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Ayla on

Meu mundo caiu no momento em que eu morri. E eu sabia disso. Parecia que eu fui atropelada quando, de repente, eu acordei. Sabia que não era real. Meus pais estavam no meu quarto, os olhos vermelhos. Hope passava as mãos no meu cabelo e seus olhos eram brancos e vazios.

Levantei-me rapidamente e encarei os três. Eles pareciam estátuas imóveis. Sai da cama lentamente e foi para a porta, nenhum deles se movia. Passei para o corredor e vi meu tio parado encarando uma foto na parede, seus olhos eram iguais aos do meus pais, vermelhos.

Comecei a correr, o que estava acontecendo? Sai daquela casa, depois que vi que todos eles estavam do mesmo jeito, e parei na rua. O que era mais aterrorizante. As pessoas estavam deitadas no chão, nenhuma estava viva. O chão estava coberto por sangue e eu fiquei analisando o que poderia ter ocorrido.

Por que eu era a única que estava acordada, em teoria pelo menos? Por que as pessoas estavam mortas? O que aconteceu com a minha família? Por que minhas mãos estavam quentes e pareciam molhadas?

Olho para elas e vejo que estão cheias de sangue, assim como as minhas roupas. Comecei a gritar de aflição e choque. Eu matei essas pessoas, mas como? Quanto mais eu gritava, mais forte ficava a ventania a minha volta.

Parei e percebi que as pessoas haviam sumido e que agora parecia uma cidade fantasma. Eu estava suja de sangue da cabeça aos pés. , o asfalto começou a me engulo e e antes que eu perceba, estava no escuro de novo, minha respiração acelerada.

Viver ou morrer? Será que eu estou morta? Onde está todo mundo? Eu to na terra? Minha pele é fria, minhas mãos ardem e eu só enxergo a escuridão. Eram essas as perguntas que rodeavam a minha cabeça naquele lugar gélido. 

Não conseguia me mexer, e o pior era que eu sou claustrofóbica. Eu só sabia que batia forte no que for que estava me segurando até que eu conseguir liberar a minha mão para fora e comecei a repetir o processo até que eu estava com metade do corpo para fora.

Um segurança para na minha frente, não consigo ouvir o que ele falou, mas sabia que estava falando quando moveu os lábios.

- Eu preciso falar com a Hope - eu disse com a voz fraca e parecia rasgando.

O cara me encarou e depois olhou atrás de mim. Pegou seu rádio e falou mais alguma coisa, e me ajudou a do buraco em que estava. Estava num cemitério. Eu tinha morrido. Conseguia ver a minha cova, o túmulo.

Eu estava com fome, muita fome. Por quanto tempo eu morri? A sede também era grande. Não conseguia andar direito de tão fraca que estava. Minha cabeça estava girando a cada passo que eu dava, ou melhor que o segurança dava para mim.

Cheguei numa sala. Não sei como, ou quanto tempo demorou, eu estava com frio, fome, sede e energética, mesmo estando fraca. Me sentei numa cadeira e o guarda me trouxe uma coberta, uma bebida e uma bolacha.

- Seus pais já estão vindo - ouvi ele falar num sussurro, minha audição não estava funcionando direito.

Deve ter passado uma hora, ou eu só não tinha mais noção de tempo, quando eu vejo meu pai e minha mãe vindo pelo corredor.

Eu nem consegui olhar tanto tempo para eles, logo abaixei minha cabeça e tomei mais um gole do que for que eu estava tomando. Ouvi alguém arfar e passos acelerando. Pararam eles antes de chegarem até mim, para conferirem se são os meus pais.

Demorou uns 10 minutos, o procedimento e quando eu menos esperava senti alguém me abraçar e lágrimas caindo no meu ombro. Meu pai estava agachado na minha frente e minha mãe me abraçava. Nem me movimentei, qualquer coisa que eu fizesse doía em mim.

Os dois falavam ao mesmo tempo. Minha cabeça parecia que ia explodir, eu mal conseguia ouvir o que eles estavam falando. Eu entendia o sentimento deles e tudo mais. Mas eu não me sentia capaz de expressar as mesmas coisas. Eu ainda estava processando o que estava acontecendo.

- Ayla? - um deles perguntou e foi aí que eu voltei a realidade.  - Você está bem?

Minha voz mal saia, era um sussurro do sussurro. Eu fiz que sim com a cabeça, não sei se seria capaz de responder ainda com a minha voz.

- Você quer sair? - minha mãe perguntou.

Levantei o dedo indicador para indicar que eu precisava de um minuto. Eles entenderam e deram um passo para trás. Larguei a minha coberta e respirei bem fundo.

Me levantei e por sorte não caíra. Eu andava extremamente devagar comparado aos outros três. Minha mãe chorava, enquanto meu pai estava sorrindo.

Chegamos no carro, me colocaram no banco de trás. Os dois iam na frente, com as mãos juntas, sem falar nada, sem fazerem um barulho. O rádio não estava ligado e as janelas estavam fechadas.

Percebi que não estava respirando quando soltei todo o ar que segurava e fiz o maior barulho, os dois me olharam e abriram uma fresta da janela.

Sem muita demora, chegamos no casarão e vi todos esperando na frente da porta. Não só a minha família, como também os Salvatore e os Saltzman, junto com a Forbes.

Sai do carro lentamente, e antes que pudesse me endireitar, Hope saiu correndo até mim e me abraçou com muita força. Eu retribui o abraço tentando fazer força mas eu não conseguia nem respirar direito.

- Hope - Eu falei bem baixo - Eu não consigo respirar.

Ela percebeu e me soltou. Quase caí de novo e meu pai teve que me segurar.

É, eu voltei e agora teríamos que lidar com um novo problema.



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Oi gente, finalmente a segunda temporada está aqui, e começamos com esse capítulo para mostrar que Ayla terá muitos problemas pela frente.

O que vocês acham que vai acontecer??

Bjos bjos,
Espero que vocês gostem,

Bia

A Mikaelson perdida - temporada 2Onde histórias criam vida. Descubra agora