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Dois dias se passaram sem que tivesse notícias de Sebastian e me sentia dividida entre a preocupação e o desejo de matá-lo com minhas próprias mãos!

O celular estava desligado e ninguém atende nos telefones de casa ou do apartamento. Por mais que fosse me odiar mais tarde por ceder, acabei ligando para a empresa.

_ Bom dia! Gostaria de falar com o sr. Diether, será que é possível?

_ Bom dia. Sinto muito, mais o sr. Diether não se encontra na empresa.

_ Saberia me informar, se retorna ainda hoje?

_ Desculpe mas não tenho essa informação. Quer deixar algum recado? Qual o seu nome por favor?

_ Clarisse. Mas não quero deixar recado obrigada.

_ Espere! ouvi antes de desligar

_ Sim? fiz

_ Senhorita Clarisse, eu tenho um recado da Helga para você!

E assim, fui parar na clínica onde a secretária, amiga e pessoa mais importante na vida de Sebastian, estava internada. A valente senhora apesar de visivelmente debilitada, foi muito gentil e carinhosa comigo, me recebendo com um abraço e tecendo elogios sobre mim.

_ Por favor, Helga, você tem de descansar! É melhor eu ir andando...

_ Terei a eternidade toda para descansar em breve. Fique quieta e me escute mocinha!

Sorri com o jeito mandão da pequenina mulher, que mais parecia uma fadinha e obedeci.

_ Sebastian esteve aqui anteontem e não me encontrou bem. Sei o quanto isso pode ter mexido com ele. Minha sobrinha me disse que ele não foi a empresa desde então.

_ Então foi isso! Marcamos de sair e ele não apareceu, também não ligou.

_ Ele deve estar em casa se remoendo, não consegui vê-lo ainda. As coisas não têm sido fáceis para ele, Sebastian pode parecer um homem duro e frio, mas não passa de uma fachada, sabe?

_Sim Helga. Aprendi muito sobre ele desde que o conheci.

_ Desde que você entrou na vida dele, meu garoto voltou a sorrir! Sou tão grata a você menina.

Meus olhos marejaram, assim como os dela e sua voz enfraqueceu.

_ Você vai descansar agora! Prometo voltar para te ver em breve.

_ Clarisse...

_ Não se preocupe Helga. Eu vou cuidar dele, se ele me permitir.

_ Não espere permissão menina! Faça o'que tiver de fazer... ele vale a pena.

Eu a beijei suavemente no rosto muito pálido e me despedi.

_ Espere. sussurrou

Retirando um envelope debaixo do travesseiro, me entregou. O nome de Sebastian estava escrito em um caligrafia firme e caprichada.

_ Quando for o momento... entregue a ele por mim.

Assenti, enquanto ela fechava os olhos e se rendia ao cansaço, adormecendo tranquilamente. Deixei a clínica com uma sensação de impotência muito grande, meu coração apertado de tristeza por Sebastian. Eu que mal acabei de conhecer Helga, já a admirava profundamente e lamentava sua perda premente. Só podia imaginar a dor e a tristeza que ele deve estar sentindo.

Encontrei Sebastian na casa da serra, mais especificamente na praia observando o mar, distraído em sua solitária reclusão. As calças de algodão claras estavam enroladas até as panturrilhas e os pés descalços mergulhados na água fria, a brisa salgada colando a camiseta branca ao dorso bem definido. Seria uma bela visão se não evocasse tamanha tristeza.

LUZ E ESCURIDÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora