19 Livet över tron

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Bea

O notebook era rápido, nada como o lixo de uns quatro anos que eu carregava comigo antes.

Me sentei a mesa para passar os arquivos do celular para o computador que Gi havia acabado de deixar comigo, e saído, dizendo que tinha que voltar para a casa, que Rafaella precisava dele, mas antes de ir, me fez jurar que não sairia dali de jeito nenhum.

Concordei, até porque, havia muito material a ser estudado. Dei play no segundo vídeo, e ele mostrava Alice e Enrico saindo da pista de dança e subindo as escadas, a câmera oposta os mostrava no sofá, em meio a aquele monte de casais se pegando, os dois faziam o mesmo, Alice dominava a situação e por cima dele, fazia sua mágica que conquistava qualquer homem.

Eles aparentemente conversaram um pouco, beberam alguns drinks enquanto estavam lá, outra vez não havia nada de suspeito. Restava ver os vídeos da saída.

Cliquei sobre o terceiro arquivo, mas ele não abriu. E na mesma hora ouvi um barulho do lado de fora, parecia alguém tombando um contêiner de lixo nas pedras. Revirei os olhos tentei voltar para o que eu estava fazendo, mas a curiosidade foi mais forte, aquele lugar costumava ser tão calmo.  Abri uma fresta da porta não vendo nada de diferente, então saí para as pedras e vi logo na entrada... A moto de Luca nas pedras, tombada, e ele a alguns metros atrás.

Meu coração disparou como se fosse sair pela boca. Corri até lá, ele estava caído de barriga para cima, mas não se mexia, a camisa estava ensopada de sangue até o meio do peito.

⸻ Meu Deus! ⸻ Exclamei ⸻ Luca! Luca!

Tirei seu capacete com cuidado, e meus olhos se encheram de lágrimas de desespero ao ver seu rosto ensanguentado.

Me sentei atrás dele amparando sua cabeça de lado e ele tossiu deixando uma grande quantidade de sangue sair de sua boca, como se estivesse se afogando.

Com a voz rouca ele conseguiu sussurrar ⸻ Isis...

Fiquei ainda mais desesperada, tateei seus bolsos a procura do celular, usei seu dedo para desbloquear e vi que o número dela estava em discagem rápida, coloquei no viva voz já chorando enquanto via ele quase se afogando em sangue outra vez.

⸻ Oi amor, está tudo bem? ⸻ a voz dela soou preocupada.

⸻ Isis, sou eu, o Luca está sangrando, sangrando muito, ele caiu de moto, me ajuda por favor, estou no bangalô de Isola Bella. Por favor!

⸻ Eu estou indo, ele está acordado?

Ofeguei. ⸻ Não, o que eu faço?

⸻ Aplique o fator, eu já estou indo, e tente estancar o sangramento.

Passei os olhos por seu corpo, tateei seu rosto de leve. ⸻ Ele... não está ferido, é... Eu não sei de onde vem o sangue.

⸻ Faça o que eu disse, já estou chegando.

Tirei minha blusa para amparar sua cabeça e corri para dentro, trombando nas coisas para pegar o medicamento na geladeira e me lembrar de cada passo de como diluí-lo, preparei tudo e corri para fora levando a medicação, agulha, algodões e álcool.

Segurei seu braço desinfetando o lugar, estava tão nervosa e trêmula que não conseguia enxergar a veia. Pisquei demoradamente puxando ar e dei batidinhas em seu braço, nada. Segurei sua mão vendo as veias saltadas ali, devia ser a mesma coisa.

Limpei o lugar e enfiei a agulha, vendo, com a graça de Deus, o sangue descendo pela mangueira, me preparei e quando ele chegou na ponta comecei a injetar a medicação.

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