— Nunca tivemos caçadores no nosso jogo, além da garotinha aí, mas estou adorando o jeito como olham para mim.
— Vamos lhe dar um bônus, hoje, como é o primeiro dia na casa, será mais tranquilo. Não garantimos nada, mas amanhã, o jogo será pesado, e a chance de saírem vivos daqui são quase nulas.
— Vocês realmente não conhecem nossa vida - Dean se aproxima do Dr. Harvey, o olhando com um olhar mortal.
— E vocês não conhecem a nossa, vamos ver quem vai vencer no final.
— Que o jogo comece — Ele pega o taco de beisebol e joga em minha direção, Sam me puxa para perto dele e o objeto acerta a parede, onde havia um X vermelho feito com... Sangue. Não sei por que ainda me surpreendo.
Minha respiração estava ofegante nos braços do meu namorado e ele me segurava firmemente, me afasto devagar dele e olho para a Ashley.
— Calma, esse não era o verdadeiro — Agora deu para ter mais de um taco de beisebol? Quem ela pensa que é? O New York Yankees?
— Boa sorte, vocês vão precisar — Eles se viram e vão saindo do lugar, seus passos eram ouvidos até uma certa distância, até restar apenas o silêncio.
Surtar. É isso que iria acontecer comigo naquele momento.
Começo a gritar de raiva e dar socos na parede, só precisava descontar minha raiva e meu pânico em alguma coisa, e a parede de concreto era uma ótima saída. Minhas pequenas mãos entravam em contato com o material firme, o que não me causou dor nenhuma, mas como dizia Newton, "Toda ação gera uma reação", as parede me machucavam com a mesma força que eu descontava minha fúria nela, meus punhos sangravam, mas a única dor que sentia era de estar vivendo esse pesadelo de novo.
É isso que caçadores merecem? Sofrer por querer ajudar os outros? Mas pensei que meu sofrimento só viria quando eu morresse, no inferno. Mas o meu inferno é esse lugar.
— S/n para com isso — Sam grita. O que me estimula a continuar e dar socos mais fortes, a raiva aumentou quando me lembrei que os meninos estavam no infernos comigo.
— Eu sei que está com raiva, mas desse jeito você só está se machucando, precisamos de você bem para terminar o jogo — Dean fala tentando me acalmar, mas não adianta, continuo dando pancadas na coitada da parede.
— Para com isso, agora — Sam grita novamente e puxa meu ombro, me fazendo parar e olhar para ele.
— Me deixa, Samuel — Tento sair, mas ele continua me segurando firme.
— NÃO, CHEGA — Ele grita comigo pela terceira vez, fiz uma careta e me virei para o lado, meus ouvidos nunca mais foram os mesmos depois do ocorrido com a Granny, minha audição ainda era perfeita, exceto quando havia um barulho alto, dependendo da proximidade, me causava um pouco de dor. E Sam sabia disso — Você acha que está descontando sua raiva na parede, mas na verdade está descontando em si mesma — Ele continua falando alto, o que faz meus ouvidos estalarem. Entendi sua jogada, ele estava querendo me dar um choque de realidade com isso. Boa jogada, amor. Boa jogada.
A ficha caiu. Eu realmente estava incluída no jogo mortal da Granny novamente.
Olhei para as minha mãos, que estavam ensanguentadas e olhei ao meu redor, só para ter certeza de que não estava sonhando. Não, não estava. Me joguei nos braços do Sam e comecei a derramar rios de lágrimas. Odiava ficar vulnerável desse jeito na frente do Sammy, por que ele sempre suga minha dor para si.
— Vai ficar tudo bem — Ele sussurra em meu ouvido em quando passa suas mãos pelos meus fios de cabelo — Estamos aqui dessa vez, e vamos te ajudar, você não está sozinha.
— Eu estou com medo, Sammy. Muito medo — Digo baixinho, mas ele escuta muito bem, seu abraço fica mais apertado ao redor do meu corpo, me reconfortando e me fazendo sentir mais segura.
— Eu sei, mas vai dar tudo certo. Nós vamos te ajudar — Ele se afasta de mim, uma de suas mãos se deposita em minha bochecha e ele olha em meus olhos — Sairemos daqui — Ele afirma. Percebi que seus olhos brilhavam mais do que o normal e suas pupílas estavam dilatadas enquanto me olhava, não pude deixar de sorrir para isso, o que o fez sorrir também. O que o fez me mostrar aquele sorriso que tanto amava.
— Vocês sabem que eu odeio atrapalhar — Dean se pronuncia e nós viramos para ele — Mas o meu irmão tem razão, vamos sair daqui, S/n. Como sempre fazemos, como você sempre faz — Ele dá ênfase na palavra você — Sempre foi forte, e agora é o momento em que precisamos que você seja mais, sei que não está acostumada a lidar com seres humanos malignos, mas imagine eles como um ser sobrenatural, por que suas ações, são como eles fossem.
— Queria que fosse tão simples assim.
— Faça ser, você pode fazer — Ele se aproxima — Aí dentro - Ele aponta para meu coração — Faça isso ser fácil, por você, por nós.
-— Obrigada, Dean — Me aproximo mais dele e dou um longo abraço no meu melhor amigo - Eu amo vocês.
— Também te amamos.
— E nos desculpe por fazer você segurar vela, de novo.
— Vela? Se for contar todas as velas que eu já segurei para vocês, já virou uma tocha olímpica, mas já estou acostumado — Uma gargalhada escapa de nós três.
Sei que eles podem se machucar, mas, assim como eles sempre fizeram comigo, vou tentar fazer tudo para protegê-los. Eles me darão forças para continuar.
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Granny/ Supernatural
FanfictionEra para ter sido uma caçada normal, apenas uma decapitação de vampiros, mas por um problema no carro, isso tudo mudou, agora você está sob os "cuidados" de uma velha psicopata, cujo o melhor amigo é um taco de beisebol, e para sair dessa situação...