Eu já não me sentia assim a muito tempo... nunca mais senti esse medo de ficar com um rapaz assim, mas desde aquele telefonema tudo voltou... o medo, o meu nervosismo, o estado de alerta que eu ficava também voltou, apesar de só os meus pais conseguirem notar as vezes. Mas estava muito tensa desde aquela cena com o Luís que até a Lisa notou...
- Hey amorzinho?
- Ham? - eu estava tão distraída a analisar os rapazes no refeitório a hora do intervalo que só ouvi a terceira vez que a Lisa me chamou.
- Tu estás muito estranha hoje, não achas? Luís.
Ele olhou pra mim antes de responder como se procurasse uma permissão para saber se podia explicar mas acho que ele entendeu que isso é pessoal.
- Deve ser porque tu não paras de flertar com ela neh... - ele respondeu me fazendo sorrir.
- Ainda nem comecei.
- E nem vai começar porque eu to fora - e levantei para ir deitar o pacote de sumo quando um rapaz mais alto que eu esbarrou em mim me fazendo cair.
Ele logo segurou na minha mão pra me ajudar a levantar mas eu dispensei...
- Desculpa... deixa eu ajudar...
- Não, não é necessário, sério.
- Não, eu insisto.
"Dá pra você obedecer agora caramba, eu não sou inválida"
A Lisa levantou e me ajudou dispensando o rapaz.
"Graças a Deus!"
- As minhas suspeitas se confirmaram, tu estás estranha mesmo, nem deixou o gato do Fernando te ajudar a levantar.
Finalmente o sinal tocou e voltamos para as aulas...
Nos despedimos da Lisa no fim das aulas e eu e o Luís fomos até ao estacionamento...
- Se for por minha culpa que você tá assim desculpa...
- Não é, eu já sabia que isso ia acontecer.
- Como assim?
- Depois de ele ter ligado eu me convenci de que estava bem, mas aquilo hoje de manhã me confirmou que não, eu vou ter essas reacções durante um bom tempo, não sei quando vai parar mas...
- Mas...?
- Eu tenho medo, eu fico nervosa, ansiosa, fico esquisita e fico com medo apesar de não parecer.
- Eu posso... - ele tocou o meu ombro mas eu me afastei - desculpa, eu não vou te fazer nada, só quero ajudar.
- Ele dizia a mesma coisa...
Ficamos assim durante uns minutos então de repente ele me abraçou e não sei porquê mas eu não tive vontade de dar um soco nele, eu podia ficar ali durante horas que não ia me sentir ameaçada.
- Tá melhor?
- Uhumm - foi só o que consegui dizer quando ele me soltou.
Então voltamos pra casa...
- Quer entrar? - eu convidei ele enquanto entregava o capacete.
- Pode ser.
- George tá procurando o sapatinho de cristal ou quê? - ouvi minha mãe gritar quando entramos.
- Vocês vão sair?
- Aah Oi querida, vamos sim, ainda bem que chegou, vai conseguir ficar sozinha?
Olhei para o Luís que reparava os detalhes mas ele olhou pra mim também...
- Ele pode ficar?
minha mãe olhou pra ele também, ele acenou que sim...
- Cuida muito bem dela viu?
- Pode deixar tia Isabel.
- E o pai?
- Estou... aqui... - disse ele descendo as escadas enquanto terminava de calçar um dos sapatos - estou pronto.
- Aleluia neh? vamos - minha mãe olhou pra nós - divirtam-se mas nem tanto, nada de bagunça ok?
- Uhumm boa festa!
E foram...
- Seus pais não vão trabalhar amanhã?
- Não, eles não trabalham as quartas e geralmente saem as terças a noite e voltam tarde.
- E tu ficas sozinha?
- Geralmente sim.
- Tu ainda és virgem mesmo?
- Porquê?
- Porque és muito à vontade com os rapazes, e os teus pais são muito permissores.
- Eles confiam em mim e eu no meu autocontrolo.
- Veremos...
- Isso é uma ameaça Sr.Sloan?
- Longe de mim Sr.Adams.
- Pois...
Fui trocar de roupa e voltei...
- É suposto eu dormir aqui também?
- Eu não ia me importar.
- Então é melhor ir buscar as minhas coisas neh.
- Eu vou com contigo!
- Tem medo de me esperar aqui durante uns 15min? - ele riu - isso é mais grave do que eu pensava.
- Idiota.
Fomos para a casa dele mas eu o apressei porque não queria cruzar com o Mike nem com a outra mulher que vi de manhã.
- Você tem alguma irmã? - perguntei enquanto observava ele colocar algumas coisas numa mochila.
- Não... porquê?
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Ninguém precisa saber
Teen FictionA vida de Anne muda quando ela acha que seria tão monótona como nunca... Acontecimentos fazem ela perceber que ela não deve subestimar a vida, confiar em todos e que ficar presa ao passado nem sempre é assim tão mau.