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Ayla on

O que acabou de acontecer? Tio Damon, minha mãe e Tia Elena. Eu me lembro deles. Procurei meu celular nos bolsos e me lembrei de que não tinha um celular. Corri para a escola, e ao invés de ir à três quilômetros por hora, eu foi a cinquenta, o que eu achei bem esquisito, e cheguei em meio segundo.

- Alguém viu a Hope? - sai perguntando para pessoas aleatórias que sempre falavam não ou faziam que não com a cabeça. - Hope! Hope!

Comecei a gritar pelo corredor. Até que encontrei ela na biblioteca, lendo um livro qualquer encostada numa mesa.

- Te achei - eu falei.

- O que aconteceu? - ela me perguntou preocupada - Por que você está tão eufórica?

- Eu não sei como - eu comecei - Mas eu consegui me lembrar do Damon, e da minha mãe e da Elena, e da filha deles.

- O que? - ela me perguntou - Como? Ayla, como você conseguiu?

- Não sei - eu falei - Eu estava no campo e eu arranquei uma flor, eu não me lembro bem das palavras, mas eu fiz um feitiço que me levou para uma memória e aí eu me lembrei do Damon, da Elena e da minha mãe. Tipo tudo relacionado a eles.

- Você fez um feitiço? - ela perguntou - Que tipo de feitiço?

- Um para colocar as flores de volta na terra - eu falei - Bem fácil, mas eu não me lembrava de que eu já tinha aprendido isso, foi tão natural como eu falei as palavras.

- Ayla - ela falou meu nome é olhou para mim - Você tem memória por feitiços. É como uma memória fotográfica, mas quando você faz algum feitiço, que você já tenha aprendido e não se lembra, você traz as suas memórias de volta. Impressionante.

Ela terminou de falar e me abraçou. Era como se eu pudesse sentir a felicidade que emanava dela. Mas eu não sei se eu estava tão animada quanto ela em relação a isso.

- Agora, você está tensa - ela disse olhando nos meus olhos - O que foi?

- Não foi nada - eu disse e me separei mais um pouco dela.

- Nós somos gêmeas - ela disse - É como se eu pudesse sentir que tem algo te incomodando.

- Desde quando a Josie está namorando? - eu perguntei fingindo um pouco de demência.

- Ah, então é isso - ela falou e sentou em cima da mesa - Olha, o Jacob é legal. Eles passaram a namorar três semanas aos a sua morte.

- Tendi - eu falei meio desinteressada -  E você? Desencalhou?

- Ei- ela falou - Não fala isso. E sim, eu arranjei alguém para mim.

- Ótimo - eu disse e juntei as minhas mãos - Viu bem fácil de mudar de assunto, né?

- Não estamos mudando de assunto - ela falou - Só estou comentando que da minha quase depressão veio alguma coisa boa. Quando você morreu, o meu mundo despencou, só que ele apareceu e conseguiu me salvar, não sei.

- Nome? - eu perguntei.

- Landon - ela disse - Mas não é nada demais. Agora, voltemos ao assunto: memórias.

- Okay - eu concordei - Você já não me parece tão animada.

- Eu estou - ela disse com um sorriso no rosto - Só estou fingindo que não, para o seu bem.

- Meu bem, o capeta - eu falei revirando os olhos.

- Enfim - ela falou - Você acha que tem que ser um feitiço que você fez de repente, ou que a gente forçou a fazer.

- Eu não sei, Hope - Eu disse - Isso acabou de acontecer, eu não sei como funciona.

- Tá bom - ela falou e foi para uma estante perto de nós - Podemos procurar sobre isso em algum livro de magia.

Eu andei lentamente até ela é fiquei a vendo ir de um lado para o outro. Ela percebeu que eu não estava fazendo nada.

- Você vai ficar parada aí ou vai mexer essa sua bunda? - ela falou sarcástica.

- Olha para mim está ótimo só ficar te vendo - eu disse me apoiando na estante.

