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Ayla on

- Eu... - eu precisei respirar muito fundo para ter focavas para continuar - Eu não consigo, era muita gente, sabe? Ar, eu precisava de ar. Parece que eu fui atropelada, ou melhor, parece que eu morri de novo.

- Não fala isso - Hope disse - Por favor.

- Desculpa - falei ainda chorando.

O silêncio voltou. Era frustrante não saber se expressar direito. Era frustrante o silêncio desconfortável. Era frustrante o fato de ninguém ali conseguir fazer nada para tentar parar a dor.

Me sentei de novo. Fiquei olhando a grama em que eu estava sentada. Encostei nela e no momento em que eu fiz isso, ela se tornou cinza. Sem vida, em menos de um segundo o que demoraria no mínimo algumas semanas.

Todos olharam para mim em surpresa. Recolhi minhas mãos rapidamente e instantaneamente coloquei a mão no colar. Não tinha percebido que o mesmo estava quente e quase queimando a minha pele.

Assim que a temperatura diminuiu, coloquei minhas mãos no mesmo lugar da grama e elas voltaram a vida. Dessa vez quem ficou surpresa fui eu.

- Ayla? - Tia Freya me chamou - Como? Como? Não pode ser.

- O que, Freya? - minha mãe perguntou - O que você sabe?

- Não, Ayla - Freya continuou falando e ignorando a minha mãe.

- Tia, o que você sabe? - eu perguntei para ela.

- Eu quero falar com você a sós - ela falou já se levantando.

Eu ainda estava chorando mas quase nada. Hope me ajudou a se levantar e toda a família ficou olhando nós duas entrando. A única coisa que consegui ver antes de entrar foi Hope a ponto de chorar com as mãos dadas com o pai e a mãe.

Freya continuou andando por um corredor, no qual eu não sabia da existência. Quando minha tia virou para uma sala, eu quase trombei na porta por não ter a visto.

- Ayla - Tia Freya falou - O que aconteceu com você quando você estava morta?

- Eu tinha sonhos - eu respondi um pouco receosa.

- Que tipos de sonhos? - Tia Freya começou a ficar preocupada e levemente agitada.

- Era mais pesadelos - eu respondi - era um looping infinito de eu acordar e ver a cidade inteira morta e eu com o sangue na mão.

- Não pode ser - Tia Freya falou mais para ela do que para mim - Não, não, não. Ayla, o que mais tinha no sonho?

- Vocês estavam lá - eu respondi me sentando num banco - Os olhos eram estranhos.

As lágrimas estavam secando no meu rosto e pararam de escorrer pelo meu rosto. Tia Freya começou a andar de um lado para o outro.

- Os olhos, claro - ela disse - Ela não muda mesmo.

- Do que você está falando? - perguntei um pouco assustada.

- Comi era os olhos? - ela me perguntou - E por favor, não deixe nenhum detalhe de fora.

- Tá bom- eu comecei - Da mamãe e papai, e do tio Kol, Elijah, Rebekah, e dos meus tios eram vermelhos, mas o seu e da Hope eram brancos e vazios. Era como se fosse uma tela em branco, a próxima vítima que ainda não tinha sofrido trauma algum. E os vermelhos eram tão vividos e se mexiam. Era uma mistura de sangue e fogo.

- Mas alguma coisa que você se lembre? - ela me perguntou, agora agachada na minha frente.

- Eu só consegui ver uma vez os meus olhos. - eu disse - Eram prata, brilhavam, se eu tivesse ficado mais tempo encarando, poderia facilmente ter ficado cega. Mas não se mexiam como o vermelho e não eram inexpressivos quanto os brancos. Era um equilíbrio.

A Mikaelson perdida - temporada 2Onde histórias criam vida. Descubra agora