VII

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         Ok, eu sabia que não estava louco o suficiente para ter uma alucinação. Então para mim foi um alívio enorme ver que Aline ainda estava viva. Agora eu só precisava acha-lá, o problema era esse, ela não estava em lugar algum.
Tentei perguntar para algumas pessoas se haviam visto ela, mas não adiantou, parecia que quase ninguém sabia da existência da garota.
Eu fui para a sala de aula, sentei no meu lugar, e ansiosamente esperei que Aline passa-se por aquela porta, mas nem isso aconteceu.

Duas aulas se passaram e eu não parava de tremer, por conta do nervosismo acabei roendo todas as unhas.
Quando acabou a segunda aula, Sr. Lee JongSuk saiu da sala para a troca de professores, após sua saida, não me segurei, e antes que a Sra. Kim Taeyeon chegasse eu sai, e fui procurar Aline.

Mais uma vez eu revirei a escola, e mais uma vez não a encontrei. Mas por um momento eu me lembrei de uma porta perto da salinha do zelador que dava para o terraço, era o único lugar que Aline poderia estar. Eu havia olhado até no banheiro feminino, depois teria que explicar para a diretora que com certeza me viu pelas câmeras de seguranças do corredor.

Corri em direção a porta do terraço, subi as escadas como se a escola estivesse pegando fogo. Quando cheguei, estava suando, e minha respiração estava muito ofegante, mas me acalmei no momento que levantei a cabeça e tive a visão de Aline sentada na mureta de proteção. Eu ia gritar seu nome, mas nao queria que se assustasse e caisse dali, então com calma fui até ela.
Aline estava desenhando um rosto masculino e tinha umas gotas de lágrimas pingadas na folha. Suas bochechas estavam bem vermelhas e seus olhos também.
Toquei delicadamente seu ombro.

- Oi. - falei em um tom baixo e calmo.

Aline- Oi?! Ah é você Nakamoto, estava com medo que fosse a diretora ou o tio da faxina. - Ela fala enquanto seca seu rosto. - Mas o que você está fazendo aqui?

- Eu estava te procurando, você sumiu por cinco dias, eu fiquei preocupado!! Você está bem?

Aline- Fisicamente ou emocionalmente?

- Hãã... Os dois?! - Ela soltou um pequeno sorriso.

Aline colocou suas coisas no chão e deu tapinhas na mureta, me chamando para sentar ao seu lado. Fiquei meio receoso, era bem alto, uma queda dessa altura com certeza seria fatal. Mas não neguei, afinal, Aline estava calma e confortável ali.

Ela respira fundo antes de falar.

Aline- Meu primo morreu terça-feira, por isso que eu sumi, eu fui ao Brasil para o seu velório. Enquanto eu estava na sua casa, ele estava cometendo seu suicídio, ele se matou por coração partido (traição), e também descobri que ele já sofria de depressão e ansiedade. Era uma pessoa tão alegre, não imaginava a dor que ele sentia. Lembro-me de quando eramos crianças, a gente se divertia tanto. Nós colocavamos músicas e ficavamos dançando e pulando de um sofá para o outro... Minha tia vinha e expulsava a gente. - Ela sorri, e as lagrimas desciam pelas curvas que seu sorriso formava. - Nós nunca brigávamos, ele me entendia melhor que ninguém, podia contar com ele para tudo. Percebo agora como fui egoista, ele sempre me ajudava com os meus problemas, mas eu nunca parei e pensei: "Porra, ele também tem problemas". Eu sou uma idiota, se eu tivesse percebido e conversado com ele, isso poderia não ter acontecido... Vou sentir tanta falta dele. Era o meu melhor amigo. - E com essa sua última frase, ela não se conteu e debrulhou-se em choro. Eu não sabia o que dizer, mas sentia sua dor. Então eu apenas a abraço. Em certos momentos, palavras não são necessárias, somente uma demonstração de afeto e compreensão ja é o suficiente.

(Autora- Querido leitor, se você conhece alguém que está passando por momentos dificeis, converse com essa pessoa, não deixe seu amiguinho fazer algo que comprometa a vida dele/a, vamos ter empatia, seja o ombro amigo, a luz e esperança desse alguém. Abrace, demonstre preocupação e carinho. E se você está passando por problemas, converse com alguém de confiança, se abra, não carregue todo peso. Pode chorar, só não desista, a vida é mais que turbulências, arco-iris rondam você. Seja forte e persistente. I love u people❤)

(CONTINUANDO)

Aline e eu passamos o intervalo e as últimas aulas no terraço. Aline realmente estava mal, ela quase não falava, e eu não queria incomoda-la, mas ela queria e precisava de uma companhia. Eu a observava enquanto a mesma desenhava. Cada traço, cada detalhe era feito com delicadeza e precisão.
Ela me contou que cada desenho que faz, não é como se tivesse um significado, e sim uma importância, disse que faz cada desenho como se fosse o último, dando total atenção em tudo.
Contou-me que sonha em um dia poder viver em um lugar que seja lindo, longe de tudo e de todos, sem internet e televisão, apenas com seus livros, material de desenho, suas musicas e a natureza como entretenimento.

Aline- Sabe Yuta, eu posso estar tendo o pior dia possível, no pior lugar imaginável, mas se eu começo a desenhar nada mais importa, eu não penso em nada de ruim. Para mim, é como se eu estivesse em um barquinho isolado no meio do oceano, acho que nada de mal pode acontecer em um lugar assim né?! Sinto o mesmo quando estou lendo! - Eu realmente não sabia o que responder, então só concordava. Aline tinha pensamentos tão profundos, poderia ficar ouvindo ela falando por horas, sua voz não me cansava.

Mais tarde.

Quando saímos da escola, Aline não quis que eu a acompanha-se até em casa, eu estava disposto a isso.

Já era 16:18, a meia hora eu estava tentando tirar um cochilo, mas ficava me lembrando de uma coisa que Aline me disse antes de ir para casa.

"Aline- Acho que eu deveria me declarar a Jaehyun... Mas tenho medo de não ser correspondida, o que com certeza aconteceria se eu fizesse."

Essas palavras ficavam martelando na minha cabeça.

- Para de pensar nisso Yuta!! Afinal de contas, ela pode gostar de quem ela quiser! ENTÃO POR QUE INFERNOS EU ESTOU INCOMODADO?!!

Eu tenho medo de dizer para Aline o que eu sinto, tanto por que ela gosta do Jaehyun e iria me rejeitar e provavelmente me evitar, quanto por que eu não tenho certeza dos meus sentimentos. Poderia ser apenas uma atração momentânea, ou eu realmente estava gostando dela.
Eu nunca gostei de ninguém, como eu poderia estar apaixonado por uma garota que eu conheço bem a uma semana??!

Era tudo muito estranho, esse sentimento que fazia meu rosto queimar e meu coração palpitar mais forte.

'O amor realmente é algo complicado. As pessoas tendem a relacionar o amor com felicidade, mas muitas das vezes esse sentimento traz consigo dor e sofrimento.'
"A dor é inevitável, o sofrimento é opcional"

'"A dor é inevitável, o sofrimento é opcional"

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Fim do capitulo VII ☁

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-The School Stranger | Nakamoto YutaOnde histórias criam vida. Descubra agora