- Ah, mas nem que a vaca tussa - ela disse - Você vai ajudar, sim.

Comecei a andar de um lado para o outro, fingindo que estava procurando algum livro que pudesse nos ajudar, quando algo chamou minha atenção.

Peguei o livro nas minhas mãos e o folheei. Passadas algumas páginas, eu comecei a perceber que contava a história da minha família, dos Mikaelson. Hope e Eu também estávamos lá.

Fui para biblioteca começar a arrumar, tinha que aceitar que o que eu tinha feito era errado.

Passado algumas horas eu tinha terminado de arrumar metade da biblioteca da escola. E estava extremamente cansada. Klaus falou comigo. Clary. Eu conheço esse nome.

Eu trombei na Josie, na verdade, ela trombou em mim quando eu sai da biblioteca depois de terminar o trabalho.

- Ayla? - Hope me chamou de uma distância não tão longe - Você está bem?

- Eu me lembro agora do meu pai - eu falei - Ele nem me deu tempo para processar o que estava acontecendo, Hope. Não me deixou ligar para a Clary. E... - eu parei e olhei para elas - E a Clary. Como ela está? E a Josie, eu me lembro deles.

- Como Ayla? - ela me perguntou.

- Eu nem sei - eu falei olhando para as minhas mãos agora vazias - Tinha um livro e eu o abri, li umas páginas e me lembrei da vez que eu estava limpando a biblioteca e encontrei o mesmo livro.

- Okay - ela disse - Cadê o livro?

- Ele sumiu - eu lhe respondi - Assim como da outra vez.

- Okay - ele disse novamente - Então talvez nossa teoria de memória por feitiço não esteja certa.

- Na verdade - eu comecei - Eu acho que está. O livro era mágico. Era como se ele relatasse tudo o que acontece na vida dos Mikaelson, como um diário nada privado.

- Okay - ela falou - Como se isso já não fosse estranho o suficiente.

- Ah, desculpa Hope - Eu falei e me sentei apoiando na estante - Eu sei que eu devo estar enchendo o saco.

- Não, Ayla, não - ela falou - Eu só acho que eu não consigo fazer muitas coisas, é como se você estivesse num bloco de neve e eu não conseguisse te ajudar porque eu só estava visualizando.

- Essa metáfora foi péssima - eu disse e apoiei minha cabeça nos joelhos.

- Isso não vem ao caso - ela falou - Eu só estou me sentindo meio inútil sabe? Eu deveria estar sendo mais prestativa.

- Eu vou te parar aí - eu comecei - Eu não lembro de muita coisa do que aconteceu, mas você está aqui me apoiando, e sim você está me ajudando e muito. Eu só quero te agradecer Hope, não fica assim. Você é uma ótima irmã e sinceramente eu não acho que poderia fazer qualquer coisa sem você do meu lado.

- Aí não fala isso - ela me disse - Isso me lembra quando você morreu e eu fiquei ouvindo o seu áudio por no mínimo 3 semanas.

- Aí meu deus! - eu falei olhando para frente - Eu agora estou me lembrando dos áudios que eu consigo me lembrar. Por isso a Josie estava fazendo um alvoroço todo no almoço.

- É - Hope falou - Foi bem triste o dele, eu acho que ela ainda não superou aquilo.

- Pois é - eu disse.

- Mas tudo bem - ela falou - Nós podemos resolver esse problema depois de resolver o seu problema com as memórias, tá bom? Agora levanta essa sua bunda grande do chão e vamos continuar à procura de livros.

- Ei, eu sou minúscula - eu falei já me levantando e indo atrás dela - eu não tenho uma bunda grande.

- Você que pensa - ela disse e riu.

E assim foi o final do meu dia, passamos mais algumas horas na biblioteca tentando encontrar algo, mas não teve sucesso. E fomos direto para casa. Enquanto isso eu tomei o suco que meu pai me deu, e chegamos em casa.

A Mikaelson perdida - temporada 2Onde histórias criam vida. Descubra agora