- Olha - minha mãe se fez ouvir - eu e o seu pai já estamos muito preocupados com essa história e é melhor você dar um tempo nos rapazes e nós vamos tirar umas férias no trabalho de cupido - rimos os três.
- Eu entendo - falei um pouco triste mas decidida - p
Preciso mesmo. E também eu não quero voltar para o colégio.- Você pode ter aulas aqui em casa mesmo se quiser - meu pai sugeriu.
- Seria ótimo, mas e a Raquel vai estudar lá?
- Sim, vai no segundo trimestre - minha mãe respondeu.
- Tá bem.
Arrumamos a cozinha e fomos para a sala...
- Eu vou descansar, já foi muito stresse por hoje - meu pai se despediu.
- Pai? o que você falou para o Luís?
- Nada de importante, só agradeci.
Fiz que sim com a cabeça e ele subiu... ficámos eu, a minha mãe e a Raquel.
- Então, vocês já se conheceram?
- Sabemos o nome uma da outra apenas - ela respondeu rapidamente e animada.
- Então Anne se apresente querida.
- Eu sou a Anne como você já sabe, tenho 15 anos, e sou uma adolescente normal, o resto saberás com o tempo e tu?
- Eu sou a Raquel e tenho 16 anos e sou muito animada...
Eu olhei pra ela "aaah não me diga", ela parecia uma pilha, toda enérgica e isso estava a irritar-me.
- Eu vou dormir, estou cansada, até amanhã.
- Até amanhã irmã mais nova - eu parei e olhei pra ela como se fosse um aviso - aah muito cedo, certo, desculpa, até amanhã.
E continuei a subir...
No quarto eu fiquei pensando em como eu queria ter respondido o Luís mas foi melhor assim, ele vai conseguir ficar sem mim, "espero que eu esteja mesmo muito errada".
Acordei com barulhos lá em baixo, vi o relógio no computador e eram 11:50am. Fui tomar banho e desci.
Havia gente na sala, dava para ver da escada, eu estava meio escondida, não quis descer...
- Hey!
- Aí caraças - dei um susto quando a Raquel apareceu por trás de mim - que foi isso?
- Desculpa, acordou com TPM foi?
- Aaah não me stressa e fica calada.
- Meninas? - alguém chamou lá da sala.
"Ótimo, nem escondida eu consigo ficar mais".
Quando desci eu reconheci quem era, era a directora do colégio que estava falando com a minha mãe, provavelmente sobre mim ou sobre a Raquel.
Cumprimentamos e eu fui comer, ela veio junto, parecia cola no meu pé.
Comi rapidamente e subi para o meu quarto de novo.
- Eu só preciso de achar uma maneira de falar com o Luís - lá estava eu falando sozinha na frente da tela do computador - já sei, vou pegar o telefone do meu pai, ligar para o Frank e pronto, eu sou brilhante.
- Quem é o Luís?
- Mas você não sabe bater na porta rapariga? - resmunguei quando ela entrou.
- Aaah eu não vou ficar pedindo desculpa tá, quem é o Luís?
- É ele - falei mostrando o meu dedo do meio.
- Ok, já vi que começamos mal, vamos começar de novo.
- Bem que você pode fazer uma coisa que ia me fazer esquecer tudo isso e começar de novo.
- O quê?
- Trazer o telefone do meu pai sem ele perceber.
- Fácil!
- E nem uma palavra sobre o Luís com eles entedeu? - ela fez que sim com a cabeça.
- Pode ir...
E saiu... "Acho que ganhei um cachorro em vez de uma irmã".
Esperei uns 15min até ela voltar com o telefone, liguei para o Frank e arranjei uma maneira de falar com o Luís pelo computador. Depois ela levou o telefone de volta e pronto.
- E agora? - ela perguntou deitada na cama.
- Agora sim, você vai parar de ser tão enérgica para eu começar a gostar de você, e agora pode sair do meu quarto.
- Tá.
- E obrigada, mesmo.
- Ahamm de nada.
Depois de ela sair tranquei a porta e dormi um pouco.
Acordei e já eram 10pm. dormi mais do que devia e ninguém veio me incomodar, estranho.
Desci e os meus pais estavam adormecidos no cadeirão, só encontrei a Raquel na cozinha comendo...
- Bom apetite!
- Obrigada, tem mais na geladeira se quiser.
- Estou sem fome... o que você fez durante o dia? - perguntei sentando na mesa e coloquei os pés por cima da mesma.
- Nada de importante, só mexi no telefone e vi TV, nada mais.
- Não sou a única aborrecida.
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Ninguém precisa saber
Teen FictionA vida de Anne muda quando ela acha que seria tão monótona como nunca... Acontecimentos fazem ela perceber que ela não deve subestimar a vida, confiar em todos e que ficar presa ao passado nem sempre é assim tão mau.