13 Mais que Atração?

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Bea

Estava sentindo seu olhar sobre mim, ele já nem conseguia disfarçar. Por mais que eu adorasse  me sentir desejada por ele, minha cabeça me levava a pensar no que aconteceria quando eu encontrasse Alice, se iríamos embora, se Luca também  se afastaria depois de resolver o problema com o irmão. Tinha que confessar que toda aquela conversa havia me deixado abalada. A forma como ele se via, como via sua família, aquilo devia ser horrível, não ter ninguém em quem confiar.

— Como devo me vestir para te acompanhar? — falei quebrando o silêncio da mesa.

Ele meneou a cabeça me encarando — Discreta, e se possível confortável.

Me virei para Giacomo — Ele quer que eu esteja discreta, Gi... — sorri — Até aparece que não conhece a madrasta que tem.

Continuei a comer as uvas, não era bem o que eu queria, sentia falta de pães e muita manteiga, com um café com leite bem misturado e quente. Mas eu já estava, como ele mesmo dizia, sendo "folgada" demais.

Desci as pernas da cadeira, me escorando na mesa. — Luca... —Seu olhar voltou para mim, e engoli em seco antes de falar. — Eu... Será que você conseguiria um jeito de eu refazer meus documentos? Não é que eu não confie, mas eu me sentiria mais segura se os tivesse.

Ele respirou fundo e seu olhar foi para Giacomo. — Temos que ir a polícia para fazer isso, só aí poderemos ir até a embaixada e solicitar a documentação nova, mas, acho que devemos encontrar sua amiga primeiro. Pelo menos, enquanto estiver em Taormina, não precisa se preocupar com isso.

— Quer dizer que sob os domínios da sua família, não tem problema eu andar por aí sem nenhum documento? — instiguei.

Ele sorriu — Isso, ninguém vai incomodar você, desde que esteja comigo, ou com Giacomo.

Aquilo não era animador, Alice só tinha uma regra, "nunca fique nas mãos de um homem" e querendo ou não, aquela situação me levava a ser "dependente" dele.

— Tudo bem, vou me trocar.

Luca assentiu — Leve o tempo que precisar. — sorriu ele, e olhou para Giacomo. — E você pode voltar para casa, vou cuidar da senhorita Beatriz hoje. Quando voltar, traga as roupas que te pedi.

Me levantei deixando-os na mesa, fui até o quarto tendo a certeza que Luca me acompanhava com os olhos enquanto me afastava.

Abri o armário e comecei a revirar as sacolas, na terceira, encontrei um macacão que parecia ser de malha, o tecido era uma delicia, então mesmo não sabendo se era a escolha certa, o peguei, ele era preto com alguns detalhes amarrados nas mangas com elioses, peguei uma sandália baixa e parti para o chuveiro.

Um banho quente para aliviar as tensões, era sempre um certo frenesi ficar tão perto de Luca, as provocações e o fato de eu não saber muito a respeito de como me sentir perto dele. Era óbvio que ele me atraía, era o tipo de homem que faria qualquer garota tropeçar na rua ao acompanhá-lo. Mas sua aparência não era o único dos meus problemas, aquela... Aquela outra parte, quase ingênua, me cativava. E depois da nossa conversa, eu tinha certeza! Odiava Rafaella com todas as minhas forças.

Fiquei pronta e fiz uma maquiagem leve para um dia comum. Prendi os cabelos em um rabo de cavalo baixo e perfeito e voltei a cozinha, ele estava sozinho, sentado a mesa e sua atenção estava totalmente voltada para o celular.

Quando parei diante dele, seus olhos deixaram o aparelho para me fitar de uma maneira, que senti um leve formigar entre as coxas. Ele devia ter algum poder oculto, não precisava nem me tocar, e meu corpo já respondia.

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