VI

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             Era difícil entender Aline, uma hora ela estava me abraçando e sendo gentil e na outra estava me chamando de idiota por não conseguir escrever o nome de tal filme. Ela é uma pessoa complicada. Enquanto não dava a hora dela ir para a cafeteria, ela aceitou de boa assistir um filme comigo.

Aline- Deus do céu Nakamoto! Você está a uma vida procurando esse filme! Eu já te disse que está escrito errado! Por quê não me ouve?! - Eu vou achar essa disgraça!- Chega, me da esse controle!- Ela arrancou o controle das minhas mãos, quase quebrando meus dedos.

- Ai! Então vai, acha o filme se você é tão esperta!

Aline- Achei! - ORRA - Eu falei que o nome não estava certo! Da próxima, vê se me escuta!

Enquanto o filme carregava, eu e Aline fomos para a cozinha preparar alguns lanches.

Nós assistimos um filme brasileiro que Aline indicou, chamado "Minha Mãe é uma peça", era bem engraçado, mesmo tendo algumas coisas que eu não entendi. Como disse antes, brasileiros são estranhos.

         Já era 18:00 e Aline precisava ir embora. Levei ela até sua casa.
No caminho ficamos conversando, nós nos davamos bem, não faltava assunto. Aline estava com a cabeça encostada no vidro do carro, apenas observando a rua, gostaria de saber o que pensava. Seus olhos se movimentavam rápido, quase não piscavam, parecia apreensiva, aposto que estava inventando uma boa desculpa para explicar a sua mãe sobre o curativo na cabeça, provavelmente ela não iria mostrar os hematomas em seu corpo, para polpar saliva e não dar mais preocupações a mais velha.
Assim que chegamos a sua casa, eu estacionei em frente a mesma. Sai do carro, e como um cavalheiro que sou, abri a porta para que Aline também pudesse sair. 

- Tem certeza que está bem para trabalhar? Sei que ainda está sentindo dor!

Aline- Eu estou bem! Mesmo sabendo que servir bolo e café é muito esforço! - Ela dramatiza a frase, seu jeito irônico era maravilhoso. - Mas eu me viro. Obrigada de novo por me ajudar, e obrigada por me deixar ficar na sua casa. Foi bom passar a tarde contigo, você não é todo chato! - Obrigado, eu acho.

- Não me agradeça. Você pode me visitar quando quiser, para me mostrar outros filmes brasileiros.

Aline- OK! - Ela sorri, aquele sorriso incrível! - Ah, e não se preocupe, eu vou lavar a sua roupa e depois te devolvo.

- Sem problemas!

Aline-  Então tá. Tchau Nakamoto. - Ela segura em meus ombros e deixa um beijo em minha bochecha, fiquei sem reação. Só consegui levantar minha mão, acenar e me despedir. - Até amanhã!

- Até amanhã! - A observei enquanto ela andava até a porta da sua casa. Ela destrancou a porta, e antes de entrar, ela acenou para mim, apenas movimentando os dedos.

     
       O "até amanhã" não aconteceu, nem o depois de amanhã, nem o depois de depois de amanhã, Aline faltou o resto da semana inteira. Na quarta-feira (1° falta) eu nem me importei tanto, pensei que ela ainda estaria com dor e não queria vir. Quando ela faltou na quinta-feira, eu comecei a me preocupar, fui até a cafeteria e estava fechada, fui até a sua casa, e não havia ninguém
Na sexta-feira, quando ela faltou novamente, minha cabeça estava queimando de nervoso. O final de semana inteiro eu pensava no que havia acontecido com ela. Eu ia até a sua casa e até o café, mas todas as vezes estava vazio. Eu não tinha o número dela, procurei por alguma rede social, mas foi em vão. Realmente não tinha como eu contatar Aline.

          Segunda-feira de manhã, a caminho para a escola, minha preocupação me causava desânimo. Lucas falava comigo, mas eu nem escutava, passava mil e uma paranóias na minha cabeça, eu estava ficando louco!

 
Lucas- Entendeu Yuta? Yuta ta me ouvindo? YUTAAAAAA!!!

- Oi oi, to te ouvindo, e concordo com tudo que disse! - Nem sei sobre o que ele estava falando!

Lucas- Então você concorda com a ideia do presidente brasileiro de culpar o Leonardo Dicarpio por incendiar a floresta Amazônica? - O QUÊ??!

- Meu Deus, NÃO!

Lucas- Você nem estava prestando atenção no que eu falava né? - talvez - Yuta, o que está acontecendo? Faz quatro dias que você está agindo assim, anda triste e ansioso, parece que está morrendo de preocupação com algo! - Você nem imagina como.

- Está tudo bem, não precisa se estressar com os meu problemas ok! - Dou um soquinho em seu ombro. - Eu sou mais velho, eu que devo cuidar de você seu chinês estranho! - Dou um pulo e prendo meu braço em sua nuca, o obrigando a abaixar. O levei desse jeito até a porta da escola.

       Estavamos em frente a entrada esperando Taeyong e Bobby, eu ainda segurava Lucas. No momento que eu ia o soltar eu travei quando olhei pra frente e a vi. Aline andava calma,  depois de cinco dias sem a ver, sem saber onde estava, meu corpo suava de nervosismo e felicidade. Ela estava como sempre, calça, um moletom super grande, fones de ouvido e linda.
A garota nem percebeu minha presença, e eu não consegui me mover. Despertei do meu transe com Lucas me gritando como um louco.

Lucas- YUTA!! Já pode me soltar, minhas costas estão doendo. O que você estava olhando tanto?

- AAH, desculpa Lucas, eu vou entrar agora tá!

Lucas- Não vai esperar os meninos?

- A gente se encontra la dentro!

Eu entrei desesperado, precisava encontrar Aline. Rodei a escola e não a achei, não é possível que eu tive uma alucinação, foi real demais para ter sido.
Mas onde estava ela?

Fim do capitulo VI

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-The School Stranger | Nakamoto YutaOnde histórias criam vida. Descubra agora