha - ele se aproximava de mim em passos lentos e eu recuava até que encostei a parede e não tinha mais para onde fugir.

O medo começou a invadir cada parte do meu corpo... "Luís cade você".

- O seu namoradinho não tá aqui pra te defender agora não é... - ele começou a passar a mão no meu cabelo.

Eu dei um chute nele e tentei correr mas ele me fez cair, eu quis dar um soco nele mas ele pegou nos meus braços e não consegui fazer nada... aí me dei por vencida e as lágrimas começaram a cair.

- Não chora fofa, você vai gostar eu garanto.

- Mas você não vai gostar nada da surra que nós te vamos dar - era o Mike e o Luís.

Foi um alívio imenso que eu senti quando ele saiu de cima de mim, eu recuei e eles pegaram nele, acho que alguma coisa nele partiu porque aquilo foi uma surra e tanto.

- Pronto, não te via lutar assim desde a primária hein - o Mike falou enquanto limpava as mãos.

- Quem sabe um dia te dou uma surra também - os dois riram...

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